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O que é um fanzine

Para tentarmos perceber o que é, afinal, um fanzine, o Plano Nacional das Artes convidou para o polivalente da José Estêvão o designer Miguel Correia, antigo aluno desta escola, criador do fanzine “Ultra Violenta”, divulgador e colecionador de diferentes objetos gráficos relacionados com este tipo de publicações e organizador do “Zine City”, um encontro de fanzines e publicações independentes, que decorreu durante a Feira do Livro de Aveiro (tudo registado na página fanzine.pt). O Miguel voltou à escola e trouxe consigo uma parte da sua coleção de fanzines. Muitos e muito diferentes uns dos outros.

As múltiplas e muito variadas possibilidades que o Fanzine permite (particularmente no que diz respeito à forma, ao tipo de conteúdo, à composição gráfica, ao tipo de publicação e divulgação), tornam evidente a dificuldade de encontrar uma definição clara, preto no branco, para esse objeto. Na realidade, a melhor forma de o perceber é através da sua experiência. Ver, tocar, pegar, desfolhar, ler um fanzine, e depois outro, e depois outro.

Grandes ou pequenos (uns cabem na palma da mão), impressos com uma, duas ou com todas as cores (e outros impressos manualmente) em papéis grossos ou finos, brancos ou coloridos, colados ou agrafados (ou com as páginas cosidas à mão). Outros ainda com as folhas soltas, apresentados dentro de caixas ou em envelopes. Normalmente com edições curtas e de custos muito reduzidos. Essa foi a experiência que o Miguel nos permitiu ter. Os alunos, claramente, aproveitaram.

De uma forma ou de outra, ou de qualquer forma, se tivéssemos que arriscar uma definição para este objeto, diríamos que um Fanzine é... um espaço de liberdade.

E como é importante que os alunos participem num fanzine, como é importante que os alunos criem o seu próprio espaço de liberdade!

Equipa do PNA

Temos um Plano

No âmbito das atividades incluídas no Plano Nacional das Artes, a escola está a criar um fanzine. Vai chamar-se Laboratório Plano. Como laboratório que é, pretende ser um espaço que privilegia a investigação, a pesquisa, a experimentação, a descoberta, a // exploração, a criação, o risco, a liberdade e... o desenho. Afinal, desenhar é tudo isto. Afinal, desenhar é pensar!

Pretendemos promover a criação do objeto físico (até pelo carácter oficinal da sua materialização) acompanhado por uma presença virtual. Pretendemos também incentivar (e provocar) uma dinâmica de autoedição e autopublicação de fanzines pessoais, realizados a partir do material gráfico produzido pelos próprios alunos, muito afim com o tipo de trabalhos pessoais desenvolvidos em registo de Diário Gráfico, autonomamente e em conjunto com os seus pares. E pretendemos, principalmente, ser sobressaltados a cada número. Vamos tentar!

Para a edição do número um foi lançada uma mesma unidade de trabalho apresentada a todos os alunos do 10.º, 11.º e 12.º anos do Curso de Artes Visuais. Chamou-se “Projeto Pessoal”.

Estamos agora a recolher os trabalhos e, felizmente, fomos surpreendidos pela diversidade de abordagens. Temos pela frente a tarefa de criar um objeto simultaneamente desprotocolado e coerente, capaz de acolher a multiplicidade de propostas realizadas pelos nossos alunos.

Equipa do PNA
 

Ultra Violenta #17

O fanzine “Ultra Violenta” é um projeto aveirense com a direção artística, a edição e a publicação da responsabilidade do designer Miguel Correia. Cada edição explora visual e conceptualmente um tema único. Para cada tema são convidados a participar um conjunto de artistas nacionais e/ou internacionais. Cada artista cria um conjunto de trabalhos originais e o conjunto de todas as propostas forma o corpo do fanzine, edição a edição, num processo criativo de partilha e experimentação.

A UV #17 é, para nós, especial. O conteúdo desta edição do fanzine é composto, todo ele, por trabalhos realizados pelos alunos da turma H do 11.º ano, realizados na disciplina de Desenho. Trata-se de um conjunto de stencils oferecidos ao Miguel Correia aquando da sua vinda à escola que, posteriormente, foram por ele escolhidos para dar forma à edição n.º 17. E num processo de criação colaborativa entre o Miguel Correia e os alunos (ou entre o diretor artístico e os nossos artistas), ficou decidido deixar em branco as páginas centrais do fanzine para que, posteriormente, cada aluno possa criar um trabalho único e original nas páginas brancas do seu próprio exemplar. E, da organização de todas as páginas centrais criadas pelos alunos, será criada uma outra publicação que fixa, para memória futura, um momento particular da vida escolar do conjunto dos alunos desta turma. Por isso mesmo, a UV #17 é especial. Muito especial.”

Equipa do PNA
 

 

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