pequenos autores

Se eu fosse...

Se eu fosse um animal seria um golfinho,

viajava livremente

para lá do Sol Poente

e faria da água o meu ninho.

 

Se eu fosse uma personagem

gostava de ser a Luna,

corria atrás dos meus sonhos,

e com valentia

faria a minha fortuna.

 

Se eu fosse um país,

gostaria de ser o México,

provaria toda a gastronomia,

desfrutava da cultura e das praias.

Seria Épico! 

Se eu fosse uma profissão,

poderia ser professora

para ensinar e ajudar

todas as crianças,

pelo mundo fora.

 

Se me tornasse um sentimento,

seria amor

para fazer o favor às pessoas

de acabar com a dor.

 

 

Madalena (N.º 21 - 7.º I)

 

Se eu fosse...

Um lobo selvagem e feroz,

Veloz e radiante,

Olhos amarelos e brilhantes...

Força de mil pedras,

Garras amedrontadoras,

Dilacera sua presa

À velocidade do vento

Sentindo assim o seu lamento,

Torturando-a até seu último

Suspiro

 

Se eu fosse…


Luanda, capital de Angola,

Cidade de nascimento,

Cidade de lamento,

Alegria nas ruas,

Diversidade nas lagoas,

Matos e bosques....

Panteras negras lindas,

Girafas grandes e espantosas,

Chitas velozes e furiosas...

 

Se eu fosse…


Pintar é a minha paixão...

O mundo da arte cria uma conexão...

Pintar telas brancas

Com cores e sonhos,

Sentimentos e mágoas,

Paisagens cheias de memórias em águas...

Pintar o fim e o começo,

O passado e o presente!

O que te vier à mente...

Pintar é uma emoção...

Não deixo a arte desde então!

Se eu fosse…


Emoções são como as ondas do mar,

Vão e vêm,

São boas e são más!

Abaladas como um mar agitado,

Sem coordenação total,

Cada uma

Com um momento especial

E por que razão?

Será que são diferentes?

Talvez porque vêm das nossas mentes...

 

 

Se eu fosse…

 

Homem de Ferro,

Embora humano

Sem emoções felizes e tristes...

Queria ser como ele

Para não ter de chorar

Ou pensar demais...

Talvez seja por isso

Que tem esse nome!

Se é por isso,

Um dia será esse o meu sobrenome...

 

Noite Escura (7.º H)

Balão



 

 

Estar em todo o lado ao mesmo tempo,

não estar em lado nenhum de uma só vez,

ficar preso na linha de existência,

este silêncio é barulhento, esta solidão fala ainda mais alto.

 

O zumbido nos meus ouvidos

pára, a minha mão inconsciente torce-se,

parece que tudo ao mesmo tempo ... eu estou algures, e só lá estou;

ancorado por membros pesados de exaustão.

 

(já não consigo encontrar todo o lado, já não conheço o caminho para lado nenhum)

 

estas mãos cansadas pertencem ao meu eu presente,

mas ainda mais ao meu eu do passado

que agarravam as vertentes do potencial

sempre fora de alcance...

 

(o meu balão está amarrado ao meu pulso com fio, este fio que se desenrola, este balão

que não consigo alcançar, este balão que já não é meu)

 

os meus olhos deslocam-se das minhas mãos para a janela ao meu lado

para além deste vidro

nesta viagem acima do mundo

quase parece que estas nuvens estão ao meu alcance

 

É louco o eu que pensa que estas nuvens estão ao meu alcance?

São os loucos que pensam que as nuvens são água?

Ou é loucura as palavras pensarem que viverão mais tempo do que estas nuvens?

 

(talvez eu possa encontrar o meu balão entre elas?)

 

Para estar em todo o lado ao mesmo tempo, não estar em lado nenhum ao mesmo tempo, volto a mim próprio de novo.

 

(um dia não haverá todos os lugares,

um dia, não haverá lugar a lugar nenhum,

um dia não haverá nenhum lugar,

um dia, não vou mais desejar lugar nenhum)

 

tenho em mim todos os desejos do mundo,

mas o meu eu não se esqueceu de como sorrir

 

(este balão, parece, já não é realmente meu)

estes desejos voltam para o mundo,

para os rios e pedras,

que têm muito mais tempo para ponderar do que eu.

 

Com um nome, em um só lugar,

estou acorrentado a mim mesmo,

ainda assim, nunca me senti tão livre.

 

Maya Afonso (12.º J)

 

26/27