MURTOSA
POR A. ESTEVES MARQUES
MURTOSA!... Um nome que sempre nos vem à
ideia quando falamos – neste caso escrevemos – acerca de coisas que se
relacionem com o mar, com a sua rudeza e o seu negrume, que nada tem de
comum com a sua beleza... Porém, que engano!
Murtosa!... Uma terra calma e cheia de
características tão pessoais, tão intimas, nasceu beijando as cálidas
águas da ria que a embala como que uma mãe acarinhando o seu filho
querido.
Murtosa!... Uma pequena partícula do paraíso
que fomos descobrir numa tarde de Inverno.
Murtosa, sempre vigilante das suas belezas
naturais, guarda ciosamente a ternura da sua praia da Torreira, agora
beneficiada com a construção da magnífica Pousada da Ria, situada no
Muranzel, estando em estudo a construção da ponte, na Varela, que
julgamos estar para breve.
Estes dois melhoramentos de singular
importância para o progresso da região irão proporcionar à Murtosa um
amplo desenvolvimento turístico que muito virá beneficiar a economia
local.
A Pousada da Ria, só por si, não chega para
acomodar os turistas; são necessários mais alojamentos para servir o
turista e, servindo este, é possível movimentar a máquina turística,
para dela se tirar todo o rendimento que possa dar. Por isso, há que pôr
em prática a construção de um hotel, pensões e vivendas.
A magnífica estrada que nos leva até ao
Muranzel tem muitos recantos para novas construções.
A Torreira encanta quem a visita: os olhos
não podem abarcar tudo o que se lhes depara, porque o deleite de tantas
maravilhas inexploradas fazem-nos cair em êxtase; são cenários que as
palavras não retratam, ainda que palidamente. O turista não vem à
aventura; vem, sim, na procura aliciante do desconhecido; vem regalar-se
com os dotes da Natureza, sobejamente pródiga.
Para a Murtosa, está aberta a porta do
progresso; agora, há que o deixar entrar e acompanhá-lo por toda a
região e recebê-lo na sua sala de visitas, a Torreira.
Agora que parte da casa está arrumada e que
a outra parte está para breve, deverá a Junta de Turismo local pôr em
prática todos os meios de propaganda que atraiam os turistas, sempre
ávidos de coisas novas e agradáveis, longe do bulício das cidades e das
suas ocupações.
A. ESTEVES MARQUES |