OS
machados de sílex encontrados num terreno de aluvião rasgado em 1899
para a abertura de uma estrada são a prova bem evidente de que já na
chamada idade da pedra polida o homem exerceu a sua actividade nesta
região.
O primeiro documento em que aparecem
referências a Oliveira de Azeméis é um diploma do ano de 922 que
menciona uma vasta doação feita pelo Rei Ordonho ao Bispo Gomado e ao
Mosteiro de Crestuma. Uilla oliuaria era, então, o seu nome.
Quase nove séculos depois, em 5 de Janeiro de 1799, o Príncipe Regente,
em nome de sua Mãe, a Rainha D. Maria, reconheceu «ser a povoação de
Oliveira de Azeméis e sua freguesia uma das mais consideráveis das
Terras de Santa Maria» e houve por bem dar-lhe a emancipação,
transformando-a em vila e em cabeça de um grande concelho.
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Presentemente, o concelho de Oliveira de
Azeméis é formado pela freguesia, sede e pelas dezoito seguintes:
Carregosa, César, Curujães, Fajões, Loureiro, Macieira de Sarnes,
Macinhata da Seixa, Madaíl, Nogueira do Cravo, OsseIa, Palmaz, Pindelo,
Pinheiro da Bemposta, S. Martinho da Gândara, S. Tiago de Riba Ul,
Travanca, Ul e Vila Chã de S. Roque. O desenvolvimento que este vasto
concelho atingiu e que o levou a ocupar
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um invejável lugar de destaque, é qualquer de tão grande e tão notável
que não pode, de modo algum, descrever-se em reduzidas dimensões.
As belezas naturais – as grandes
responsáveis por muito deste progresso – prenderão para sempre todos
quantos tiveram a felicidade de as poder contemplar: é o majestoso
Parque de La Salette, exuberante de luz, de vegetação, com uma soberba
paisagem que se estende até ao azul do Atlântico; é uma vila limpa,
arejada, em volta dum pequeno mas encantador jardim, verdadeira sala de
visitas onde se recebem tão hospitaleiramente os muitos forasteiros que
a visitam; são as margens tranquilas e deslumbrantes do rio Caima, em
Palmaz; é o inesquecível panorama que nos oferece Macinhata da Seixa com
as suas casas dispostas em anfiteatro e por entre tufos de verdura; são
as imagens de sonho que nos oferece o rio Ul, onde não faltam os tão
remotos e tão característicos moinhos.
Excelentemente situada, servida pelas
melhores vias de comunicação, com transportes a todas as horas e em
todas as direcções, Oliveira de Azeméis é, sem dúvida, uma terra de
futuro. Assim o quiseram os homens de ontem, para isso labutam os homens
de hoje.
Oliveira de Azeméis, sede de um progressivo
concelho, cabeça de vasta comarca que abrange S. João da Madeira e Vale
de Cambra, assistirá, muito brevemente, à inauguração de duas grandes
obras: os edifícios do Palácio da Justiça e da Escola lndustrial e
Comercial. Gratidão é devida aos homens que tornaram realidade estas
grandes aspirações; gratidão merecem todos quantos lutam por' uma
Oliveira de Azeméis melhor.
ANTÓNIO LEITE PINHEIRO DE MAGALHÃES
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