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        NUMA região 
        como a de Aveiro, rica de tradições, com uma etnografia notável, 
        aceita-se e aplaude-se a ideia de um Festival Folclórico. 
        
        
        Assim, O Grupo Folclórico «Tricanas de Aveiro» lança-se 
        ao trabalho da sua organização, procura e alcança o apoio das Entidades 
        directamente ligadas ao Turismo Aveirense e surge-nos o I Festival – 
        Concurso Folclórico do Distrito de Aveiro. 
        
        
        Em boa hora a Comissão Municipal de Turismo de Aveiro deu 
        o seu patrocínio, tornando possível algo se fazer para o renascimento, 
        quiçá para o nascimento de uma das maiores riquezas do Distrito no seu 
        aspecto turístico e tradicional. 
        
        
        A evidente descrença de uns quantos – penitencio-me por 
        descrente que era – não arrefeceu o espírito animoso de um conjunto de 
        jovens que, à frente das «Tricanas de Aveiro», reacende o fogo sagrado 
        do folclore de que a cidade, e o seu Distrito, tem os mais ricos 
        motivos. 
        
        
        Frente a nós, frente a um público que rejubila com as 
        danças e cantares das suas gentes, desfilam Grupos Folclóricos e Ranchos 
        Regionais do Distrito, presenças comprovativas das imensas 
        possibilidades na concretização de um cartaz turístico de que a Região 
        está necessitada. 
        
        
        Mas, sempre há um «mas», torna-se necessário, 
        imperiosamente necessário, coordenar, corrigir, regulamentar, as 
        diatribes de uns quantos que se lançam em «aventuras» na improvisação de 
        um folclore que, coreograficamente vistoso, é inexistente como tradição. 
        
        
        Para o facto chamamos a atenção das Entidades 
        responsáveis, desde as Comissões Municipais de Turismo às Câmaras 
        Municipais, desde as Juntas de Turismo ao Secretariado Nacional da 
        Informação, de modo que o folclore seja, como a deve ser, a imagem 
        retrospectiva de uma tradição nos usos e costumes. 
        
        
          
        O grupo Folclórico de Cidacos (Oliveira 
        de Azeméis) – 2.º classificado, em plena exibição. 
        
        
        Mantenham-se os Grupos Folclóricos ou Ranchos Regionais 
        que representam a verdade das ricas tradições da nossa Terra, cartaz 
        turístico que, sem cicerone, mostra a quem nos visita a expressão do 
        passado e do futuro de um povo que baila, canta e ri, a par do mourejar 
        constante do dia-a-dia; proíbam-se, terminante e oficialmente, aqueles 
        que do trabalho fazem palco de espectáculo revisteiro, adulterando um 
        dos 
        / 37 / mais 
        belos cartazes de turismo, já por si ignorado na sua plena extensão. 
        
        
        Esta a necessidade que esteve presente no I 
        Festival Concurso Folclórico do Distrito de Aveiro, onde a seriedade de 
        uns contrastou com a «aventura» de outros, pelo que podemos dividir o 
        espectáculo na apresentação intervalada de Grupos Folclóricos e de 
        Grupos Cénicos, porque longe nos mantemos da época carnavalesca que 
        melhor poderia catalogar algumas apresentações. 
        
        
          
        
        
        Há que louvar, porém, a iniciativa das «Tricanas de 
        Aveiro» e o apoio pessoal e oficial do Presidente da Comissão Municipal 
        de Turismo de Aveiro, Eng.º Alberto Branco Lopes, a quem pertence a 
        afirmação: «Será um tomar de pulso às nossas possibilidades folclóricas, 
        de que se pensa lançar mão como futuro Cartaz de Turismo. Queremos 
        brindar o turista que nos visita com a apresentação de agrupamentos 
        seleccionados e essa selecção tem hoje o seu início. Esta a razão que 
        inspirou o nosso patrocínio.» 
        
        
        Afirme-se, desde já, alcançado o objectivo na selecção 
        que se procurava e louve-se a isenção de um júri presidido pelo 
        Presidente da Comissão Municipal de Turismo e constituída por D. Maria 
        Helena Paulo, Alberto Casimiro Ferreira da Silva, Arnaldo de Almeida de 
        Vasconcelos e João Artur Trindade Salgueiro. 
        
        
        A classificação arbitrada, satisfazendo gregos e 
        troianos, é demonstrativa da verdadeira escala dos valores presentes, 
        até num primeiro lugar «ex-aequo» atribuído ao Grupo Folclórico de Ovar 
        e ao Grupo Folclórico «As Ceifeiras de S. Martinho de Fajões», com as 
        taças «Comissão Municipal de Turismo de Aveiro», e um segundo lugar 
        atribuído ao Grupo Folclórico de Cidacos, premiado com a Taça «Grupo 
        Folclórico Tricanas de Aveiro»; sem dúvida alguma os principais em 
        mérito e exibição, típicos no traje, sérios nos números apresentados. 
        
        
        A estranhar, dado o carácter selectivo imposto ao 
        Festival-Concurso, a ausência dos conjuntos de comprovado mérito, aliás, 
        reconhecido aquém e além fronteiras, como o de Arouca, «Cancioneiro de 
        Águeda» e «Como se canta e dança em Paços de Brandão», já apresentadas 
        ao público na rádio e na televisão e que têm honrado o nosso folclore 
        distrital de Aveiro em festivais internacionais. 
        
        
        Para uma selecção que busque o melhor, para futuro cartaz 
        turístico, ideia primeira do dinâmico Presidente da Comissão Municipal 
        de Turismo de Aveiro, há que contar com eles. 
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