ENTRE as estâncias de turismo portuguesas, Espinho
conquistou, há muito, o seu lugar, impondo-se entre as primeiras. Para
este facto, reconhecido sobejamente pela frequência sempre crescente de
viajantes que a procuram na ansiedade de umas férias agradáveis,
contribuíram várias circunstâncias, tais como a amenidade do clima, as
facilidades de deslocação, o seu mar batido e limpo, a pequena distância
a que se encontra da capital do Norte, e, ainda, a atmosfera de
civilização que se respira e não pode deixar de ser indiferente a todas
as pessoas de bom gosto.
Em Espinho, o turista, para recreio do seu espírito,
encontra a par da comodidade fornecida pelos modernos hotéis, o encanto
sugestivo e pitoresco da faina da gente do mar.
O seu Casino, dos melhores da Península, oferece durante
a estação calmosa as mais variadas diversões, sem contar com os jogos de
que é zona oficial.
Nesta praia faz-se uma vida moderna, trepidante. A sua
frequência é distintíssima, contando-se a par das melhores famílias
portuguesas muitos estrangeiros, entre os quais predomina o elemento
espanhol.
Espinho tem todos os anos uma surpresa guardada para
regalo dos seus inúmeros frequentadores. Na próxima época, embora
lutando com as dificuldades resultantes da guerra, também não será
desiludida a expectativa, devendo inaugurar-se a monumental
Piscina-Solário, das mais amplas e perfeitas da Europa, possuindo
balneário e «dancing» anexos.
Espinho continua assim, brilhantemente, as suas tradições
de sempre. Pode mesmo afirmar-se que o progresso é notório em todos os
sectores; e isto como lógica consequência do esforço inteligente e
audacioso do Município, orientado pela mentalidade esclarecida do seu
ilustre presidente, sr. dr. Alfredo Temudo Côrte-Real.
A vila, de cunho acentuadamente industrial, oferece, ao
contrário do que sucede com outras localidades, um agradável aspecto de
asseio, e para a beneficiar foram levadas a cabo várias obras, como a
construção da cadeia concelhia, prolongamento da esplanada da beira-mar
até ao bairro piscatório e calcetamento a cubos de várias ruas e praças.
As entidades competentes também não descuraram o grave
problema da assistência. Esta é ministrada quase exclusivamente pela
Santa Casa da Misericórdia, que acaba de sofrer uma completa
remodelação, encontrando-se instalada em edifício que reúne as condições
necessárias de asseio e conforto e, apetrechada com a mais moderna
aparelhagem cirúrgica e de enfermagem.
Pela obra realizada nos últimos tempos com nítida visão
do que deve ser, modernamente, o turismo, merecem todos os elogios as
entidades oficiais e a iniciativa particular do concelho de Espinho.
Mas, para que esta obra seja total e perfeita, como se impõe para tão
privilegiada região, ficamos aguardando a construção das avenidas
marginais que liguem Espinho com a vizinha praia da Granja e com a
Barrinha de Esmoriz, tornando esta última aproveitável para a prática de
desportos náuticos. Então, Espinho teria dado mais um grande passo em
frente.
Ao encerrarmos esta notícia, não devemos esquecer o nome
do sr. dr. Castro Soares, antigo presidente da Câmara Municipal
de Espinho e actual Governador Civil de Coimbra, a quem aquele concelho
deve grande parte dos seus melhoramentos.
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