Vista de Castelo de Paiva

POR esse Portugal fora não há região que não possua seu interesse e carácter. Todas, por mais humildes, guardam qualquer curiosidade digna da visita dos viajantes.

Numas são os hábitos simples e patriarcais do povo, noutras o encanto dos monumentos e igrejas, em quase todas, os motivos folclóricos mais variados e que abundam de norte a sul.

Além destas razões, só por si suficientes para justificarem o interesse dos desconhecidos, temos os motivos de ordem puramente turística.

Devemos incluir neste caso, não só a obra fornecida pela natureza, mas aquela que resulta do esforço inteligente e objectivo do homem.

Uma região pode ser rica em atractivos naturais; mas se o homem, com o seu espírito empreendedor, a não tiver modernizado e provido das indispensáveis condições de higiene e conforto, dificilmente poderá captar o interesse das pessoas amigas de viajar. Isto quer significar que qualquer vila ou lugarejo, para complemento das suas condições atractivas, não deve descurar o asseio das suas ruas e a existência, pelo menos, duma pensão ou pousada onde não faltem as mais elementares condições de higiene.

Neste capítulo, Castelo de Paiva fornece exemplo digno de ser seguido. Nos últimos tempos, como consequência lógica do esforço despendido pela digna vereação da Câmara Municipal, a que preside, muito judiciosamente, o espírito esclarecido do sr. Padre José Moreira Pinto de Queirós, tem-se verificado em todo o concelho um nítido progresso.

Entre outras obras dignas de registo, pelo que vêm valorizar a região, devem mencionar-se: a grande reparação de que foram objecto as estradas municipais 1 e 2; o empedramento da estrada da Marujosa a Folgoso; abertura do caminho vicinal de Pedorico a Gaído; e construção do muro de suporte do caminho de Carreiros.

Mas não fica por aqui o espírito de iniciativa dos homens que presidem aos destinos da região. Para muito breve já se encontram projectadas as seguintes obras: construção das estradas de Folgoso e Santa Eufêmia a Pegão; ponte das Lagarteiras e ponteIo do Ribeiro da Igreja; fontanários nos lugares do Crasto e do Castelo; e empedramento das estradas da Venda Nova a S. Lourenço e de Carcavelos a Santa Eufêmia.

É uma obra de indiscutível interesse local, mas, para que seja total, pensa-se, e muito bem, para a primeira oportunidade, na construção dum cais nas Fontainhas e reparação do importantíssimo cais do Castelo, na margem esquerda do Douro.

O concelho de Castelo de Paiva é uma região de ritmo próspero e feliz. Os seus habitantes auxiliados pelo espírito empreendedor das autoridades municipais, devem encarar o futuro com confiança.

Não devemos deixar sem referência o espírito benemerente da população, que substitui uma larga assistência organizada, embora as entidades oficiais não deixem de velar pelos mais necessitados.

Além disso, está para breve a instalação do Hospital, obra indispensável que aguarda, apenas, a aprovação dos respectivos Estatutos.

Enfim, Castelo de Paiva, nem por ficar afastado do centro do Distrito, tem menor interesse que os outros concelhos, dispondo de aspectos de paisagem que não esquecem, mormente alguns recantos das pitorescas margens do Douro.

 

 

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