3. Actores
3.1. Listagens dos
reitores:
▪ João de Moura Coutinho de Almeida de Eça (desde a
fundação a 1854);
Imagem de João de Moura Coutinho, 1.º
reitor do Liceu de Aveiro -->
▪ Manuel Joaquim de Oliveira Santos - reitor interino
(1854-55);
▪ João de Moura Coutinho de Almeida de Eça (Fevereiro a
Julho de 1856);
▪ Germano António Ernesto de Pinho - reitor interino
(1856/57);
/
16 /
▪ Francisco José de Oliveira Queirós (1857/61);
▪ Manuel Gonçalves Figueiredo (1862);
▪ Germano António Ernesto de Pinho - reitor interino
(1863);
▪ Manuel Gonçalves Figueiredo (1864/69);
▪ Clemente Pereira Gomes de Carvalho (1869/71)
▪ João José Pereira de Sousa e Sá - reitor interino
(1871);
▪ João de Moura Coutinho de Almeida de Eça (1871/1885);
▪ João José Pereira de Sousa e Sá - reitor interino
(1886);
▪ Cónego José Cândido de Oliveira Vidal (1886/92);
▪ João da Maia Romão - reitor interino (1892);
▪ Manuel Gonçalves Figueiredo (1892/94);
▪ João da Maia Romão - reitor interino (1894);
▪ Manuel Gonçalves Figueiredo (1894/95);
▪ Francisco Augusto da Fonseca Regala (1895/1910);
▪ Álvaro de Moura Coutinho de Almeida de Eça (1910/26) *;
▪ José Pereira Tavares - reitor interino (1926);
▪ Álvaro de Moura Coutinho de Almeida de Eça (1926) **;
▪ José Pereira Tavares (1926/1931);
▪ João Joaquim Pires (1931/1938); ***
▪ Luís Tavares de Lima - vice-reitor (1938);
▪ Feliciano Ramos? (férias grandes de 1938); ****
▪ Euclides Simões de Araújo (1938/1940);
▪ José Pereira Tavares (1940/57) - aposentado, por limite
de idade, a 30 de Janeiro de 1957;
▪ António Fernando Marques da Rocha (1957) - vice-reitor.
Em funções até 28 de Março;
▪ Orlando de Oliveira (1957/74). Com a Revolução do 25 de
Abril alterações profundas se dão na direcção do liceu. A 30 de Abril,
na reunião do Conselho Disciplinar, o reitor Orlando de Oliveira informa
da sua intenção de apresentar atestado médico, "pelo que entregava a
direcção da escola ao seu legal substituto" (Acta da
reunião do Conselho Escolar de 3 de Maio de 1974).
(5) Mas, na mesma
tarde, "deu entrada na secretaria do liceu um
requerimento do senhor reitor a pedir a exoneração do cargo".
(6) Ficava assim o
poder entregue ao vice-reitor, José Gomes Bento, que, na reunião de 1 de
Agosto do Conselho Escolar, já aparece com o cargo de
Presidente da Comissão de Gestão
(7), comissão
homologada por ofício de 9 de Agosto. Na reunião de 10 de Setembro José
Gomes Bento fala do seu pedido de demissão e declara já
não dar aulas "em Outubro próximo"
(8).
Terminava assim, em definitivo, o velho modelo de gestão
dos liceus. É então o tempo das Comissões de Gestão. Aproximava-se o
tempo em que os próprios liceus iriam estar em causa.
* Por doença, o reitor foi substituído no cargo, entre 2
de Janeiro de 1926 e 12 de Abril de 1926.
/
17 /
** Álvaro Coutinho de Almeida de Eça morreu no exercício
de funções em 9 de Julho de 1926. Entretanto e dando cumprimento às
orientações do governo da Ditadura, fora eleito para o cargo José
Pereira Tavares, que viria a ser nomeado em 14 de Julho do mesmo ano. A
reunião do Conselho Escolar de 9 de Julho é dirigida por Manuel
Rodrigues Vieira, como professor mais antigo. A primeira reunião do
Conselho Escolar dirigida por José Pereira Tavares, como reitor
efectivo, é de 24 de Julho de 1926.
*** Morreu, como reitor, a 11 de Maio de 1938.
**** Na obra póstuma de José Pereira Tavares, Exame de
Consciência, afirma-se: «Depois de fugacíssima passagem do prof.
Feliciano Ramos pela reitoria do nosso liceu (férias
grandes de 1938), veio a ser nomeado reitor o prof. Euclides de Araújo (...).»
(9). De resto não
encontrei registo da sua passagem por Aveiro.
3.2. Identificação das iniciativas de associativismo,
nomeadamente pela sua longevidade, estrutura (sede/estatutos) e
actividades.
Associações de estudantes
A Academia do Liceu de Aveiro, até Fevereiro de 1934,
regia-se por "usos e costumes". A eleição do
presidente era "consentida" para não contrariar os estudantes.
(10)
Graças aos esforços de Agostinho da Silva, então
professor do liceu, elaboraram-se as bases da Associação Escolar, nos
moldes da Associação do Liceu Normal de Lisboa, que
são aprovados por Despacho do Ministro da Instrução de 27 de Fevereiro
de 1934.
(11)
Por força do decreto 32 334, de 31 de Agosto de 1942,
foram os bens da Associação Escolar entregues aos centros n.º 2 da MP e
n.º 1 da MPF. (12)
Desenvolveu, nos poucos anos que teve de existência livre, uma acção
muito significativa. Deu corpo a um jornal de importância (“A Voz
Académica”), dinamizou o desporto e levou a cabo muitas iniciativas de
índole diversa.
Associações de ex-alunos
"Sociedade dos Antigos Alunos do Liceu de Aveiro", com
estatutos aprovados por despacho do Ministro da
Instrução de 18 de Abril de 1929
(13). Prestou
relevantes serviços como pagamento de propinas a alunos carenciados,
financiou um prémio para o melhor aluno de Português, custeou as
despesas de publicação do Anuário e apoiou a cantina
Escolar.
(14)
À data da publicação do último Anuário (1962/63)
continuava activa. Ainda hoje existe
Solidárias e associações de âmbito caritativo
Solidárias
A primeira referência às Solidárias aparece-nos no
Relatório do Reitor do ano de 1927/28, parte integrante do Anuário do
mesmo ano. Nele, afirma José Pereira Tavares: «Devido à iniciativa e
exclusiva direcção do professor Fonseca Júnior,
/ 18 /
lançaram-se os fundamentos das «solidárias» das primeiras classes (...)
experiência que deu os mais lisonjeiros resultados (...)»
(15). É de supor
que a experiência não foi seguida nos anos imediatos, apesar da sua
avaliação positiva, pois que o Director das 2.ª e 3.ª classes, Assis
Maia, em 1934, refere-se assim ao assunto: «Já em 1927/28, por
iniciativa do colega dedicado, Fonseca Júnior, funcionaram neste liceu,
nas primeiras classes, estas magníficas instituições escolares.
Este ano, porém, e pela acção perseverante, do prezado
colega, Agostinho da Silva, generalizou-se o sistema a todas as classes
e turmas e com óptimos resultados.»
(16)
Foi nesse ano que se publicou o Regulamento provisório das
Solidárias. (17)
Diga-se, de passagem, que elas estavam previstas nos Estatutos da
Associação Escolar do Liceu, no seu capítulo II.
Caixa Escolar José Estêvão Coelho de Magalhães
Deve-se ao reitor Augusto Regala a criação, em 27 de
Dezembro de 1909, da Caixa Escolar José Estêvão Coelho de Magalhães,
exactamente um dia depois da passagem do 1.º Centenário da morte do
ilustre parlamentar e por ocasião das celebrações então realizadas. O
modelo foi o do Liceu da Lapa, cujo reitor incentivou o seu homólogo de
Aveiro à criação da referida instituição. Diga-se
ainda que esta foi mais uma tentativa, já que nos anos anteriores outras
se tinham gorado. (18)
Auxiliar a realização de excursões escolares era o principal objectivo
da criação da Caixa Escolar.
Dos parcos fundos da Caixa se queixava o reitor no seu
relatório do ano lectivo de 1914/15. «Passando agora a falar da
Caixa-Escolar (...) por causa da exiguidade da sua dotação, com desgosto
tenho de confessar que a sua actividade, tendo sido
muito moderada, desde a sua fundação, declinou muito neste ano (...).»
(19) No último
relatório autónomo, datado de 2 de Agosto de 1933, Francisco Ferreira
Neves, Presidente da Direcção, indica as seguintes actividades: subsídio
de 12 alunos pobres; baile para recolha de fundos nos salões do liceu;
passeio de barco pela ria de Aveiro e rio Vouga para os associados.
Deixava um fundo de reserva de 4 981$33 na Caixa Geral
de Depósitos, um saldo de caixa de 145$00 e material escolar no valor de
912$50 (20). No
ano seguinte, com a instituição da Associação Escolar do Liceu de José
Estêvão, passa a Caixa Escolar a ser uma das secções da referida
Associação, com o objectivo de conceder «subsídios e outros auxílios de
ordem económica, empréstimo de livros de estudo,
isenção do pagamento de cotas e venda de artigos escolares.»
(21) Os tempos
são de "normalização" e em breve a Mocidade Portuguesa absorverá estas
instituições.
Orfeão académico
No actual estado das nossas investigações é difícil fazer
um grande historial desta instituição. Sabemos, no entanto, porque a
isso há referências, de actuações diversas do orfeão e sabemos também
que este «ficou definitivamente constituído durante o
ano lectivo de 1926/27».(22)
Como também sabemos que, já em 1909, durante as comemorações do 1.º
centenário do nascimento de José Estêvão, o orfeão do
Liceu de Aveiro actuou cantando um hino a José Estêvão.
(23)
_____________________________________________
(5)
−
Livro de Actas do Conselho Escolar (1922-1975), p. 176.
(6)
−
Idem, bidem.
(7)
−
Idem, p.179.
(8)
−
Idem, p. 181v.
(9)
− José
Pereira Tavares, Exame de Consciência, Aveiro, 1999, p.129.
(10)
− Cf.
Anuário do Liceu de José Estêvão (19331 34), Aveiro, 1934, p. 94.
(11) − Cf. Idem,
pp. 97, 105.
(12) − Cf. Anuário
do Liceu de José Estêvão (19421 43), Aveiro, s/d, p. 29.
(13) − Cf. Anuário
do Liceu de José Estêvão (19281 29), Aveiro, 1929, pp. 85-92.
(14) − Cf. Anuário
do Liceu de José Estêvão (1932/ 33), Aveiro, 1933, p. 91
(15)
− Anuário do Liceu de José Estêvão (19271 28), Aveiro, 1928, p. X.
(16)
− Anuário do Liceu de José Estêvão (19331 34), Aveiro, 1934, p.66.
(17)
− Idem, pp.103-105.
(18)
− Cf. Anuário do Liceu de Aveiro (1909/10), Aveiro, 1911, p. 13.
(19)
− Anuário do Liceu Central de Aveiro (19141 15), Aveiro, 1916, p. 12.
(20)
− Cf. Anuário do Liceu de José Estêvão (1932/ 33), Aveiro, 1933, pp.
90-91.
(21)
− Idem, p. 98.
(22)
− Anuário do Liceu de José Estêvão (1926/27). Aveiro, 1927, p. Vl.
(23)
− No “Arquivo do Distrito de Aveiro”, vol. XXVIII, p. 318, transcreve-se
a letra do hino que o orfeão, sob a regência do rev. António Gonçalves
Esteves, cantou no átrio do Liceu.
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