2. Instalações
2.1. Inventariação das instalações provisórias
Como já foi dito em 1.3. houve, entre a
data da instalação do Liceu e a inauguração do primeiro edifício
definitivo, diversas instalações provisórias: o Paço Episcopal, uma casa
não referenciada de forma inequívoca nas actas, uma casa particular
pertencente a Francisco José Pinho Ravara e dependências do Convento de
Santo António.
2.1.1. Paço Episcopal
Situação administrativa – desconhecida
Tipologia − Palacete dos Tavares, que
servia de Paço Episcopal.
2.1.2. Casa
particular
− situação completamente desconhecida
2.1.3. Edifício da antiga Rua de Santa
Catarina
Situação administrativa − edifício
alugado
Tipologia – moradia
2.1.4. Dependências do Convento de Santo
António
Situação administrativa − edifício cedido
com realização de significativas obras de adaptação.
Tipologia − ala de um convento
Duração e condições da situação
provisória
A ocupação deste espaços foi sempre feita
por tempos muito curtos (e já referidos em 1.3.). Quanto às condições,
não seriam certamente as melhores, o que se prova pelo lançamento, em
1855, do projecto de construção de um edifício de raiz para o Liceu de
Aveiro, o primeiro que em Portugal se fez para o efeito.
2.2. Caracterização do primeiro edifício
expressamente concebido para o efeito
Edifício Praça da
República - Actual Escola Secundária Homem Cristo
Edifício construído nas ruínas da antiga
Albergaria de S. Brás, por pressão política do ilustre aveirense José
Estêvão Coelho de Magalhães.
/ 13 /
Nome do autor do projecto
− Agostinho Lopes Pereira Nunes, Director das Obras Públicas do distrito
de Aveiro.
Número de alunos
para que foi projectado
− desconhecido. Refira-se, no entanto, que durante muitos anos o
edifício esteve subaproveitado, pois, além de nele funcionar o Liceu,
também foi obrigado a receber, durante 43 longos anos, as Repartições do
Governo Civil e da Fazenda. Isto de 1864 a 1907.
O crescimento da população escolar nos
alvores do século XX obrigou a que, finalmente, o Liceu de Aveiro
tivesse como único fim aquele para que fora construído. Mas já não
chegava.
Obras de adaptação
− o regime de classes imposto pela Reforma da Instrução Secundária de 14
de Agosto de 1895, obrigou a adaptações na planta original do liceu e
deu origem à divisão das salas Norte e Sul em «tres compartimentos, dois
iguais e um maior.» (Acta do Conselho Escolar de 2 de Novembro de 1895).
Obras de ampliação
− Tenta-se a aquisição, a partir do ano de 1908, "para
recreio, dos alunos, [d]o terreno adjacente à fachada posterior do
edifício" (4) que
serviria para a construção de um ginásio, ginásio esse só construído em
1916, com 240 m2 e 6 m de alto, na mesma altura em que se fizeram
algumas obras de restauro. Pelo decreto 5676 (“Diário do Governo” n.º
98, 9º suplemento de 10 de Maio de 1919) declara-se de utilidade pública
e expropria-se um prédio urbano e anexos para aí instalar alguns
serviços do liceu e onde se fizeram pequenas obras de adaptação. Este
espaço, será, doravante, conhecido como o Anexo. Durante a parte final
dos anos 20 e durante os anos 30 travar-se-á uma enorme luta pela
dignificação desses espaços. Tal não será possível e no inicio dos anos
40 parece claro que o futuro passará pela construção, de raiz, de um
novo edifício para o liceu da cidade.
2.3. Caracterização do segundo edifício
expressamente concebido para o efeito − actual Escola Secundária de José
Estêvão
O decreto-lei de 24 de Abril de 1944
destina, para a construção do novo edifício do liceu de Aveiro, 3900
contos, desde que a Câmara comprasse o terreno para a implantação do
novo edifício e se comprometesse a adquirir o edifício da Praça da
República. O liceu veio a construir-se na então chamada Quinta das
Agras.
Nome dos autores do projecto:
Arquitectura − Arq. José Costa e Silva
Engenharia civil − Eng.º Inácio F. da
Silva
Engenharia electrotécnica – Eng.º António
Lopes Monteiro
Medições e Orçamento − Ag. técnico
Alfredo de Oliveira
Mobiliário − Jorge Neto Tavela de Sousa
/ 14 /
Construtor
− Eng.º José Pereira Zagalo
As obras começaram com as terraplanagens
e fundações a 16 de Agosto de 1948, terminaram em Abril de 1952, foram
entregues a 25 de Maio de 1952 (actual dia da Escola) e nele decorrem
aulas desde o dia 13 de Outubro de 1952.
Número de alunos
para que foi projectado
− c. de 600 alunos (16 turmas) número imediatamente ultrapassado no
primeiro ano em que funcionou nas novas instalações. Refira-se, a
propósito, o crescimento exponencial de população escolar da cidade. Se,
em 1951/52, último ano nas antigas instalações, o número de alunos
matriculados era de 574, no último ano do reitorado de José Pereira
Tavares (1956/57) já era de 913.
Alterações à construção inicial
Obras de ampliação
− lançadas pelo concurso público da Direcção Geral dos Edifícios e
Monumentos Nacionais, em 22 de Setembro de 1961, com base de licitação
de 1.280.000$00. Constava da construção de uma nova ala no lado sul do
liceu, com três pisos, para instalar uma nova cozinha, um novo
refeitório, um laboratório de ciências, uma sala de desenho e seis salas
normais. Estavam as obras quase concluídas no final do ano lectivo de
1962/63, conforme o Anuário relativo a esse ano.
Instalações específicas
|
Inicialmente previstas |
Existentes em 1974 |
Número de salas normais |
17 |
23 * |
Número de salas especiais: |
|
|
Física |
|
|
Laboratório |
1 |
1 |
Anfiteatro de demonstração (para Física e
Química) |
1 |
1 |
Gabinete das balanças |
1 |
1 |
Depósito de material |
1 |
1 |
Câmara escura |
1 |
1 |
Química |
|
|
|
|
|
Laboratório |
1 |
1 |
Depósito de material |
1 |
1 |
Ciências |
|
|
Museu |
1 |
1 |
Laboratório |
|
1 * |
Sala específica |
|
1 ** |
Laboratório de Ciências |
|
1 *** |
Geografia |
|
|
Gabinete de Ciências |
|
|
Geográfico-Naturais |
1 |
1 |
Desenho |
|
|
Salas de aula |
2 |
3 * |
Música |
|
|
Salas de canto coral |
2 |
2 |
Lavores |
|
|
Sala de aula |
1 *** |
|
Trabalhos Manuais |
|
|
Sala de aula |
|
1 **** |
Biblioteca |
|
|
Sala de leitura |
1 |
1 |
Anexos |
2 |
2 |
Ginásio |
|
|
Ginásio/sala de espectáculos |
1 |
1 |
Palco |
1 |
1 |
Vestiário - alunas |
1 |
1 |
Vestiário - alunos |
1 |
1 |
Balneário - alunas |
1 |
1 |
Balneário - alunos |
1 |
1 |
Gabinete - professor |
1 |
1 |
Cozinha |
1 |
1 * |
Refeitório |
1 |
1 * |
Sanitários |
8 |
8 |
Gabinete do reitor |
1 |
1 |
Arquivo |
1 |
1 |
Sala de professores |
1 |
1 |
Vestiário professores |
1 |
1 |
Gabinete de director de ciclo |
2 |
2 |
Gabinete médico |
1 |
1 |
Sala de espera |
1 |
1 |
Sala de tratamentos |
1 |
1 |
Secretaria |
1 |
1 |
Sala de alunas |
|
2 **** |
Vestiário geral |
2 |
1 ***** |
* Fruto da construção da ala sul
* * Fruto de adaptações de um vestiário
* * * Antiga sala de lavores
* * * * A necessidade de utilização destes espaços para
outros fins em breve levou ao deslocamento destas actividades
para espaços mais exíguos
* * * * * O outro vestiário geral transformou-se em
Sala de Ciências. |
________________________________________
(4)
− Anuário do Liceu
Nacional de Aveiro (1908/09), Aveiro, 1910, p. 14.
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