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        Fernando Alberto Lacerda 
        
        
        É um pouco para fazer um bocado a cobertura também, 
        temporal, relativamente a outro período que eu estive noutro Conselho 
        Directivo, na Jaime Magalhães Lima, de que era Presidente a Margarida 
        Rosa Vinagreira, e que reflecte outro momento e eu diria quase, em 
        termos de experiência pessoal, pronto, situava um pouco a minha 
        intervenção dentro das aspirações e dos anseios e da tentativa de olhar 
        a Escola numa outra perspectiva que o Carlos Dias há bocado situou, era 
        um pouco essa a minha postura, a tentativa de perceber por dentro a 
        orgânica do funcionamento da Escola numa perspectiva... eu não queria 
        usar a palavra superior, mas ela aqui quase tem esse cabimento, essa 
        aceitação. 
        
        
        Posso, de certo modo, hoje, e com o desfasamento do tempo 
        que isso me permite, em termos de balanço posso dizer que tenho duas 
        memórias distintas, e tenho uma primeira memória com alguns aspectos 
        menos positivos e uma segunda memória, a mais recente e a experiência 
        partilhada com este último Conselho Directivo, uma experiência bastante 
        mais positiva, nomeadamente, e situando estes dois aspectos de 
        avaliação, ao nível do plano de concretização dos objectivos a que nos 
        tínhamos proposto. Ou seja, ainda que nós não queiramos a dinâmica que o 
        colectivo dos gestores, passo a expressão, mas o colectivo do Conselho 
        Directivo, acaba por ser uma dinâmica que resulta muito, também, do 
        perfil das pessoas, e quando alguns Conselhos Directivos se formavam de 
        um modo quase intempestivo, isto é, não havendo listas que apareciam de 
        forma organizada e as pessoas se contactavam pontualmente para aceitarem 
        fazer 
        
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        parte de um grupo de trabalho que nem sempre conheciam muito bem, isso 
        traria alguns percalços mais tarde ou mais cedo, e alguns superavam-se 
        naturalmente, como tudo... mas outros acabavam por marcar de uma forma, 
        nem sempre positiva, o processo de desenvolvimento de trabalho que, 
        eventualmente, se viesse a desenvolver; ou seja, se, por mero acaso, o 
        colectivo das pessoas se entendia bem e o perfil de todos eles se 
        ajustava, o trabalho podia ser muito rentável, caso contrário, as 
        quezílias que às vezes resultavam podem transpirar, ou podem de certo 
        modo sentir-se no resto da comunidade educativa, que sente também, de 
        algum modo, esse tipo de situações. 
        
        
        Estas duas memórias que eu tenho não se referem apenas ao 
        meu momento de passagem em anos nos Conselhos Directivos, referem-se aos 
        Conselhos Directivos que passaram por aquela Escola. 
        
        
        Da minha memória faz parte o Fernando Leitão, penso que 
        com dois mandatos, um na Comissão Instaladora e outro no Conselho 
        Directivo, e que marcou, de forma mais ou menos indelével, mas marcou 
        aquela Escola que estava a iniciar e que, como a Helena disse há 
        bocadinho, é uma Escola que por ser recente e por não ter um passado 
        histórico muito longo, marcado num tempo com outro tipo de 
        características, lhe faltará também alguma definição, isto é, é uma 
        Escola que ainda hoje anda à procura de se encontrar e de se afirmar, 
        definindo-se nalguma perspectiva. E o Fernando Leitão marcou na Jaime 
        Magalhães Lima, então Escola Secundária de Esgueira, marcou de certo 
        modo um perfil de bonomia, que ele representa, e de aceitação fácil e de 
        sã convivência, e era um pouco isto que havia no espírito das pessoas 
        que entravam para aquela Escola. Com o tempo e 
        
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        com a agitação e o stress que se foi instalando a par do 
        crescimento da Escola, as coisas foram-se mudando um pouco, enfim, quer 
        dizer, perdeu-se um pouco aquela característica e... a Escola não terá 
        andado à deriva, mas também não conseguiu uma característica que a 
        definisse e que a colocasse numa posição, de certo modo, com 
        características próprias e que fosse apontada como sendo aquela, aquela 
        Escola, com um determinado tipo de perfil. Hoje parece-me que o 
        processo, e pelos contornos a que a própria gestão obriga, que se venha 
        a orientar o plano futuro, parece-me que a Escola poderá encontrar, 
        então, a tal via e, digamos, situar-se dentro de um plano que no 
        conjunto das Escolas de Aveiro tenha um lugar próprio e que não se 
        confunda com outras Escolas, uma vez que até aqui tem vindo um pouco à 
        sombra da sua própria existência porque não se consegue afirmar de uma 
        forma positiva. 
        
        
        O próprio projecto da humanização das escola resulta 
        muito deste aspecto além de outras actividades, que já foram referidas 
        também pela Helena, que têm essa particularidade de transformar a Escola 
        sem uma definição própria numa Escola com algum sentido e com um 
        percurso próprio que venha a fazer nos próximos anos. 
        
        
        É basicamente era isto, quer dizer, são as duas memórias 
        distintas que eu tenho, não só situadas na minha participação, mas um 
        pouco a representarem também a própria evolução da Escola, que é uma 
        Escola recente e que tem estas características. 
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