Acesso à hierarquia superior

4ª Série - Número 2 - Junho de 1999 - pp. 21-28

1. Um (cyber)zero

"A geração NET acabou de chegar (...) O que torna essa geração tão diferente das anteriores é o facto de ser a primeira a crescer rodeada dos media digitais. Nalguns países e em diversos estratos sociais, os computadores estão em casa, na escola, na fábrica e no escritório (...) São miúdos submergidos em bits, que os julgam parte integrante do ambiente em que vivem. Em suma, algo tão natural como a própria vida".

Executive Digest DIGITAL, Dez 1997, p.19

 

Não invento nada. Limito-me a trazer para aqui o que os autores que refiro na bibliografia disseram acerca dos benefícios/riscos do "cyberprogresso". Nada mais. Por isso, irei deixar falar os autores, partilhando com eles algumas interrogações e algumas "suspeitas".

 

2. Uma entrada

A geração NET é filha da era digital. A revolução das comunicações está a "lançar" uma nova geração, um novo mundo, uma nova mentalidade, novas solidariedades e novas afectividades. Criou-se um novo espaço, o "espaço do saber", onde os intelectos colectivos "reconstituem um plano de imanência do significado, onde os seres, os signos e as coisas reencontram uma relação dinâmica de participação mútua, escapando tanto às separações do Território como aos espectaculares circuitos do Mercado" (Lévy, 1997:209). Este "espaço do saber" assume-se como o cenário da tomada da palavra contínua e efectiva, marcando o regresso do real à esfera da significação pela implicação de seres vivos.

Num tempo em que o prefixo "cyber" invade as diferentes áreas da actividade humana (cybercultura, cyberpolítica, cyberespaço...), num tempo em que a magia dos "mundos virtuais" acolhe e seduz um público cada vez mais diverso e plural, cada vez mais numeroso e apaixonado, é oportuna uma ligeira passagem por este universo que, definitivamente, "programa" a nossa agenda quotidiana (pessoal, social, existencial). Para Pierre Lévy, estamos a assistir à emergência de uma outra "inteligência colectiva", de que as novas tecnologias da informações constituem o instrumento privilegiado. / 22 / 

Esta "inteligência colectiva" são "comunidades humanas que comunicam no seu seio, que se pensam a si próprias, partilhando e negociando permanentemente as suas relações e os seus contextos de significações partilhadas" (ibid.:242).

As novas tecnologias da informação ilustram o lugar central ocupado pela informação e pela comunicação na sociedade contemporânea, já que, a partir de novos serviços informáticos, das telecomunicações e da televisão, se anunciou o nascimento de uma nova sociedade.

Em menos de 20 anos este tema da sociedade da informação impôs-se com um sucesso considerável, legitimado pela perspectiva, pelas indústrias da comunicação, pelas tecnocracias, pelos media. A tal ponto que nos é permitido falar de uma "ideologia técnica" com alguma originalidade. Entendida, aqui, a ideologia como um conjunto de ideias, de crenças, de doutrinas próprias de uma época, de uma sociedade ou de uma classe. A sua configuração, porém, é vinculada a um contexto histórico. E não se confunde com uma ideologia científica, tal como foi publicitada no séc. XIX.

A ideologia técnica tem um impacto social considerável, precisamente porque é modesta e instrumental. É verdade que, como toda a ideologia, ela pretende transformar o mundo, mas fá-lo a partir de realidades compreensíveis por toda a gente. Por outras palavras: a sua modéstia aparente é uma garantia do seu sucesso, associada à sua dimensão instrumental. É que a técnica permite a comunicação em todas as direcções e azimutes, enquanto a ciência não abre essa possibilidade. A emergência de uma sociedade da comunicação, sonhada e desejada, em consequência disto, "desculpabiliza" as "prisões" associadas à "sedução" da técnica. Um exemplo disto poderá ser a Internet, rede que, hoje, fascina e seduz, deslumbra e disponibiliza espaços lúdicos e de prazer.

Há mais de 20 anos que se fala da "sociedade da informação e da comunicação". As primeiras referências datam dos anos 70. Mas são os anos 90 que "popularizam" esta realidade, ao ponto de se transformar num dos assuntos centrais do espaço público e dos media. O nosso tempo assiste, todos os dias, à "sacralização" dos méritos e das promessas das "auto-estradas da informação", das virtudes da interactividade e dos prodígios da internet. É como se, de repente, passássemos do arcaísmo às "utopias informacionais", depois aos mercados florescentes, enfim, às mutações sociais e culturais, revolucionando tudo em simultâneo: o trabalho, a educação, os lazeres, os serviços.

Emerge um espaço dinâmico de subjectividade colectiva. Ubiquidade da informação, um universo aberto pelo carácter "virtualizante" e "desterritorializante" do cyberespaço.

A NET aí está. Para nosso consumo. Qual a fonte de tal sucesso?

 

3. Uma (cyber)digressão

Embora minoritárias, demograficamente, as novas tecnologias invadiram todo o espaço humano e social: nos media, nas conversas, nas referências. / 23 /

É, porém, a significação cultural que se impõe e que nos interessa. É preciso compreender as razões do sucesso das novas tecnologias. O computador transformou-se num "objecto-farol", tal como o automóvel nos anos 50/60. As motivações de tal salto são, essencialmente, de ordem cultural.

Cinco razões, complementares, explicam este movimento actual (Wolton, 1997:246-254):

Ruptura com os "mass-media";

Aventura duma geração . Símbolo da modernidade;

Resposta a uma certa angústia antropológica;

Sonho dum "curto-circuito" para o desenvolvimento dos países pobres

 

a) – ruptura com os "mass-media"

Por três razões fundamentais:

primeiro, a televisão faz parte do presente indefinido, enquanto a NET está do lado do futuro;

segundo, o utilizador tem o sentimento de se tornar activo, não se limitando a um mero receptor de imagens, mas assumindo-se como um actor/criador, como um hermeneuta das mensagens que circulam. É certo que a televisão temática deixa a impressão de que a escolha existe, mas é de uma lógica da recepção que se trata. Com o computador, mergulha-se num outro espaço: existe o teclado, não imagens;

terceiro, nesta relação, o utilizador tem o sentimento de agir individualmente, até mesmo de dialogar com um outro, interioriza um espaço de interactividade. A interacção proporcionada pelo teclado deixa a sensação de responsabilidade e de acção. É que as novas tecnologias respondem à necessidade de uma comunicação imediata. «A internet é o inverso da televisão; o intercâmbio tem a primazia sobre a imagem.» (ibid.:246). Não importa o conteúdo, mas a própria mensagem que deixa o sentimento de um espaço interactivo e, mesmo, público (onde a distância «se esconde»). O sentimento de igualdade sobressai num percurso onde os «internautas» são timoneiros/parceiros da comunicação. Estamos num espaço onde cada um toma a palavra e se serve dela ao estilo «faça você mesmo». Sujeito/actor do «cyberacontecimento comunicacional». Como se as hierarquias se desvanecessem no espaço da «navegação virtual».

 

b) – aventura cultural duma geração

O sucesso das novas tecnologias da informação são o sinal duma geração. Uma geração que nasceu com a televisão, viu os seus pais consagrar-lhe uma parte considerável do seu tempo, e que, de repente, tem a sensação de criar o seu próprio território de aventuras, de poder inventar alguma coisa, e, assim, distinguir-se das gerações anteriores. Esta "nova geração" esboça e constrói uma autêntica subcultura para se afirmar na diferença. É um novo espaço, um novo território, palco de novas aventuras e de novas sensações/emoções, de novas conquistas e de novas descobertas. Um espaço de actividades que têm um futuro, onde se podem criar outras solidariedades e outras formas de sociabilidade, onde há lugar para a invenção / 24 / de uma nova arte de viver, onde as "alfândegas" dão lugar a "zonas francas" sem "polícias de fronteira". Geram-se "novos sistemas de proximidade", pois os seres humanos "não habitam apenas o espaço físico ou geométrico, vivem também e simultaneamente em espaços afectivos, estéticos, sociais, históricos", em "espaços de ginificação" (Lévy, 1997:180). Ou, como afirma Cardoso (1998:25), "os utilizadores da Internet e do ciberespaço não se limitam a ser processadores solitários da informação, são também seres sociais. Não procuram apenas informação, também buscam pertença, apoio e afirmação, são também actores sociais". Estas dimensões socioculturais exteriores às características propriamente técnicas são importantes.

A cultura da velocidade e o fim das distâncias são notas salientes desta "cybercultura", tal como o deslumbramento e a sedução das novas tecnologias. De facto, poder comunicar com não importa quem, a qualquer hora, em qualquer lugar, sobre não importa o quê, tem algo de fascinante. Há sempre alguém com quem se pode entrar em relação, dispensando-se qualquer elemento de identificação. O importante é ser actor num novo mundo.

A significação cultural da internet parece mais importante do que a batalha económica e industrial, porque estas redes condensam todas as aspirações da sociedade individualista de massa: o indivíduo, o nome, a liberdade, a igualdade, a rapidez, a ausência de constrangimentos. Estamos como que em presença de uma nova figura do universal que se liberta dos territórios, autorizando as comunidades a reforçar as suas identidades e as suas ligações através de redes extraterritorializadas. Uma espécie de "utopia imaterial". É a procura de um outro espaço e de um outro tempo.

A desregulamentação é outro momento desta "cyberaventura". "A liberdade, o imaginário, o «fora de lei» mais do que o «sem lei», com uma mistura de transparência e de novo, dominam neste Far West da comunicação" (ibid.:248). Querem-se "liberdades", deseja-se a "desregulamentação"; é preciso que tudo circule. A regulamentação da "cybernavegação" surge como um poderoso obstáculo à livre circulação da "mercadoria"; as censuras ao "livre trânsito" são entendidas como limitações à liberdade.

Esta geração alimenta a esperança de criar uma outra cultura, uma outra sociedade, baseada na "solidariedade tecnológica"; um universo sem fronteiras.

 

c) – símbolo da modernidade

As tecnologias da comunicação não ameaçam a natureza como o nuclear; trata-se de objecto imaterial, convivial, directo, instantâneo, criando uma realidade virtual que não tem necessidade de se justificar por relação a uma tradição. As redes, na sua disponibilidade lúdica, "favorecem a iniciativa individual e o conhecimento". A magia das novas tecnologias da comunicação e da modernidade, que elas simbolizam, reside no facto de estarmos em presença de instrumentos que não reclamam qualquer esforço, libertando o homem de toda a preocupação e lançando-o num universo silencioso como o cyberespaço. Esta "cyberdigressão" estabelece a ligação ecologia-comunicação, preocupação em destaque na modernidade. É que / 25 / a (cyber)sociedade não degrada a (real)sociedade, mas respeita-a.

Por outro lado, a Internet gera conhecimentos, talvez um dos símbolos maiores do séc. XX.

Esta aventura simboliza o sonho dum mundo fraternal, sem fronteiras, sem hierarquias sociais ou culturais. Todos os indivíduos podem entrar na rede. É a emergência duma "sociedade da omnipresença". O ecrã toma-se o lugar das representações da modernidade com o que ela tem de melhor: o ideal da transparência e da imediaticidade. 

A NET anuncia, simultaneamente, as promessas de um trabalho mais livre e descentralizado, anuncia uma nova cultura do trabalho onde as hierarquias inúteis se dispensam. O mesmo acontece com a educação.

 

d) – uma resposta à angústia antropológica moderna

A NET resolve algumas angústias culturais contemporâneas. E deste ponto de vista pode-se dizer que "a adesão, quase excessiva, que estas novas técnicas suscitam, é talvez também um meio de domesticar o medo que elas despertam" (ibid.:250). Uma espécie de fenómeno "contrafóbico" ou "adesão reaccional".

Há algo de misterioso, de inquietante mesmo, nesta comunicação planetária. Mas, não podendo opor-se à ciência nem à técnica, mais vale aderir ao espaço comunicacional e informacional da NET, como que para conjurar o medo. A aproximação a esse espaço protege, deixando a sensação de menos medo e da sua domesticação. Além disso, é uma forma de conciliar consumo e conhecimento, desejo baseado na acusação dirigida à geração dos anos 80/90 de priorizar o consumo. Aqui, há consumo, mas por uma boa causa, o que favorece um clima mais aliviado entre jovens/geração adulta. Por outro lado, esta forma de "consumo tecnológico" é menos constrangente que a comunicação directa. E o prazer está aí. Não é preciso gerir a presença do outro. Podemos testemunhar, aqui, uma das contradições da antropologia moderna: "comunicar, sem os constrangimentos impostos pelo outro" (ibid.:251).

Estes espaços interactivos resolvem dois problemas existenciais da modernidade: a "solidão e a necessidade de solidariedade". É possível sair da solidão e encontrar a solidariedade desejada. O exemplo do correio electrónico aí está para o confirmar. Este meio é tanto mais sedutor quanto é garantido que não haverá sanção da realidade, dada a sua natureza individual, secreta, pessoal.

Aqui reside o charme e a ambiguidade da palavra virtual. Se, na verdade, a virtualidade seduz tanto, é porque ela escapa a uma sanção real. Fica-se num universo de "entre-dois". A navegação virtual instala-nos no mundo escapando-lhe, situação que corresponde ao contexto contemporâneo, ao mesmo tempo presente e ausente. Presença e distância, duas marcas da contemporaneidade, como o são o saber e a impotência. Nestas circunstâncias, o cidadão moderno refugia-se na interactividade virtual, a mais adequada resposta à ambiguidade existencial do homem.

A comunicação virtual desempenha o papel de substituto parcial das ideologias. O sucesso das novas tecnologias estaria à altura das / 26 / decepções ideológicas do nosso século, e é nisso que elas se ligam a uma certa angústia antropológica. O "fracasso" das ideologias foi o suporte que conduziu à busca de "refúgio" no "espaço virtual".

Uma nova religião? Distância entre o ideal e o real, materializado, simbolicamente, no "universo virtual"? Presença/distância como "protocolos" legitimados pelos factos? Discutível esta visão? Não constituirá um apontamento do nosso quotidiano esta procura de refúgios para as "reciclagens existenciais"?

 

e) – o "curto-circuito" do desenvolvimento mundial

Já se disse que as novas tecnologias da comunicação permitem um encurtamento das distâncias e favorecem a instantaneidade da comunicação planetária. Reconhece-se aí a existência de condições para saltar uma etapa na interminável corrente desenvolvimentista. As tecnologias da comunicação constituem os meios de "curto-circuitar" as etapas do desenvolvimento, reduzindo, em consequência, o desvio entre países ricos e os outros países.

Esta geração do ano 2000, sensível à comunicação e à solidariedade, vê, nestes instrumentos, o meio de neutralizar o domínio implacável dos países ricos. Equipados com terminais e integrados nas redes mundiais, saberão servir os seus próprios interesses. As novas tecnologias da comunicação permitiriam uma outra solidariedade, a atenuação do "efeito fronteira", a afirmação de novas competências. Deste modo, afirmar-se-ia a ideia de que estes instrumentos permitiriam uma nova pilotagem da economia, "marginalizando-se" as concepções ideológicas de tais tecnologias, que só aumentariam o poder e o domínio político e económico sobre países tecnologicamente mais fragilizados.

 

4. Uma saída…

O espectacular desenvolvimento das tecnologias da informação e da comunicação desencadeia, à escala planetária, um fenómeno de transformação civilizacional: a era industrial e a "sociedade de consumo" vão cedendo, progressivamente, o lugar ao que se designa por "sociedade da informação". Esta transformação é visível em diversos espaços: economia, finanças, comércio, lazer, investigação, educação, mass-media. Novas formas de vida e de criatividade se abrem ao homem.

Podemos apontar alguns pontos que poderão desencadear espaços de reflexão e de discussão:

a) – caminha-se para uma globalização centrada no controlo dos media ("redes globais"); este controlo torna-se um campo estratégico nos planos político, tecnológico, industrial e cultural;

b) – a globalização dos mercados, dos circuitos da finança e do conjunto das redes imateriais conduz a uma radical desregulamentação sobre as telecomunicações, o que constitui um prenúncio do declínio do papel do Estado-Nação e do serviço público; é o triunfo da empresa, dos seus valores, do interesse privado e das forças de mercado;

c) – a "liberdade de expressão" sofre a concorrência da "liberdade de expressão comercial, / 27 / apresentada como um novo "direito do homem"; assiste-se a "uma tensão constante entre a soberania absoluta do consumidor de a vontade dos cidadãos garantida pelo democracia" (Ramonet, 1998:139); esta "liberdade de expressão comercial" é inseparável do velho princípio do free flow of information (livre fluxo de informação) que ignora a questão das desigualdades em matéria de comunicação; não existe fronteira entre "liberdade propriamente dita" e "liberdade de fazer comércio"; o que se torna premente, neste espaço de "novas famílias" (passe a expressão), é a necessidade de deixar funcionar uma concorrência livre num mercado livre entre indivíduos livres; isto pode exprimir-se do seguinte modo: deixem as pessoas assistir ao que elas desejam. Deixai-as com a liberdade de apreciar. Tenhamos confiança no seu bom gosto. A única sanção aplicada a um produto cultural deve ser o seu fracasso ou sucesso no mercado (ibid.:140);

d) – para além de algumas "desordens cibersociais, ciberculturais, cibereconómicas, ciberpolíticas", o rápido desenvolvimento da Internet cria uma nova desigualdade entre inforricos e infopobres; um exemplo: há mais linhas telefónicas instaladas na ilha de Manhatan (Nova York) do que em toda a África Negra.

 

5. Um (cyber)final possível…

 

"Os cidadãos lembram-se das advertências feitas, há alguns anos, por George Orwell e Aldous Huxley contra o falso progresso de um mundo administrado por uma polícia do pensamento. Eles temem a possibilidade de um condicionamento subtil das mentalidades à escala planetária. No grande esquema industrial concebido pelos proprietários das empresas de lazer, cada um constata que a informação é, antes de tudo, considerada como uma mercadoria; e que, de longe, esse carácter leva a melhor sobre a missão fundamental dos media: esclarecer e enriquecer o debate democrático.

As novas tecnologias não poderão contribuir para o aperfeiçoamento da democracia, a não ser que lutemos, em primeiro lugar, contra a caricatura de sociedade mundial preparada pelas multinacionais envolvidas, desenfreadamente, na construção das auto-estradas da informação" (ibid.:146).

As "novas tecnologias da informação e da comunicação" não se constituirão em nova ideologia? Em nome da eficácia, do mercado, da rentabilização, da racionalidade técnica e produtiva? Não estaremos perante a emergência de novos poderes anunciados pelas "novas tecnologias"? Não estaremos perante a realidade, ou, pelo menos, a gestação, de uma globalização da cultura (world culture)?

Será legítimo falar de "liberdade ameaçada"? As "novas tecnologias da informação e da comunicação" não representarão uma iminente "usurpação" da "privacidade humana"? Que fronteiras se desenham na definição dos novos limites" público/privado? Que direitos sobram neste "novo mundo"? Novas leis, novas políticas, novos costumes? Novas responsabilidades? Novas morais?

Como conciliar esta "hipotética" ameaça à "privacidade" com o anúncio trazido por esta "nova cultura" de uma "individualidade! privacidade" garantida? ■  / 28 /

 

BIBLIOGRAFIA

Cardoso, Gustavo (1998), Para uma Sociologia do Ciberespaço, Oeiras, Celta Editora.

Lévy, Pierre (1997), A Inteligência Colectiva. Para uma Antropologia do Ciberespaço, Lisboa, Instituto Piaget.

Tapscott, Don (1997), O Mundo da Geração Net, in DIGITAL, Suplemento de Executive Digest, n.º 0, Dez., pp.18-26.

Ramonet, Ignacio (1998), Geopolítica do Caos, Petrópolis, Editora Vozes.

Wolton, Dominique (1997), Penser la Communication, Paris, Flammarion.

Alcino Cartaxo

Maio 1999