apresentação
Maria Teresa Nogueira Ilharco Caldeira de Sousa,
professora
Maria Teresa Nogueira Ilharco Caldeira de Sousa,
licenciada em Ciências Matemáticas pela Universidade de Coimbra, foi
professora do ensino secundário de Matemática desde os anos 50 até 1992,
altura em que se aposentou. Começou por leccionar no ensino particular e
iniciou a sua carreira de professora do ensino público em 1957, no Liceu
Nacional de Beja. Maria Teresa e o marido, Manuel Caldeira de Sousa,
também professor de Matemática, vêm para Aveiro e entram para o Liceu
José Estêvão (depois Escola Secundária de José Estêvão) em 1970, onde se
mantêm até 1989, altura em que voltam para Beja.
Na Escola Secundária José Estêvão, Maria Teresa
desempenha todas as funções. Para os professores desta Escola, Maria
Teresa é lembrada pelo seu desempenho nas tarefas de lançamento dos anos
escolares, especialmente nas comissões encarregadas da elaboração de
horários. Mas é principalmente a orientadora pedagógica dos professores
de Matemática de Aveiro. Começou por orientar estágios na Escola João
Afonso de Aveiro em 1974/75, mas é na Escola José Estêvão que vai
orientar estágios a partir de 1977 até abandonar Aveiro. Professores de
várias gerações foram orientados por ela.
Há poucas pessoas com a experiência pedagógica prática de
Maria Teresa, mas é, sem sombra de dúvida a pessoa que melhor conheceu o
sistema de formação de professores de Matemática pela Universidade de
Aveiro. Maria Teresa orientou os estágios dos primeiros bacharéis saídos
da Universidade e de várias gerações de licenciados.
António Aurélio Fernandes, Arsélio Martins e Manuel
Arcêncio da Silva deslocaram-se a Beja e passaram um dia a ouvir falar
Maria Teresa de vários assuntos – da vida pessoal e da vida
profissional. Parte dessa conversa vastíssima foi reconstituída para ser
agora apresentada aos leitores da LABOR. Como é óbvio, deixámos de fora
muitos dos assuntos abordados (pessoais e de experiência profissional).
Mas o que se publica chega para apreender como era a educação no tempo
da infância e adolescência de Maria Teresa, como era o ensino
universitário, como se iniciava a profissão docente, como viviam os
professores...
A vida de Maria Teresa Caldeira permite às novas gerações
de professores "medir" as mudanças na educação e ensino e na profissão
docente. Iludimos as perguntas, as nossas achegas sobre os diversos
assuntos de que fala Maria Teresa. Quisemos que só se ouvisse essa "voz
da experiência".
E pedimos desculpa aos leitores por não termos tempo e
espaço para a reconstrução da totalidade dos caminhos e das lições de
vida de Maria Teresa.
Esta é um primeiro exercício da revista LABOR naquilo que mais diz aos
objectivos da revista e da associação que a publica: a identidade
cultural e profissional dos professores pela via da memória e da
reflexão dos docentes é um processo de construção ou de reconstrução, o
que se mostra está num espelho que reflecte desde o que fomos até ao que
somos ou pretendemos ser ou fingimos ser.
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A Redacção.
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