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        APRESENTAÇÕES DE TRABALHOS A PÚBLICO 
        
        
        Respirando de apresentação em apresentação, o vício pelos 
        trabalhos dos meus alunos em criação Teatral está colado no quotidiano 
        da minha alma, sempre na esperança do deslumbramento. Eu também vivo do 
        fascínio, da capacidade de ser sensível. 
        
        
        É sempre maravilhoso ver e sentir um trabalho que chega 
        ao "fim". 
        
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        A perplexidade do espectador é verdadeiramente 
        apaixonante quando percebe a paixão com que os obstáculos do espaço e da 
        forma, que resultam numa composição estética, se encontram 
        verdadeiramente casados com os outros signos de uma obra. Quando se lê 
        um texto ou guião antes de o ver teatralizado, é como a escrita a fugir 
        de um limbo, porque a reencarnação não se adiou mais. Fica no ar uma 
        sensação castradora em comunhão com o espectador por causa dum 
        espectáculo ser tão efémero. É sempre um questionar do ser, ou um repor 
        de elementos soltos no seu lugar, ou mesmo a explosão espalhadora desses 
        elementos. Quando todos os elementos componentes do espectáculo são 
        fortes, tudo se torna magnífico, quando essa força nos provoca e 
        sugestiona uma constante atenção à reformulação de pensamentos, os 
        objectivos são cumpridos, e instala-se-nos uma bebedeira de gestos, sons 
        e odores de outros sentidos a pairar na nossa mente, que nos faz viver 
        sorrindo pela beleza, e ao mesmo tempo, tilinta o nosso cérebro para 
        constatar a pequenez de cada um. Ali confronta-se a realidade e o 
        verosímil, incendeiam-se emoções, refutam-se experiências. 
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