Dando continuidade ao texto publicado no último ALIÁS,
venho apresentar mais alguns aspectos do sistema educativo japonês que
então não tive oportunidade de tratar.
Calendário escolar
Ao contrário de muitos países europeus e americanos, o
ano lectivo no Japão começa a 1 de Abril e termina a 31 de Março do ano
seguinte. O ano escolar corresponde ao ano fiscal.
Tanto nas escolas primárias como nas escolas secundárias
inferiores, o ano lectivo é dividido em crês períodos: de Abril a Julho;
de Setembro a Dezembro; de Janeiro a Março. A maioria das escolas
secundárias superiores adoptam o ano escolar de crês períodos, porém
algumas, delas seguem o sistema de semestres (usualmente o 1.º semestre
compreende os meses de Abril a Setembro e o segundo de Outubro a Março).
As universidades adoptam geralmente o sistema de dois semestres.
As férias ocorrem no Verão (fins de Julho a fins de
Agosto); no Inverno (imediatamente antes e depois do Ano Novo) e na
Primavera (normal do ano escolar). As datas do início e termo das férias
de Verão variam de acordo com as diferentes localidades e os diferentes
tipos de instituição. Algumas escolas rurais concedem férias no tempo da
lavoura, na Primavera e no Outono e, nesses casos, as férias de Verão
são reduzidas.
Currículos das Escolas Primárias e Escolas Secundárias
Inferiores
Os quadros que a seguir se apresentam mostram as matérias
leccionadas nas escolas primárias e nas escolas secundárias inferiores,
assim como o número padrão de horas de aula exigidas anualmente para
cada disciplina, de acordo com o "Curso de Estudos" iniciado em 1980 nas
escolas primárias e em 1981 nas escolas secundárias inferiores.
Em Março de 1989 foi feita uma reforma curricular que
entrará em vigor no ano lectivo de 1992, nas escolas primárias, e nas
escolas secundárias inferiores em 1993 (a nível geral, pois já está a
ser aplicado progressivamente desde 1991).
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Currículo das Escolas Secundárias Superiores
O quadro que se segue mostra as áreas disciplinares
leccionadas e o número padrão de créditos exigido para cada disciplina,
de acordo com o actual "Curso de Estudos", em vigor desde 1982. A
reforma curricular, atrás referida, abrange também as escolas
secundárias superiores, onde entrará em vigor a partir de 1994. A fim de
completar qualquer curso da escola secundária superior, o aluno deve
adquirir 80 créditos ou mais (um crédito consiste em 35 horas de aula,
sendo cada hora escolar de 50 minutos).
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Livros Escolares
Todos os livros escolares têm de ser autorizados pelo
Ministério da Educação, Ciência e Cultura, sendo a maioria deles
publicados por editoras comerciais. Há no entanto alguns editados pelo
próprio Ministério, destinados a certas áreas vocacionais das escolas
secundárias superiores ou a escolas especiais de deficientes. A escolha
dos livros a adoptar nas escolas públicas é feita pelos departamentos de
educação locais a cada três anos. Os livros são distribuídos
gratuitamente pelo governo nacional a todos os alunos das escolas
primárias e das escolas secundárias inferiores, tanto públicas como
privadas. Os alunos das escolas secundárias superiores compram os seus
próprios livros, salvo algumas excepções.
Em 1990 o orçamento ministerial para a distribuição
gratuita de livros escolares foi de 39,6 biliões de Yens.
Professores
Número de professores por sexo
A distribuição percentual de professores por sexo varia
segundo os diferentes tipos de escola. O número de mulheres professoras
ronda os 93,8% nos jardins de infância e 57,5% nas escolas primárias. Ao
nível do ensino secundário, a proporção de mulheres professoras é
relativamente limitada: 35,7% no ensino seco inferior e 20,1 % no ensino
secundário superior. Ao nível do ensino superior a proporção de mulheres
professoras é de 38,3% nas universidades juniores, enquanto que nas
universidades é muito baixa.
Número de professores segundo o grau de formação
O quadro que a seguir se apresenta mostra a distribuição
percentual dos professores das escolas primárias e escolas secundárias
segundo o grau de formação. Note-se que os professores com cursos
universitários são a maioria (67,3% nas escolas primárias, 82,0% nas
escolas secundárias inferiores e 90,9% nas escolas secundárias
superiores). O quadro refere-se ao ano de 1986.
Carga horária dos professores
O número médio de horas lectivas semanais dos professores
é de 18,8 nas escolas primárias, 14,9 nas escolas secundárias inferiores
e 14,4 nas escolas secundárias superiores.
Certificados dos professores
Os certificados dos professores são outorgados pelos
departamentos de educação das prefeituras. Um certificado normal passado
por uma prefeitura tem validade permanente para todas as prefeituras.
Para cada nível ou tipo de escola os certificados podem classificar-se
em três categorias: normais, especiais e temporários.
Os certificados especiais procuram atrair pessoas doutras
profissões para a profissão docente. Os certificados temporários são
passados àqueles que não têm qualificação para obterem um certificado
normal, quando há falta de professores. Os certificados normais são de
três classes: avançada, primeira e segunda. No ensino secundário
superior só podem leccionar professores com certificados de classe
avançada ou de 1.ª classe. Os certificados de 1.ª classe podem ser
obtidos com o grau de bacharel; os de classe avançada com o grau de
mestrado e os de 2.ª classe com dois anos de universidade ou
universidade júnior.
Situação Económica dos Professores
Há quatro escalas salariais para os professores: uma para
os professores dos jardim de infância, escolas primárias e escolas
secundárias inferiores, uma segunda para os das escolas secundárias
superiores, uma terceira para os das universidades técnicas e uma quarta
para os profssores das universidades e universidade juniores.
O grau específico ou escalão na escala salarial é
determinado na base de dois factores: grau de formação e tempo de
serviço do professor.
As escalas salariais dos professores são revistas anualmente.
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Além do salário base os professores recebem várias
bonificações como abono de família, subsídio de ajustamento do custo de
vida, subsídio de alojamento e bónus. A mais importante destas
bonificações é o bónus que é pago a todos os professores 3 vezes por ano
num montante total que perfaz cerca de 5 vezes o salário mensal.
O quadro seguinte mostra as médias salariais dos
professores no início da carreira, no ano fiscal de 1989.
Disciplina e alguns Problemas Existentes nas Escola
A disciplina é uma realidade nas escolas japonesas. Ela
evidencia-se na obrigatoriedade do uso de uniforme nas escolas
secundárias, na forma como os alunos estão dispostos na salas de aula (
por ex. uma fila de rapazes, uma fila de raparigas), na maneira ordenada
como os intervalos decorrem, na limpeza das salas de aula (feita pelos
próprios alunos), etc.
Ficou-nos porém uma dúvida em relação à forma como essa
disciplina é imposta. Durante a nossa estadia em Tóquio, fomos
surpreendidos por um artigo publicado num dos jornais diários – Asahi
Evening News –, sob o título "Darkness at School", que alertava para o
problema da repressão existente em escolas secundárias japonesas, sob a
forma de castigos corporais, mesmo por infracções menores. Esta questão
foi colocada a um dos representantes do Ministério, quando da nossa
visita a esta instituição, mas foi-nos respondido que "qualquer tipo de
repressão é proibida por lei".
Há no entanto outro tipo de problemas que as próprias
autoridades escolares japonesas não deixaram de referir, evidenciando em
relação a eles uma certa preocupação. A demasiada competitividade que o
sistema educativo do pós-guerra herdou do anterior é um desses
problemas. Existem também alguns casos de violência e roubos que, até
aos anos 70, só se verificavam no exterior mas que, a partir dos anos
80, passaram para dentro da escola. A televisão terá contribuído, em
parte, para este fenómeno. Alguns casos de fobia escolar e desistências
parecem também preocupar as autoridades escolares japonesas.
Julgo ter apresentado, em linhas gerais, os pontos mais
significativos do sistema educativo japonês. É ele sem dúvida um dos
factores do sucesso do Japão.
Maria Rosário Direito
Quem sai?
Ficaram colocados noutras escolas, em resultado de
concurso, os seguintes professores:
Maria Margarida Moreira, do 4.º B
Joaquim Alberto Pimenta, do 5.º
Maria do Rosário Direito, do 10.º A
Cristina Maria Janicas, do 10.º B.
FELICIDADES ONDE QUER QUE SE ENCONTREM
Os professores Manuel Santos Matos, do 10.º B, e
Francisco Teixeira Homem, de Educação Física, que têm estado deslocados,
saíram também dos quadros da escola.
Nesta escola, realizaram o seu estágio, os seguintes
professores: Helena Maria Pereira Lopes, Helena Marilde Cardoso, Letícia
Costa Martins e Rui Manuel Barbosa (de Matemática); Manuela Sofia
Almeida, Maria Fernanda Castro Maia, Nuno Pedrosa e Paulo Jorge Moreira
(de Física e Química); João Manuel Costa, Maria América Matos, Rosa
Maria Dias, Teresa Margarida Vale (de Português, Latim e Grego); Gina
Maria Ribeiro, Rosa Maria Oliveira, Rui Manuel Ramos e Zita Manuela
Figueiredo (de Português e Francês); Goreti Moreira, Maria Margarida
Monteiro, Sofia Isabel Santos e Zélia Maria Rocha (de Inglês e Alemão);
Ana Paula Sousa, Lama Maria Ferreira, Maria Alexandra Esteves e Maria
Assunção Leal (de Biologia e Geologia).
BOM FUTURO!
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