Há
coisas que valem realmente a pena. São aquelas que, como diz o poeta,
engrandecem cada pedaço da nossa alma e nos fazem grandes perante nós
mesmos; conhecer e salvar o planeta são, indubitavelmente, duas delas.
Na
exposição que visitámos encontrámos os mais variados instrumentos
utilizados por comunidades índias e tivemos oportunidade de ouvir sons
típicos e habituais do ambiente em que se inscreveram estes núcleos
populacionais, como o sussurrar das águas que se passeiam ouvindo uma
saborosa melodia de pássaros exóticos e brisas constrangidas pela
vegetação exuberante.
Notámos,
assistindo a este certame, que uma das preocupações que motivou e
norteou os dinamizadores da exposição foi a preocupação da preservação
da integridade cultural e ambiental destes povos e destes espaços,
respectivamente. Não pudemos deixar de notar com uma nota de prazer
indisfarçável que os Portugueses foram obreiros nesta importante tarefa.
Hoje, salvar e preservar a integridade cultural e ambiental destas
comunidades é tão importante como foi nos séculos do expansionismo
descobri-las e colonizá-las.
Não deixámos também de notar a interacção que se
estabelece entre o tema do certame e o espaço físico onde este decorre,
o Mosteiro dos Jerónimos; duas marcas indeléveis do período da expansão,
uma ao nível humano e civilizacional, outra ao nível
histórico-arquitectónico, ambas ao nível cultural. E, se importa
preservar ambientes e comunidades humanas, importa, do mesmo modo,
preservar algo que faz parte das nossas raízes e da nossa identidade
cultural, o nosso património arquitectónico.
Madalena Jesus Cristo
9.º Ano
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