Escola Secundária José Estêvão, n.º 4, Jul. - Set. de 1991

Conheci a "Labor – Revista do Ensino Liceal" como aluno do Liceu de Aveiro, já nessa altura designado por Liceu de José Estêvão. O Dr. José Pereira Tavares, então seu reitor, costumava oferecer a alguns dos seus alunos de Latim e Português uma ou outra separata da "Labor". Daqui, os meus primeiros contactos com esta Revista, à altura largamente difundida e muito cotada entre os professores do Ensino Liceal a nível do país inteiro.

No primeiro período de publicação, de Janeiro de 1926 a 1940, teve como directores José Tavares e Álvaro Sampaio e por administrador Armando Coimbra. Dizia-se aberta a estudos de carácter científico nas várias áreas do saber humano e, por isso, permitia aos professores dos vários grupos a publicação dos seus artigos; apresentava-se como Revista trimestral de educação e extensão cultural e como propriedade de um grupo de professores do Liceu Vasco da Gama, de Aveiro.

No segundo período, de 1951 a 1958, os seus directores foram José Tavares e José Augusto Teixeira, sendo administrador António Marques da Rocha.

De 1958 a 1972, mantiveram-se os directores do 2.º período, mas o administrador passou a ser José Gomes Bento.

De 1972 a 1973, director José Pereira Tavares e administrador José Gomes Bento.

Como vemos, ao longo dos vários períodos de publicação, houve um director que sempre se manteve e que foi, praticamente, a alma da revista "Labor", durante toda a sua existência.

Podemos informar que a "Labor" chegou ao fim com a publicação dos "Índices", organizados pelo Prof. Falcão Machado, em Junho de 1974, que afirmou, em carta então dirigida ao Dr. José Pereira Tavares, que "o conhecimento do conteúdo da "Labor" é, sem dúvida, uma excelente contribuição para o conhecimento da mentalidade pedagógica nacional, num país onde o que há é, praticamente, história da Pedagogia.

Talvez valha a pena passar os olhos pelos volumes da Revista ou, pelo menos, pelo volume dos Índices, para se poder verificar que grandes nomes da cultura, da investigação e do ensino em Portugal colaboraram nela, prestigiando-a, e aí publicaram estudos, opiniões e críticas que ainda hoje são dignos de menção.

Uma possível História do Ensino na cidade de Aveiro não poderá, sem incorrer em graves lacunas, alhear-se dos conhecimentos, das críticas e das informações incluídos na "Labor", seja com que intenção for, porque daí resultará o reforço positivo da avaliação que dela se veio fazendo ao longo dos tempos.

António Capão

Aliás, Escola Secundária José Estêvão

 

Página anterior Índice de conteúdos Página seguinte

pág. 16