Este
é o 4.º número do Aliás, esta outra forma de estar e ser na escola.
É publicado em Outubro de 1991, depois de todas as mudanças que
podem acontecer de um para outro ano lectivo.
No primeiro
plenário dos professores desta escola, o Aliás foi falado. E bem!
Porque representa e bem uma actividade importante da escola e porque
não representa bem todas as intenções que uma escola é. Cada "autor"
do Aliás representa-se a si mesmo e ao conjunto das pessoas que se
revê nas suas propostas, nas suas opiniões. Pouco mais do que isto é
o agrupamento destas folhas impressas.
Algumas pessoas
"mais avisadas" consideram que "não pode haver outra forma de estar
na escola" senão aquela que inventaram para uma fotografia que
tiraram na juventude e que o tempo não deixou de descolorir. E se
elas não se revêem tão bem como gostariam no Aliás, então que o
Aliás seja condenado a não ser obra de escola ou deixe de ser o que
é para ser o que elas gostariam que fosse. E o que será? Talvez uma
colectânea de textos, de onde emane uma imagem "pura" de escola, uma
escrita floreada sem vida, que tão bem caracteriza os escritos
tocados pela graça de representar tudo e todos e de por esse
artifício representarem nada e ninguém, nem o tempo que passou há
muito tempo (sempre tão brandido), nem o tempo que vivemos, nem o
tempo por viver.
O Aliás
representa um encontro simples entre esta escola e o seu tempo, ao
mesmo tempo que descreve o tempo ido.
Por várias
razões, o Aliás ainda está a publicar alguns artigos cujo espaço
devia ser encontrado noutras revistas (com que não queremos
concorrer). A nossa intenção é tocarmos a escola para sermos a
memória desta escola neste tempo (e isso pode ser discutir as ideias
que a habitam, para além dos dados que a quantificam) e desvelar o
seu passado verdadeiro (também ele de lutas – quem disse que não há
coisas eternas?).
É, por isso, que
hoje publicamos extractos da primeira revista “Labor”, como
publicamos uma primeira acta...
A Direcção e a
Redacção não podem dar-se ao luxo de, sem qualquer opinião e
selecção, aceitarem publicar tudo o que lhes chega às mãos. Mas
haverá algum caso em que não seja assim? Como é possível então que
haja pessoas que tal defendam publicamente? É simples. Há, porque
há. Até agora publicámos tudo o que nos chegou?
O Conselho
Directivo tem dois elementos na Redacção, para todos os efeitos...
Até para intervir na preservação da tal imagem de escola que é
preciso manter. Qual imagem? Que imagem é que se tem mantido? Aliás,
quem é que usa um espelho deformado?
A Redacção |