Nestes tempos de eleições autárquicas, as escolas têm
sido visitadas pelos candidatos dos diversos paridos. A direcção da
escola recebeu todos os que mostraram interesse na visita, mostrou as
Instalações, ouviu e falou.
Manifestamos sempre um grande interesse pela actividade
política e mais interesse ainda temos em procurar influenciar os eleitos
locais. A principal ideia não está tanto em obter apoio para esta ou
aquela satisfação de necessidade premente, mas antes em tentar dar vida
à ideia que a escola (esta e as outras) faz parte da freguesia e do
município, é escola da cidade (e quem nos dera da cidadania pIena). As
escolas secundárias dependem directamente de instâncias regionais e
nacionais do ministério da educação, mas servem a comunidade de Aveiro.
As dificuldades do poder local faz com que muitas vezes as relações da
câmara ou da junta com a escola sejam desqualificadas por esse facto,
até porque em Portugal não é hábito juntar esforços para resolver
problemas, mas é hábito desviarmos a atenção e o olhar do que pudermos
dizer que é “dos outros'" ou que é do "governo central".
Precisamos de marcar a presença. A escola é nacional (no
que respeita a programas de ensino, instalações, recursos humanos, mas é
local. Devia ser o "local" a influenciar a natureza dos serviços de
educação que se prestam. Devia e deve ser o "local” a influenciar o
nacional no sentido de haver resposta a necessidades locais de serviços
de educação.
Sem deixar de ser instrumento de políticas nacionais de
educação veiculadas por programas nacionais, a escola é ou deve ser
Instrumento ao serviço da comunidade local. Se as intenções de poder
local não consideram as escolas, não podemos ter qualquer certeza a
respeito da adequação dos serviços que se prestam.
Esta escola (e também as outras) quer fazer parte e ser
considerada no conjunto das políticas de educação e cultura locais.
Temos sido apoiados pelas instituições locais, mas não queremos ser os
que pedem favores (para tapar esta ou aquela dificuldade que não é
suprida nacionalmente) nem queremos ser os que fazem o favor. Cada
escola de cidadãos habita a cidade, essa onde mostra a cara. As
condições de vida das escolas (de trabalho, de higiene, de vida) são
também ensino de cidadania. A sua integração na vida da cidade é também
lição de participação e democracia. Sem culpas e sem desculpas, se
apresenta a escola de política. ■
Arsélio Martins
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