área escola
uma culpa formada sobre culpa nenhuma
A nossa tradição legislativa mais recente é constituída
por complicações. É como se houvesse necessidade de escrever em forma de
lei tudo aquilo que devemos fazer e não fazemos. Em muitos aspectos dos
direitos, quanto mais pobre é a prática, mais rico é o legislado. Em vez
de aprofundar o apoio e a generalização de práticas correctas no terreno
da vida, há uma tentação de escrever em forma de lei de modo a obrigar a
que todos façam o que poucos fazem e já faziam e a maioria não faz. A
deficiência da formação de professores em certas áreas ou em grandes
áreas integradoras, a organização escolar disciplinar, o sistema e as
concepções dominantes de avaliação, as medições de existência das
escolas e de trabalho de professores e alunos são obstáculos sérios
(quando não intransponíveis) para a educação e ensino por grandes temas
transversais. Ao medo assumido da ignorância especializada que o ensino
disciplinar pode produzir, não correspondem medidas práticas para apoiar
eficazmente as experiências existentes de integração de saberes e muito
menos apostas na formação de professores baseadas nessas experiências,
com o fito de as transferir para locais onde elas não nasceram ou onde
elas feneceram por falta de adubo que uma perspectiva de futuro pode
ser.
Ao invés, o sistema dá-lhes a forma de uma lei que não
pode ser cumprida, ou que sendo aparentemente cumprida (!!) distorce e
derrota as boas intenções que a lei pretende ser. Sobre grandes questões
que exigem mudança de mentalidades e criação de novas medições, bastaria
que a lei abrisse a possibilidade, apontando uma liberdade para lá
chegar e a toda a organização do sistema educativo bastaria
informar/formar sobre as experiências existentes ou sobre as condições
propícias para o nascimento da mudança. Mas não é assim que acontece.
Sem tradições de autonomia, a maioria das escolas fica na expectativa
das ordens e os organismos centrais, incapazes de esperar pelo
pensamento e pelas obras das escolas, desdobram-se em ordens de serviço
regulamentadoras com esquemas de organização e actuação e instruções
para o próprio exercício de liberdade e diversidade que as escolas devem
e podem ser no uso da sua pouca autonomia.
Eis o quadro em que a área escola curricular se desenhou.
E por aqui?
Ao longo dos anos a situação da área-escola (aqui, nesta
escola) foi mudando. Depois de vencer diversas resistências, nos
primeiros anos, com a reforma só a influenciar o ensino básico, a escola
passou por definições a nível de escola por escolha de um tema de escola
que era depois adaptado e desdobrado em cada uma das turmas. Sempre
muito dependente da iniciativa deste ou daquele professor, a área escola
gerou sempre controvérsia e a iniciativa de escola foi-se esgotando.
Quando as turmas do ensino secundário entraram em cena, porque os
programas são compartimentados e extensos nos seus compartimentos e os
professores aparentemente mais especializados e porque as expectativas
dos estudantes mais activos e motivados para o trabalho escolar passam
muito pelas notas, a situação da área escola tendeu a complicar-se. Sem
que os professores soubessem como realizar projectos que não colidissem
com aquilo que chamam de cumprimento do programa e sem estarem
preparados para, ao nível secundário e sem parecer infantil, fazer
participar os saberes disciplinares em propostas de estudo ou projectos
de trabalho integradores, a área escola foi sendo recusada com todos os
argumentos típicos do saber utilitário e necessário, disciplinarmente
especializado e avaliado. Se os professores ainda por cima não
conseguirem esclarecer bem como é que a participação da sua disciplina é
isolada e como é que o trabalho da área escola é integrado na avaliação
(e classificação) da disciplina, os alunos resistem a gastar o precioso
tempo de uma vida em competição fora da competição. À míngua de fazerem
participar conhecimentos científicos que possam avaliar com instrumentos
clássicos (mas isso pode ser feito sem área escola) e incapazes de
integrar uma grande diversidade de produtos na avaliação, os professores
organizam-se para que toda a participação no trabalho de projecto seja
referido a valores e atitudes que não servem como medida ou que não
integram nas classificações. Os atletas de alta competição (3 anos com
barreiras todas praticamente em cima da meta que o ingresso no ensino
superior é) em que foram transformados todos os alunos do ensino
secundário prejudicam muito todas as intenções transdisciplinares ou
multidisciplinares que não tenham a utilidade à vista. Os estudantes
têm, por
/ 9 / isso,
tendência a propor fazer algumas coisas (jornadas de convívio. festas,
visitas de estudo, etc.), cuja organização e promoção ocupam bastante do
seu tempo livre na escola.
A área deste ano...
Neste ano, o Conselho Pedagógico não decidiu qualquer
tema geral para a escola e insistiu na autonomia da turma, do director
de turma e dos professores da turma, para decidir sobre o projecto. Bem
assim insistiu na necessidade de cada um dos professores envolvidos
procurar avaliar o trabalho, o processo, o produto da área escola,
considerando o valor acrescentado pela sua disciplina e considerando as
aprendizagens significativas que a área escola proporciona distintamente
do ensino na sala de aula. Não foram adiantados procedimentos, tipos de
instrumentos, só foi adiantado que a área escola não se podia constituir
como mero instrumento de desgaste sobre urna carga horária já excessiva.
E foi adiantado que as visitas de estudo poderiam e deveriam, sempre que
possível, ser integradas dentro do projecto da área escola.
Como se pode ver da lista de temas da área escola, há
ainda anos que trabalham com temas comuns e há turmas que se juntam para
realizar coisas em conjunto (particularmente no ensino básico – 9.º
ano). Há muita desconfiança relativamente a temas escolhidos para toda a
escola – o texto dos alunos do 11.º ano que escolheram a SIDA como tema
é claro nisso, quando referem a poluição da ria como maldição... Há
muita integração de saberes feita por cada disciplina que não vive sem a
sua história e sem a história e os problemas das suas aplicações,
dependências e ligações. E convém dizer que, pelo menos este ano, as
visitas de estudo tiveram (a maior parte delas) preparações cuidadas e
organizações complicadas, tendo provocado muitas outras actividades
criativas em torno delas e que foram bem visíveis na escola.
Culpa de quê? Porquê?
Concluindo, se não estivesse escrita em forma de lei, o
balanço de todas as actividades integradoras de saberes era extremamente
positivo e estávamos a dizer que a nossa escola, embora precisasse de
introduzir algumas correcções e aprofundamentos em alguns aspectos,
constituía um elevado exemplo. Estando escrita em forma de lei, não
podemos deixar de assumir algumas culpas por não podermos dizer que as
actividades integradoras da área escola foram universalmente aceites ou
tiveram a participação de todas as disciplinas em diversos níveis.
Sobre a a área do próximo ano
Provavelmente, no próximo ano, teremos de constituir,
dentro do Conselho Pedagógico, um grupo autónomo (secção?) em volta do
coordenador dos directores de turma e ligado a um membro do Conselho
Directivo, que trate da área escola. Não tanto para substituir a
autonomia e o trabalho independente das turmas, mas mais para acompanhar
sistematicamente o desenvolvimento dos diversificados projectos e para
fazer uma avaliação do produto final.
(Arsélio Martins)
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Projecto do 10.º F
Actividades para a semana da Escola |
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Tema:
Informática – sua evolução e novas tecnologias Subtema: A máquina
que modifica o mundo.
Objectivos: a) Cultivar o gosto e interesse pela
informática; b) Dar a conhecer à comunidade escolar o papel do
computador no mundo actual;
c) Fortalecer a relação sócio-afectiva através de espaços
lúdicos e de socialização proporcionados ao longo da semana de
exposição.
Actividades a realizar:
a) Informática: evolução – serão abertos 4 computadores + 1 Pentium com
caixa transparente.
b) Informática: tecnologias – estarão ao dispor de todos
os alunos 2 computadores em rede com um jogo, 2 computadores em
diferentes tipos de utilitários com diferentes tipos de rede, 1
computador com programas feitos pelos alunos ao longo do ano lectivo, 1
computador com o Windows 95, 1 computador com UNIX, 1 computador com
multimédia e placa de vídeo, 1 computador ligado a um "scanner", 1
computador ligado a um "data display", impressoras (jacto de tinta,
Iaser e plotter), cartazes de informação sobre as actividades a
desenvolver
Recursos necessários:
sala 27 – tecnologias; sala 33 – jogos de computador; sala RIA – ligação
à internet
Data da realização:
26 a 30 de Abril, das 9h 30m às 12h.
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