Amélia Maria Moreira, Maria do Rosário Ruivo e Mónica
Sofia Carvalho
A SALA DE ESTUDO
A sala de estudo surge como um projecto que, nascendo de
uma reflexão acerca do Apoio Pedagógico Acrescido (APA), difere deste
não só ao nível de pressupostos base como da fundamentação e concepção
práticas. A APA tem sido entendido numa perspectiva remediativa,
destinada a obviar dificuldades, colmatar falhas, contribuindo assim
para aproximar o nível de conhecimentos dos alunos ao programa da
disciplina.
A ênfase na "falta de bases" é testemunha de um ensino
remediativo, centrado na acumulação de conhecimentos. Sabe-se que o
aluno que beneficia de APA necessita de ser incentivado e estimulado
cognitivamente e que só a aula normal não chega, pois o que aproveita é
pouco. A duplicação desta em APA, apesar dos esforços de alguns em
diagnosticar dificuldades e efectuar consequentes adaptações, parecem
não responder às necessidades dos alunos que se debatem com as mesmas
dificuldades de compreensão, falta de competências de leitura e escrita,
para já não falar de dificuldades motivacionais e de auto-controlo.
Não responsabilizamos o APA pela não superação dessas
dificuldades, nem somos ingénuos ao ponto de pensar que a "sala de
estudo" o poderá fazer. A problemática é bem mais complexa.
Concretizemos: achamos que com este projecto talvez se possa
sensibilizar e ajudar os alunos a adquirir competências básicas de
leitura e de escrita, a desenvolver estratégias de aprendizagem, o
espírito critico, a iniciativa de diálogo, o gosto pelo debate.
De que modo? Através da discussão de temas (à escolha dos
alunos ou propostos); da leitura e análise de textos variados
(relacionados ou não com as disciplinas); pela motivação de discussões
espontâneas sobre temas de inter-esse e actualidade a que os alunos
fazem referência.
A espontaneidade é o fio condutor deste projecto, do qual
o aluno é sempre o ponto de partida, procurando-se que seja ele a ter
iniciativa.
Entendemos ser mais importante trabalhar pré-requisitos
necessários a qualquer tipo de aprendizagem – é aqui que radica, em
nosso entender, a "falta de bases" – do que trabalhar conhecimentos com
vista ao acompanhamento do programa. Vamos começar pelo princípio.
& A ARTICULAÇÃO DA SALA DE ESTUDO
COM O GABINETE DE PSICOLOGIA
Numa primeira fase, esta articulação poderá ser efectuada
através das actividades de apoio psicopedagógico, a desenvolver junto
dos alunos do 8.º ano.
As actividades conjuntas terão como objectivos:
1. Incentivar atitudes de auto-análise, relativamente ao
comportamento de estudo,
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forma a que os alunos consciencializem os comportamentos, atitudes e
estratégias que influenciam a sua aprendizagem. Pretende-se que reforcem
os factores favoráveis e mudem os que afectam negativamente os seus
resultados.
2. Ajudar a criar condições favoráveis ao estudo:
aprender a controlar o tempo de estudo, com planeamento, organização do
local de estudo, controlo da concentração e atenção.
3. Desenvolvimento de estratégias cognitivas no âmbito da
compreensão da leitura.
Alguns destes aspectos serão trabalhados pelos
professores da sala de estudo ou ainda numa actividade conjunta, de
acordo com a planificação a efectuar. Este trabalho será sistemático, de
uma hora semanal.
Dado que alguns dos alunos acompanhados ao nível do
gabinete de psicologia beneficiariam do trabalho de desenvolvimento
cognitivo no âmbito das metodologias de estudo, sempre que possível e
necessário, este trabalho será efectuado em articulação com a professora
da sala de estudo.
Sempre que forem detectadas necessidades em alunos que
frequentam a sala de estudo, poderão ser planificadas acções, de
carácter pontual ou sistemático, a desenvolver em colaboração com a
psicóloga. A título de exemplo, podem "oferecer-se" acções sobre
"Ansiedade nos testes", "Desenvolvimento da atenção/concentração", e
"Motivação/ estabelecimento de objectivos pessoais e
auto-responsabilização na aprendizagem".
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HISTÓRIA VIVA
A Câmara Municipal de Aveiro convidou as escolas do
concelho para participarem numa Recriação Histórica da visita a Aveiro
de EI Rei D. Luís em 28 de Outubro de 1887. A nossa escola mostrou-se
interessada e neste momento decorrem as “negociações" entre as várias
escolas envolvidas e a Câmara Municipal.
Do programa ainda fazem parte a recriação de uma pequena
feira de finais do século XIX e um concurso sobre os Caminhos de Ferro.
Esperamos que estas iniciativas se realizem entre finais
de Abril e princípios do mês de Maio.
XVII ENCONTRO DE TEATRO NA ESCOLA
Este Encontro Nacional, a realizar entre 26 e 30 de
Abril, vai ser organizado este ano pela Escola Secundária de José
Estêvão. Desde há vários meses, que um grupo de professores, alunos e
membros da comunidade se empenham na organização do Encontro. Formou-se
mesmo uma secção informal no Conselho Pedagógico que enquadra e se
responsabiliza pela iniciativa. O Encontro de Teatro na Escola é uma
grande iniciativa e, á sua volta, se devem concentrar as energias da
escola e as diversas actividades que habitualmente se preparam para as
comemorações do dia da escola. O Encontro de Teatro conta com cada um
dos professores e dos alunos para ser, para além de tudo o que já é, um
grande encontro das escolas e uma grande festa desta escola na sua
cidade.
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