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Associação de Pais
Programa |
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Há quatro frentes em que devemos intervir:
- Em primeiro lugar, junto dos restantes Encarregados de
Educação, promovendo e divulgando acções com psicólogos, educadores,
artistas. Devem-se privilegiar, ainda, as relações com as outras
Associações de Pais.
- Também com os alunos do Liceu José Estêvão devemos
manter um contacto mais forte, designadamente através da Associação de
Estudantes, que poderá ser apoiada, em iniciativas consideradas
relevantes. Seria, ainda, interessante, organizar Colóquios sobre temas
como a toxicodependência, a educação sexual, as vantagens de praticar
desporto, os cuidados básicos a ter com a higiene e a saúde… A criação
de alguns prémios incentivaria ainda os alunos desta escola a cumprirem
melhor as suas tarefas.
- O terceiro elo desta cadeia é a Comunidade. Entre ela e
a Escola deve haver uma interdependência. Os jovens devem ser orientados
para intervir socialmente, através de serviços voluntários ou doações,
colaborando, por exemplo, com o Hospital, a Cerciav, os Centros de
Terceira Idade. Deve-lhes ser facultada uma sólida Educação Cívica. Por
sua vez, as empresas da região poderiam aceitar abrir as suas portas aos
alunos da Escola mais frequentemente, em visitas de estudo, ou mesmo em
tarefas práticas, que poriam os jovens em contacto com a vida activa.
Organizações de solidariedade poderiam ainda ser contactadas para que
ajudassem os estudantes com comprovadas dificuldades.
- Finalmente, considero que será desejável estabelecer um
proveitoso contacto com os professores e funcionários da Escola. Uma
participação activa e colaborante em órgãos com o Conselho Directivo e o
Conselho Pedagógico é fundamental. Sugiro a organização de um convívio
anual, com Encarregados de Educação, alunos, professores, contínuos e
outros membros da Comunidade, com a realização de actividades
desportivas, lúdicas e musicais.
Carlos Santos
Presidente da Direcção da APEELJE
escola de 89/90: balanços
EXPRESSÃO DRAMÁTICA
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Avaliação do trabalho desenvolvido ao longo do ano
lectivo de 1989/90 na Escola Secundária José Estêvão em Aveiro
Avaliar é sempre particularmente difícil, sobretudo
quando se trata de avaliar alguém, algo ou algum espaço com que nos
inter-relacionamos de tal forma que este adquire um valor inestimável.
Assim foi, para mim, e nas circunstâncias em que se propiciou, o
contacto com a Expressão Dramática: inestimável e gratificante.
Justificar-me-ei, mas antes pretendo definir o assunto
que me serve de tema. Não é difícil. Expressão quer dizer «manifestação
de um sentimento»; por expressar entende-se «exprimir, manifestar».
Dramático significa teatral. Há portanto uma ligação entre esta
actividade e uma outra, mais conhecida, chamada Teatro. Pelo menos após
uma primeira abordagem, constatamos que, tal como acontece no Teatro,
poderá haver – entre outros pontos comuns – personagens, palco,
adereços, palavras, acção e público. A actividade lúdica é também
desenvolvida neste meio, mas é levada mais além. No Teatro importa
"fazer parecer", fingir, tomar o fingimento o mais sério possível. Na
Expressão Dramática é importante SER, sermos nós próprios a irromper
através do jogo lúdico, em vez de com ele nos camuflarmos. A
Dramatização é, portanto, para a Expressão Dramática, um meio e nunca um
fim.
A aprendizagem da Expressão Dramática não se pode fazer,
confinadamente, no sentido da "retenção de noções". A expressão é a
manifestação ou libertação de emoções, – do mais profundo e desconhecido
do pensamento – logo, torna-se mais imediato e evidente libertar os
pensamentos do que retê-los. Quero com isto dizer que a aprendizagem da
Expressão Dramática é feita livremente, pois só assim nos poderíamos
libertar. Esta (ainda assim) relativa flexibilidade de parâmetros e
métodos, poderá aparentar uma mal interpretada falta de estrutura.
Esta liberdade de acção vem derrubar a passividade que
possa haver no aluno, tantas vezes resultado de maus métodos de ensino,
incentivando-o na procura e na descoberta de horizontes e capacidades
desconhecidas em si. No sujeito cognoscente dá-se, metaforicamente, a
metamorfose do "recipiente" em "sonda".
É o fascínio de (re)aprender a conviver e a brincar com o
"eu", com o "outro" e com o meio envolvente. É a actividade criativa
perante a vida, como forma de estar. É a imaginação que, à sua mercê,
molda o espaço físico e dá movimento aos objectos (tal como os
brinquedos se tomam vivos, quando uma criança lhes transmite a sua
própria vivacidade). É o aprender a "ver", a
/
14 / observar introspectiva e
exteriormente. É ter uma permanente atitude dialógica para com tudo o
que nos envolve.
Conhecimento e relacionam ente são indissociáveis. O
conhecimento resulta do relacionamento, condicionando-o (de um maior
conhecimento resulta uma relação mais próxima). Este processo está
presente na actuação individual da pessoa – uma acha na eterna fogueira
do "conhece-te a ti mesmo" – e na sua comunicação com o exterior. A
confiança é a síntese a extrair deste processo.
O praticante de Expressão Dramática convive consigo e com
o próximo, ausculta-se e parte à descoberta dos outros (que podem ser
igualmente praticantes, numa atitude similar); daí resultando a auto
confiança e a confiança mútua. Desinibido, o praticante pode "abrir-se",
"mostrar-se", libertar com maior plenitude o seu imaginário e os seus
sentimentos, utilizando a comunicação artística. Mas este momento é
precedido por horas de diálogo e jogos específicos que têm por objectivo
acelerar o processo acima descrito. Exercícios físicos, vocais, de
relaxamento, etc., são outras receitas mais simples e não menos
importantes que fazem parte do menu da Expressão Dramática.
Tudo isto e algo mais se fez, ao longo do ano lectivo de
1989/90, na Escola Secundária José Estêvão, em Aveiro. Isto e muito mais
se há-de fazer, enquanto pessoas como o Dr. Arsélio Martins tiverem uma
palavra a dizer no que concerne à educação em Aveiro. Isto e muito mais
se tem feito, sob o olhar atento do professor Duarte José Furão Morgado,
pessoa encantadora, que coloca o máximo empenho pessoal em tudo aquilo a
que se dedica, inclusivamente na Amizade.
Em que escalas me poderia eu basear para avaliar tamanho
esforço humano? O subtítulo deste amontoar de reflexões – Avaliação do
trabalho desenvolvido (...) – serviu-me mais como pretexto do que como
objectivo.
De resto, mais representativo do que as mais rebuscadas
palavras, foi a participação no "Encontro Nacional de Teatro na Escola"
em Santo André (em Maio), os espectáculos realizados por ocasião do Dia
da Escola (a 25de Maio) e a coloboração, juntamente com o "Projecto
Dança de Aveiro", nas Festas da Ria (em Julho). E melhor ilustração nos
dá a apetência e a satisfação dos alunos, que neste ano se inscreveram
maciçamente nas diversas actividades expressivas – para já não falar dos
professores ou da "Escola Aberta à Comunidade".
As variadas actividades expressivas, têm visivelmente
garantido um lugar, e uma importância, que aliás lhes é intrínseca.
Limitei os meus comentários à Expressão Dramática, pois
foi a ela que estive intimamente ligado. Não foram precedidos de
qualquer pesquisa; resultaram do que vi e ouvi, do que me recordo ter
praticado, e do muito que senti. Foi uma experiência pedagógica da qual
fui, voluntária e conscientemente, uma feliz e orgulhosa cobaia.
Nuno Miguel Reis
Notícias do Prémio Literário de José Estêvão
A
Luzostela, Indústria e Serviços, S.A. acaba de lançar a publicação de "Vida
e Acaso" de Rosa Maria Oliveira.
"Vida e acaso" que dá o título ao livro é o poema
vencedor do Escalão C do Prémio'90. No livro, agora editado, é integrado
o poema "Verbo Liberto", que já tinha sido publicado pela Luzostela, por
ter vencido o 1.º Prémio (C) do Prémio'89. A Luzostela apoia o Prémio
Literário de José Estêvão, desde a edição de 89, financiando o 1.º
Prémio do escalão C. Com estas iniciativas pioneiras, a Luzostela tem
contribuído para incentivar a produção poética dos jovens e tem
contribuído para dar uma nova dimensão ao Prémio.
A Escola Secundária de José Estêvão prepara a publicação
de todas as obras distinguidas (poesia e prosa) pelo Prémio Literário de
José Estêvão. A publicação é apoiada no Projecto Local/Global e conta
com o apoio dos órgãos de administração da escola. Vai ser uma,
publicação modesta, mas cumpre a promessa feita em tantos regulamentos.
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