JORNAL
N.º 4

MAIO 1990 Ano II


ESCOLA SECUNDÁRIA HOMEM CRISTO - AVEIRO
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ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL

Página do Gabinete de Orientação Escolar e Profissional

Nesta página transmitimos informações e abordamos temas que interessam a todos os estudantes, para além dos que utilizam os serviços deste gabinete.


CURSOS / PROFISSÕES NO FEMININO E MASCULINO

Diversificar as opções profissionais de mulheres e homens é objectivo de uma orientação não discriminativa. Afirmamos que não há ocupação específica de cada sexo e que a competência no trabalho não é função do sexo, mas sim das habilidades individuais. Em Portugal até já existe um índice com todas as profissões no feminino; mas também no livro se nota como a sua distribuição é muito irregular: profissões exclusivas ou maioritariamente masculinas/femininas denunciam os estereótipos tradicionais. Vamos dar uma volta por este caminho que vai da igualdade de direito até à (des)igualdade de factos...

- Na população portuguesa existem mais mulheres, mas... há mais homens empregados. - Tem aumentado o número de mulheres trabalhadoras, mas... o desemprego é mais feminino. - Há mais raparigas estudantes, mas.. à saída do 9º ano,

— Elas ficam mais no desemprego;

— Empregam-se em profissões menos qualificadas;

— Têm salários mais baixos. Em 1986, só 15% das mulheres activas tinha curso secundário, médio ou superior;

— Mais de 80% concentram-se nos sectores da agricultura, alimentares, têxteis, restaurantes e hotéis, função pública, educação e saúde. “Limpam, servem, classificam, vendem, tratam ou ensinam”, na sua maioria actividades próximas dos serviços domésticos... Em 1987, havia quase 60% de mulheres trabalhadoras não remuneradas e um reduzido número de “patroas” - trabalhadoras por conta própria, com pessoal ao seu serviço. Estamos ao nível do ensino básico e podemos verificar que, para as raparigas, quanto menos estudos, mais probabilidades de ocuparem profissões tradicionalmente femininas. Isto é, o primeiro passo para a mudança da desigualdade tradicional é elevar o nível de formação das mulheres para atingirem profissões mais qualificadas, desenvolvendo capacidades cognitivas e comportamentais, como o “sentido de responsabilidade, de liderança, de assunção de risco, de organização e de tomada de decisões”. A vida das raparigas e dos rapazes está a mudar e só a mudança de atitudes permitirá às mulheres a entrada em profissões de futuro, de componentes científicas e técnicas mais acentuadas.

Deixaremos de vê-las só como agricultoras, cabeleireiras, empregadas de balcão, dactilógrafas, enfermeiras, professoras ou modelos, hospedeiras; e passaremos a encontrá-las como taxistas, montadoras de vídeo, electricistas, gráficas, engenheiras, gestoras, empresárias ou militares.., isto é, com profissões menos terciárias, menos tradicionais e mais qualificadas. Para isto é necessário mais escolaridade e o curso complementar mais frequentado por raparigas – veja-se como elas se distribuem pelas várias áreas de estudo no gráfico transcrito ao fundo desta página.

Se nos lembrarmos (cf. último número) que a área D, predominante em raparigas, é também aquela que dará continuação para Cursos Superiores de Ciências Sociais e Humanas e para Ensino de Línguas, podemos constatar que também no Curso Complementar elas estão mais expostas ao estereotipo tradicional (ensino...) e ao desemprego (letras...) que se verificará também à saída do 12º ano. No próximo número confirmaremos o percurso pelos Cursos Superiores.


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