JORNAL
N.º 4

MAIO 1990 Ano II


ESCOLA SECUNDÁRIA HOMEM CRISTO - AVEIRO
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REPORTAGEM

VISITA DE ESTUDO
DOS ALUNOS DO 11º A E 11º B

No passado dia 15 de Março, pelas 6 horas da manhã, encontraram-se à porta da nossa Escola as turmas do 11º A e 11º B para realizar uma visita de estudo ao Palácio de Belém, Assembleia da República, Centro de Estudos Judiciários e Instituto de Reinserção Social.

A partida foi à hora prevista e a chegada a Lisboa deu-se pelas 10.30 horas.

Começámos por visitar a Assembleia da República onde tivemos o prazer de ocupar os lugares dos Deputados, no hemiciclo (consoante as nossas convicções político-partidárias).

Esta visita foi orientada pelo Sr. Faria, chefe do Departamento de Relações Públicas, que nos mostrou as inúmeras secções e funções exercidas dentro daquele belo edifício que foi Convento de Beneditinos.

Seguiu-se uma pequena pausa para o almoço, na cantina do Instituto Superior de Economia.

Pelas 14.30 horas, depois de saborearmos uns “pastelinhos de Belém”, visitámos o Palácio de Belém, que nos deixou estupefactos pela sua beleza.

Lamentavelmente, não fomos recebidos pelo Sr. Presidente da República, Dr. Mário Soares, visto encontrar-se ausente no Chile.

Depois de deixarmos tão sóbrio e requintado edifício, dirigimo-nos novamente para a Assembleia da República, para assistirmos à reunião plenária desse dia. Sentimo-nos muito honrados quando os senhores Deputados, no início da reunião, se levantaram e nos saudaram através duma salva de palmas.

No fim de tão movimentado dia, deu-se o tão esperado jantar. Isto, para não falar nas inúmeras compras no conhecido Centro Comercial das Amoreiras.

Pelas 23 horas, dirigimo-nos para o INATEL, onde pernoitámos.

Depois dum requintado e reparador pequeno-almoço, que até sumo de laranja tinha, dirigimo-nos para o IRS.

No trajecto, a professora Lucília Portugal deu-nos a conhecer a cidade, desde os edifícios polémicos do Arquitecto Taveíra até às sóbrias fachadas pombalinas que lamentavelmente se encontram degradadas.

No IRS ficámos a conhecer as suas funções, órgãos e finalidade. E, temos de reconhecer, fomos recebidos com enorme gentileza e UM BELO LANCHE!...

Depois do almoço, que teve lugar na Praça da Figueira, Rossio e Restauradores, retomámos o autocarro e atravessámos a restante Baixa Pombalina, tão apreciada pela sua beleza arquitectónica.

Chegámos finalmente ao CEJ onde se pôde apreciar a cela que serviu de prisão ao poeta Bocage, visto ter sido aí o celebre Limoeiro, e onde fomos esclarecidos sobre a função daquele Centro de Formação de Magistrados.

O regresso à nossa bela cidade de Aveiro iniciou-se às 17.30 horas.

Nunca ansiámos tanto voltar à nossa casa.

Foi tranquila, animada, inesquecível, gratificante e esclarecedora, mas cansativa! Porque (aqui para nós) passámos a noite sem dormir! Mas não digam nada às professoras!....          M. LUZ e C. HELENA – 11º A


SER-SE JOVEM!

Diz-se por esse mundo fora que a juventude é o melhor tempo da nossa vida, tempo esse em que não existem preocupações e em que se pode viver numa eterna felicidade.

Como nos enganam todos esses adultos com estas palavras que não passam de uma estúpida e banal tentativa de verem espelhada no rosto dos jovens a felicidade, que significava tudo para eles, mas que nunca conseguiram encontrar ao entrarem no jogo da vida, onde ganha quem mais tem e quem mais pode! E é desse mundo corrupto e hipócrita que deitam olhares espantados e pretensiosos, para depois poderem dizer que afinal a vida não é somente uma luta feita de interesses, de ordinarices e desonestidades. Existem ainda pessoas, por sinal, os jovens, ainda conscientes dos valores que dignificam o Homem, valores esses que lhe permitem ser feliz.

Mas nem sempre é fácil ser-se jovem, porque ser-se jovem é ser simultaneamente riso e lágrimas, é querer escolher a estrela mais bonita para nunca poder possuí-la, é vaguear indefinidamente à procura daquilo que nunca se perdeu, é nem sequer saber quem se é ou não é.

E é ter medo do que a fogosidade do tempo nos lembra, é ter de encontrar um sentido para a nossa breve e efémera existência, num paraíso diabólico demarcado por fronteiras rígidas e herméticas, que jamais nos deixarão descobrir quem somos!

RITA ISABEL ALMEIDA DIAS – 11º ANO - B


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