DO CINEMA PARA O VÍDEO - I

Os actuais sistemas de gravação de imagens em fita magnética foram o resultado de uma evolução tecnológica sucessiva.

O primitivo cilindro de gravação da primeira grafonola inventada  por Edison deu lugar aos discos quebráveis de baquelite de 76 rotações, que faziam as delícias dos nossos avós. Depois, surgiram os singles de 45 rotações e os LPs de 33 e 1/3, das gerações seguintes, entre os anos de 1950 e 1980. Em seguida, os gravadores de som, que trabalhavam inicialmente com bobinas de fio de aço facilmente magnetizável. Finalmente os discos compactos digitais, que arrumaram quase definitivamente com os discos de vinil.

Modelo de grafonola de 1905, com o sistema de gravação sobre um cilindro, inventado por Thomas Edison.

 

Os sistemas de gravação começaram inicialmente pelo registo dos sons.

Para as imagens, surgiram, no princípio, a fotografia, com os diferentes tipos de suporte até chegar aos rolos de película Kodak, lançados por George Eastman; depois, o sistema de captura sequencial de imagens em fracções de segundo, para reconstituição e estudo científico do movimento; posteriormente, o cinema, que os irmãos Lumière tiveram a ideia, não de inventar, como habitualmente se regista em alguns livros, mas de aproveitar e adaptar para fins comerciais e artísticos. Eles não fizeram mais do que aperfeiçoar, aplicar e divulgar um sistema que já havia sido inventado por outros.

Com os Lumière, foi gerado o embrião do cinema tal como hoje o conhecemos. Foi um embrião que evoluiu ao longo do século XX e que, nos começos do século XXI, ainda não atingiu a maturação completa, embora a profissão de artista de cinema esteja já em vias de extinção, devido ao «boom» vertiginoso das modernas tecnologias digitais.

Nos finais da década de 1970, o cinema tem os dias praticamente contados na vertente amadora. Começam a surgir diversos sistemas de captura e gravação de imagens mais económicos, que permitem substituir a película pela fita magnética.

Os primeiros sistemas de gravação magnética de imagens, devido aos elevados custos, são quase exclusivamente utilizados por algumas grandes cadeias televisivas. A redução cada vez maior do tamanho, do peso e do custo dos aparelhos começa a torná-los acessíveis aos amadores de cinema e aos apaixonados pelo simples registo de imagens «mexidas para mais tarde recordar», que vêem neles uma alternativa prática e mais económica que o cinema. E aqueles que até então estavam apaixonados pelo cinema, mas não o podiam alcançar, devido à exorbitância dos custos, mal surgem, na década de 1980, sistemas práticos e económicos de registo de imagens com movimento, adoptam o vídeo como forma de realizar sonhos até aí inalcançáveis.    >>>

 

 

página anterior início página seguinte

08-04-2019