És estudante, professor ou residente
em Espinho? Gostas verdadeiramente desta cidade?
Se a tua resposta
é afirmativa, vou talvez ser um pouco atrevido ao propor-te algumas
actividades com que eu próprio ocuparia parte dos meus tempos
livres, se estivesse a viver em Espinho. Para o caso de quereres
aceitar o meu desafio, vou dar-te algumas «dicas» que te
facilitarão o trabalho. Mas mesmo que nada disto te interesse, ao
menos, por curiosidade, lê o que passo a apresentar-te.
No meu tempo de
miúdo, havia um jornal chamado, se a minha memória não me engana,
"Defesa de Espinho". Talvez ainda exista. Seja como for,
na Biblioteca da Câmara Municipal de Espinho, devem estar
arquivados não só os números publicados como, inclusive, outras
publicações relacionadas com a cidade.
É esta a primeira
actividade que te proponho: procura encontrar imagens
idênticas às que possuo e que já te mostrei em publicações dos
princípios do século XX. Uma data por onde começaria, não sei
bem porquê, é o ano de 1904. Seria por este ano que iniciaria uma
pesquisa, por exemplo, nos jornais nacionais da época. Averigua o
que sucedeu a Espinho e as datas em que isso aconteceu. Poderás
mesmo fotocopiar essas páginas. Se és estudante e sentires
dificuldades, pede ajuda aos teus professores de História e de
Português. Embora eu esteja longe, em último caso, poderás
dialogar comigo através do formulário
que forneço numa das páginas iniciais. E, já agora, se isso for
possível, peço-te um grande favor: dá-me a conhecer o resultado
das tuas pesquisas.
Mas as
minhas pistas não ficam por aqui. Tenho mais elementos guardados na
memória que podem servir como ponto de partida para outros
trabalhos.
Quando era miúdo,
havia diversas casas com quintais ou jardins envolventes. Estavam
fechadas na maior do tempo. Costumávamos saltar os muros e explorar
esses territórios fantásticos, misteriosos. Perto da minha casa,
na esquina com as ruas 24 e 19, junto ao largo da feira, onde se
realiza a feira semanal e onde actualmente está um edifício
público, havia um enorme casarão, que chamávamos o «Palácio da
Pena». Era um palacete construído em cimento, segundo creio, na
primeira metade do século XX. Havia outros parecidos que também
explorei. Num deles, veio a funcionar, mais tarde, a Escola
Comercial e Industrial de Espinho. Conheci o interior no dia em que
lá fui fazer um dos meus dois exames de admissão ao primeiro
ciclo. Em termos actuais, isto corresponde ao 5º e 6º ano de
escolaridade.
Estás neste
momento a interrogar-te: «Porquê dois exames e não um?» Se leres
a página acerca da cidade do Porto, talvez descubras que foi no
Liceu D. Manuel II que fiz exame idêntico para acesso ao curso
liceal. Mas deixemos isto e voltemos ao que interessa, ou seja, às
casas antigas.
Havia outras casas
que, pelo seu traçado, pela sua arquitectura, me chamavam a
atenção, apesar de ser um miudito então em idade escolar. Havia
algumas revestidas de azulejo, com varandas em cimento e com um ou
dois andares, que alimentavam a minha imaginação. Muitas vezes me
vi mentalmente a entrar nelas e a explorar-lhes o espaço. E chegou mesmo a
haver algumas, na rua 19, a meia distância entre a estação e a
minha casa, onde pude brincar, porque nelas moravam habitantes
de palmo e meio como eu. Duas estão ainda bem ancoradas na
memória. Quase em frente uma à outra, numa havia um dentista; na
outra, no rés-do-chão, uma pastelaria.
Será que as casas
apalaçadas ainda existem? Será que a comunidade espinhense teve o
cuidado de preservar o património arquitectónico da primeira
metade do século XX? Existirão ainda muitas casas desta época?
Seria um trabalho interessante a fazer, com a ajuda dos professores
de Educação Visual. Poderia ser um trabalho de pesquisa subordinado ao tema: «Casas
antigas de Espinho ainda existentes ou já abatidas com valor
arquitectónico».
Há mais aspectos
interessantes relacionados com a minha infância em Espinho. Terei o
cuidado, lá mais para diante, de aqui os incluir. Mas por agora é
tudo. Há mais páginas para preencher com textos sobre outras
terras e outros temas.
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