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Prémio Nacional de Professores
2007 |
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Repercussões na Imprensa Nacional |
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"JORNAL DE NOTÍCIAS" -
Quarta-feira, 14 de Novembro de 2007, pág. 8 |
Educação
«Há mal-estar entre
docentes e Governo"
Daniel Sampaio diz
que tutela legisla demasiado. Ministra recusa-se a comentar
Texto de Alexandra
Inácio
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Daniel Sampaio
lamenta o "mal estar significativo entre docentes e o Governo".
Ontem, na cerimónia de atribuição do primeiro Prémio Nacional de
Professores, o presidente do júri defendeu que o reforço da
autonomia das escolas nunca se efectivará enquanto a tutela
controlar o processo com excessiva legislação. |
Primeiro-ministro e
ministra da tutela recusaram-se a comentar as sugestões e opiniões do
psiquiatra. À saída do Centro Cultural de Belém, em Lisboa, Maria de
Lurdes Rodrigues deixou o secretário de Estado da Educação a responder
aos jornalistas: "Ficou claro que o professor Daniel Sampaio se
referia a um mal-estar do ponto de vista geral e internacional e não a
um" específico de alguns professores em Portugal, foi a resposta de
Valter Lemos.
O presidente do
júri começou por manifestar a esperança do prémio abrir um novo
período de relacionamento entre professores e Governo. "Façamos a
Partir do seu exemplo a reflexão necessária para a mudança", insistiu.
Mais. O psiquiatra
alertou o Executivo de que "sem os apoios dos professores qualquer
mudança não passará do articulado legislativo" para o terreno. Caso da
autonomia. Daniel Sampaio considera que os professores "perdem
demasiado tempo com despachos e portarias".
"As escolas
reclamam autonomia mas não cessam de esperar pelo ME. Se o ministério
quer autonomia então porque legisla tanto?", questionou. Sampaio
defendeu a constituição de equipas pedagógicas mais flexíveis e menos
burocratizadas e a definição de regras claras de combate à
indisciplina, porque independentemente das estatísticas a "dimensão
psicológica é muito preocupante: como é possível a relação pedagógica
se o professor tem medo?»
À saída, Valter
Lemos retorquiu que o ME "reagiu bem às propostas" do presidente do
júri. Antes, ao discursar no final da cerimónia, José Sócrates
defendeu "com muito orgulho" todas as reformas do Governo para o
sector: "a Educação ficou melhor quando se impôs as aulas de
substituição", os professores ficaram colocados por três anos, o 1.º
ciclo perdeu 2500 escolas e mais alunos ficaram no Secundário graças
ao aumento dos cursos profissionais. ◄
Ministra entrega
Prémio para valorizar docentes
►► O Governo premiou
ontem quatro professores "excepcionais". A ministra da Educação, Maria
de Lurdes Rodrigues, garantiu que o objectivo do prémio é o de valorizar
o trabalho docente apesar da "generalização das boas práticas" ter de
ser uma exigência construída diariamente. Já José Sócrates, após mais de
duas horas de cerimónia, insistiu que a homenagem não pretendia ser "uma
operação de relações públicas" — até porque não é "especialista" nesse
sector — mas uma iniciativa "pelo interesse geral do país." Arsélio
Almeida Martins ensina matemática há 35 anos. Ontem, recebeu o prémio
nacional, o galardão máximo. Foi professor-cooperador em cabo Verde e
São Tomé, dirigente da FENPROF e formador de docentes. Desde 1995 que
participa na revisão dos programas da disciplina e durante o seu extenso
currículo produziu dezenas de comunicações e participou noutros tantos
projectos. Nos vídeos de apresentação realizados de propósito para a
cerimónia — e que "comoveram" o primeiro-ministro — os colegas
elogiaram-no pelos anos que esteve à frente do Conselho Directivo da
Escola Secundário de José Estêvão, em Aveiro. Aos jornalistas, no
entanto, Arsélio Martins definiu-se como um "professor comum". A intensa
participação cívica não o afastou dos alunos. Ensinar é a sua vida e à
Imprensa defendeu que os professores "devem participar mais nas
decisões" políticas que regem as escolas. Foi escolhido entre 35
candidatos ao prémio de 25 mil euros. Para Arsélio, o poder político não
pode permitir a degradação das escolas. “Assim que os estabelecimentos
são abandonados à sua sorte, as comunidades sentem e isso reflecte-se no
trabalho dos docentes." O Governo distinguiu, ainda, por mérito outros
três professores: Teresa Pinto de Almeida, professora de Inglês, recebeu
o prémio Carreira; Paula Canha, o de Inovação pela forma experimental
como ensina Biologia, e Armandina Soares o de Liderança por presidir ao
agrupamento de Escolas de Vialonga. Os premiados foram escolhidos entre
um total de 66 candidatos. ◄ |
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"JORNAL DE NOTÍCIAS" -
Quinta-feira, 15 de Novembro de 2007, pág. 5 |
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«Ser bom é saber que
se falha...»
►
Arsélio Martins, vencedor do Prémio Nacional de Professores, já andou a
"borrar" paredes com graffitis. Para perceber os alunos.
[Texto - Ivete
Carneiro ◄►
Foto Nuno Alegria]
Certo dia, agarrou
numas tintas e num funcionário da escola e resolveu também "borrar"
paredes. As retretes, então, eram uma desgraça. Era preciso perceber "os
sinais de rebelião". E distinguir a arte do vandalismo. "Havia tipos que
eram grandes artistas nisso..." Entre deixar sujos os muros das malditas
casas de banho da José Estêvão ou procurar entender os desenhos e, por
que não, ensinar Matemática através deles, Arsélio Martins escolheu a
segunda via. "Mas valia borrá-los também um bocado!"
É deste tipo de
atitudes perante o ensino que se faz um bom professor? O melhor do ano?
Arsélio Martins ri-se com vontade enquanto se debate com as últimas
migalhas da castanha apanhada à pressa do magusto tardio promovido por
aquela escola de Aveiro. É o vencedor do Prémio Nacional de Professores
e acredita que a expressão gráfica dos alunos é uma fonte de informação
tão boa como outra qualquer para lidar com eles.
Teimosia e paciência
Um bom professor é
aquele que não tem problema em dizer que "a vida é feita de falhanços e
de acertos". Um teimoso que precisa de tempo para remendar o que não
funcionou e paciência para perceber quando é que os alunos aprendem. Por
isso é que defendeu sempre, até na definição de programas de Matemática
que ajudou a fazer, que um docente deve acompanhar durante anos os
mesmos alunos. "Para saber se deu resultado.”
E os dele são bons
nesse papão nacional que é o mundo dos números e das equações? Sim, não,
talvez. "Demoro um tempo danado para eles perceberem o que eu digo e eu
perceber o que eles dizem. O que tenho conseguido é que não estejam
contra a Matemática por meu intermédio".
Alguns são brilhantes
nas aulas e espalham-se nos exames, outros parecem precisamente o
contrário. O que vale é que as notas são dadas tendo em conta o
percurso. E a média da sua turma de 12.º do ano passado? "Não me
lembro!"
“Arsélio forever!" O
grito de guerra é lançado por um puto que nem teve ainda a sorte de
levar com Arsélio, enquanto as mãos se entretêm com um autocolante dos
milhares que pintalgam a escola. O retrato do professor do ano, o
regozijo da escola, "Estamos muito contentes". Um cartaz enorme no
antigo portão principal do edifício é completado pela homenagem escrita
no átrio. "A tua escola sente-se naturalmente prestigiada e agradecida.
Obrigado Arsélio!"
Muita tralha na
bagagem
Tem a Cara mais
multiplicada pelo espaço público do que quando se candidatou pelo Bloco
de Esquerda à Assembleia Municipal de Aveiro. Mais gargalhadas e uma
sapatada no ombro. "Sou um tipo que tem muita tralha pública acumulada,
era natural". O prémio. Ex-dirigente estudantil, sindicalista, autor de
programas, membro de comissões no Ministério da Educação e autor de
"muitos disparates" escritos sobre Matemática, educação e política,
Arsélio diz que não foi o Governo que o premiou.
"Foi a minha escola",
que enviou a candidatura, e "um júri nacional". E o que deve ter custado
ao primeiro-ministro e à ministra da Educação galardoar o homem que não
se coíbe de dizer o que pensa pondo os nomes aos bois e de abandonar uma
comissão do plano de acção para a Matemática por discordar do défice
democrático de quem gere os destinos da educação.
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Mas nada que se
pareça com o antigamente, altura em que era "um jovem muito
estúpido" que não soube dar valor aos docentes que sobraram da
"limpeza à inteligência nacional" feita por Salazar. "Recupera-se
melhor uma cidade bombardeada do que uma sociedade sem escola" após
anos de uma "guerra" a que os livros chamam de ditadura.
"Ó pá! Estou há
meia hora para te dar um abraço". Mais um dos muitos que lhe têm
atrapalhado a atenção às aulas. Chatice. "Ó Stor, quero um
autógrafo!" Encolhe os pequenos ombros, atira as cascas de castanha
para o jardim e ajeita a velha sacola ao ombro. |
Está satisfeito e
assume-se egoísta: intitula-se "velhote" aos 59 anos, para ser
"desculpado".
"Não sou muito formal e ser velhote
pode ajudar-me. Gera compreensão nas pessoas!» ◄
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"DIÁRIO DE AVEIRO" -
Sexta-feira, 16 de Novembro de 2007, pág. 9 |
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Entrevista a Arsélio Martins; vencedor do primeiro Prémio Nacional de
Professor
«Em Portugal tivemos
muitos anos de guerra suja contra a educação.»
Aos 59 anos de idade e 35 de carreira,
Arsélio Martins viu ser-lhe atribuído o Prémio Nacional de Professor,
instituído pela primeira vez pelo Governo para distinguir «aqueles que
contribuem de forma excepcional para a qualidade do sistema de ensino».
Natural de Santo André, Vagos, o docente lecciona na Escola Secundária
José Estêvão, em Aveiro, tendo sido considerado pelo júri como «um
exemplo de cidadania e um mestre no verdadeiro sentido do termo». Em
entrevista ao Diário de Aveiro e à Aveiro FM, este membro da Sociedade
Portuguesa de Matemática, que é igualmente deputado municipal em Aveiro,
pelo Bloco de Esquerda, fala numa «certa tristeza» e num
«descontentamento latente» que afecta a classe docente em Portugal
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MARIA JOSÉ SANTANA E RUI CUNHA PAULO
RAMOS / PAULO RAMOS (FOTOS)
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Como é receber o
Prémio Nacional de Professor, e logo no primeiro ano em que foi criado?
Não é nada de especial. É importante
dizer que é um prémio instituído pelo Governo mas atribuído por um júri
independente presidido por Daniel Sampaio. A Escola Secundária José
Estêvão propôs-me para receber um prémio, e esse é o meu primeiro prémio
— os meus parceiros, as pessoas com quem eu trabalhei nos últimos 30
anos, ainda acham que eu não sou um chato monumental e que fiz alguma
coisa pela escola e me reconhecem valor. Significa o reconhecimento da
minha actividade e o reconhecimento de que eu posso ser o seu
representante, o que é muito importante para um profissional que está há
muito tempo numa escola, onde fui dirigente e onde não sou uma figura
popular no sentido de estar de acordo com todos e à procura de
consensos, uma vez que sou minoritário na maior parte das ideias. Por
isso significa o reconhecimento da minha competência técnica e de saber
conviver em democracia.
Dizem que procura fazer a Matemática
divertida. É assim?
Não sei se isso é verdade. Não tenho
nada contra a diversão, e eu gosto de ser simpático, de falar com as
pessoas, de as convencer, sou argumentativo...
Mas não se pode ser bom aluno a
Matemática sem esforço e trabalho...
É só trabalho e transpiração. Claro que
há pessoas que fazem esse trabalho sem precisar do professor para nada,
mas há outras que é preciso ganhar, trazê-las ao colo.
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A ideia que
existe enraizada é a de que os alunos actuais trabalham pouco,
esforçam-se pouco...
Se calhar é
verdade. E, se calhar, não trabalham nos aspectos em que nós
queremos que eles trabalhem, porque há uma grande dispersão de
objectivos e de interesses. É muito complicado viver agora. Os
jovens da minha escola tanto podem estar a estudar Matemática como
podem estar a tocar maracas ou a ser obrigados a andar no ballet ou
no desporto... A vida deles é muito mais complicada do que no nosso
tempo — no meu tempo aquilo era aquilo e não tínhamos mais nada para
fazer. Claro que também não tínhamos meios, nem livros... Mas a vida
de estudante — de um bom estudante — tem muito esforço associado,
não há nada sem esforço. |
Tem alguma receita para tornar a Matemática agradável aos alunos?
Não. Eu costumo dizer aos alunos que se
este parolo que está aqui consegue saber a matéria, o facto de eles não
saberem é uma vergonha. Não há nenhum segredo ou receitas. Eu persisto
nas relações. E não tenho a ilusão de que os alunos aprendem quando eu
lhes ensino. Às vezes deixo passar meses. Eu estou disposto a esperar,
sou muito paciente.
Como é que em Portugal se pode
combater a taxa de insucesso a Matemática?
No processo de aprendizagem, eu ensino
muito as pessoas, mas passa principalmente por eu conseguir que as
pessoas queiram aprender.
Como explica que em Portugal existam
taxas tão elevadas de insucesso a essa disciplina?
Não tenho nenhuma explicação para isso.
Nós temos dificuldades grandes e temos problemas para resolver, que têm
a ver com a formação inicial dos professores, com a vontade de aprender
dos alunos, com os seus fracos níveis de apetência escolar, dado que
eles não respeitam o saber escolar, acham que não é preciso porque se
pode ir para a televisão dizer disparates ou jogar futebol... Há muitos
valores estranhos e a televisão alterou tudo... Os jovens não são iguais
aos do meu tempo, e as famílias não dão valor ao saber escolar, dão
valor à certificação, aos diplomas, aos papéis... Em Portugal, temos
muito fraca consciência de que tivemos muitos anos de guerra suja contra
a educação, o ensino — na década de 40 expulsámos tudo quanto era
inteligência, os matemáticos foram exilados... Portugal é a prova de que
temos muita dificuldade em reerguer a destruição de uma casa mental é
mais difícil reerguer uma casa mental, que foi afastada da cultura, da
verdade, da liberdade, em que a ignorância foi quase santificada... Nós
estamos mais atrasados e não estamos a recuperar como devíamos, mas
temos de ter consciência que tivemos uma guerra suja contra a
inteligência durante muito tempo. Ainda por cima pensámos que estava
tudo bem, que nada foi destruído, e não damos valor aos valores
espirituais.
Mas a verdade é que praticamente
todos os governos elegem a educação como bandeira das suas actuações.
Nota alguma evolução no sector?
Noto muita evolução. Mas além disso era
preciso que esta geração conseguisse dar o salto. Mas é muito difícil
que os pais, que não deram valor nenhum ao saber e não precisavam dele,
instilem isso nos filhos e achem que isso é fundamental. Uma boa parte
do nosso sucesso não vai ser obtido dentro da escola, ou vai ser obtido
mas na próxima geração. É uma coisa que a sociedade vai ter de obter,
vai ter de dar devido valor não aos professores mas aos saberes.
O que está a querer dizer é que
politicamente tem sido feita alguma coisa, mas que há um problema de
mentalidade que só o tempo ajudará a ultrapassar. È isso?
Mas os governos e os políticos já o
podiam ter ajudado a resolver. Alguma coisa se vai fazendo, mas claro
que era melhor que fizéssemos mais e que fosse mais rápido e que
corresse tudo bem. E é preciso também que se diga que em Portugal somos
um Estado democrático que não é só das pessoas bem pensantes, mas de
toda a gente, e vamos ter de trabalhar com todos, quer queiram ou não
ser bons alunos, quer tenham mais ou menos apetites... Temos de
trabalhar com todos, e às vezes há grupos de alunos que prejudicam os
outros porque não querem aprender e há bons alunos que desprezam os
outros... Nós temos de saber o que fazer às pessoas que recusam
sistematicamente o saber escolar e acompanhá-las, tendo consciência que
o Estado é de todos.
Como é ser professor actualmente em
Portugal?
Temos poucos meios, os governos por
vezes não percebem bem as coisas, às vezes há pouca participação porque
os governos a desprezam...
Quais são os principais problemas que
afectam actualmente a classe docente?
Há uma certa tristeza, que tem a ver com
medidas que foram tornadas sem nenhuma discussão, há problemas que têm a
ver com as condições de vida terem piorado... Há claramente um
descontentamento latente. Também há problemas com as instalações —
investimentos que devia ter havido ou que houve mas foram mal feitos...
Este prémio que o Governo instituiu
não será uma espécie de rebuçado aos professores, numa altura em que é
tão acentuado o descontentamento da classe face às políticas do Governo?
Há pessoas que entendem mal e que até
puseram em causa que eu tivesse aceite o prémio. Eu não tenho a ilusão
de que o primeiro ministro não tem a legitimidade de fazer o que tem
feito — ele foi eleito; não é o meu primeiro-ministro; mas foi eleito
pelo meu povo. Eu gosto muito das minhas opiniões, mas não presumo que
sejam as melhores. Mas vou à luta e em cada circunstância ajo de acordo
com as minhas ideias. E não tenho uma visão aterradora e conspirativa
destas coisas. Vivo em paz com a minha discordância. |
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"Ponto Final" -
Sexta-feira, 16 de Novembro de 2007, pág. 9 |
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Na passada
terça-feira
Docente
de Matemática da escola Secundária José Estêvão distinguido com Prémio
Nacional do Professor
Arsélio de Almeida
Martins, professor de matemática da Escola Secundária José Estêvão
recebeu, na terça-feira, o Prémio Nacional do Professor, um galardão
atribuído pela primeira vez para distinguir "aqueles que contribuem de
forma excepcional para a qualidade do sistema de ensino".
Com 35 anos de carreira, Arsélio de
Almeida Martins foi considerado pelo júri como "um exemplo de cidadania
e um mestre no verdadeiro sentido do termo". Membro da Sociedade
Portuguesa de Matemática, da sua congénere europeia e da associação de
professores da disciplina, Arsélio Martins foi também formador de
docentes, tendo participado na revisão dos programas de Matemática,
desde 1995.
Arsélio Martins foi formador
de docentes, tendo participado na revisão dos programas de Matemática
desde 1995.
Ao longo da carreira, que incluiu
passagens por S. Tomé e Príncipe e Cabo Verde enquanto
professor-cooperador, o docente distinguiu-se ainda, na década de 1980,
como dirigente do Sindicato dos Professores da Região Centro, afecto à
Federação Nacional dos Professores (Fenprof), sendo actualmente
activista do Sindicato dos Professores do Norte. "Penso que sou um
professor comum. O que me diferencia é sobretudo a participação cívica
de que nunca abdiquei!" afirmou o professor, em declarações aos
jornalistas. Lançado no ano passado pelo Governo, o Prémio Nacional do
Professor tem o valor de 25 mil euros, tendo sido analisadas pelo júri,
presidido pelo psiquiatra Daniel Sampaio, um total de 35 candidaturas.
"O reconhecimento do país é muito
importante para a valorização do mérito e da excelência no ensino. É
importante para que na memória dos portugueses se fixe uma galeria de
figuras exemplares na educação que alimente o nosso orgulho colectivo,
como acontece na literatura, no desporto, na música, na ciência e em
muitos outros domínios", salientou a Ministra da Educação, Maria de
Lurdes Rodrigues.
O desenvolvimento do ensino experimental
e da criatividade, a diminuição do insucesso e abandono escolares, a
colaboração com os Pais para a inclusão de alunos que se encontrem numa
situação social problemática e a contribuição para a melhoria do
funcionamento da escola eram alguns dos critérios para a atribuição
deste galardão.
Além do Prémio Nacional do Professor, o
Executivo lançou ainda outras quatro distinções de Mérito (Carreira,
Integração, Inovação e Liderança), às quais concorreram mais 30
docentes.
De acordo com o Ministério da Educação,
53 do total de 65 candidaturas foram propostas por conselhos executivos,
enquanto onze candidatos foram apresentados por um conjunto de 50 ou
mais colegas de escola e apenas um promovido por uma associação
profissional de docentes. Segundo a Ministra da Educação, as regras para
a atribuição do Prémio Nacional do Professor em 2008 são divulgadas
hoje, em edital. |
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Data
de inserção
13 de Novembro de 2007 |
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