A paz é o caminho a percorrer

 

Quem não constrói a paz, sucumbe à guerra.
Não existe um caminho para a paz,
a paz é o caminho a percorrer.
Ensinou-nos isso o Maior Homem que viveu na terra,
também Gandhi estava convicto disso.
 

Alguns dirão e com muita razão, mas que paz?
Conhece alguma nação? Mas qual é a nação
que está trabalhando na educação
para transformar em cidadão cada  habitante?
Que  nação? A inacção? Pobre nação! Mas qual nação?
O Japão,  Hiroxima  ou  outros  Nagasakis,
cogumelos de morte incomensurável!
 

Terroristas procuram-se! Mas eles estão em toda a parte!
Eles rodeiam-nos a cada dia. Uns aterrorizam as famílias,
outros largam mochilas nas estações,
outros pegam fogo nas matas  e nos  pinhais!
Incendiários  são  os  terroristas  nacionais!
Quanto a praticar terror qual é a diferença,
entre um bombista ou um incendiário? Nenhuma!
Quantos hectares ardem diariamente em Portugal?
Quanto tempo seria preciso para queimar
todas as cidades e aldeias num  país?
Um mês, ou apenas dois? Perguntemos aos bombeiros,
eles por vezes são impotentes com tanta tragédia!
 

Terroristas não se procuram. Eles vivem ao nosso lado.
Não existe um caminho para obter  a paz.
A  verdadeira paz é o caminho  a percorrer!
Sábios existem, mas muitos estão loucos.
Governantes há muitos, mas poucos sabem governar!
 

Muitos sabichões puxam pelos galões e querem as rédeas
duma nação; no entanto, não conseguem chefiar suas famílias!
Governar uma nação! Mas que nação?  A inacção!
Mas que confusão. Na nação tudo vai bem: o fado, o futebol,
as novelas começam logo pela manhã, os telejornais
são  detalhados, as desgraças são relatadas ao pormenor,
a água é pouca, para o próximo ano será muito menos,
nós só lhe damos o valor quando ela nos falta.
A água é pouca e para alguns só cria rãs na barriga;
a vinhaça é boa  e a cirrose é de graça.
Este mundo vai de mal a pior, mas que mania!
A nação vai bem: há escândalos, futebol, fado e romaria.
Temos telejornais, telenovelas  e telemilhões  para apostar.
As pessoas gritam: viva a democracia, ou viva a plutocracia.
A gente sabe lá! Quem mais prometer, é nele que se vai votar.
O Zé-povinho disse que vota sempre, vota em quem calhar,
o que prometer o preço do arroz mais barato, é nesse que apostamos.
O Zé-povinho hoje vota em Aristóteles, outrora votava em Salazar.
São sempre os mesmos: agora é pr’à direita, logo é pr'à esquerda,
outra vez ao centro, é igual! Votamos sempre até morrer...
 

Paz! Mas que paz? A nação e os partidos nunca caem
pela simples razão que não são nenhum  edifício. Tudo vai bem.
O meu clube foi campeão, os estádios estão cheios. O país está arder,
mas vai tudo bem, muito bem! Não há crise, nem calamidades!
A maior calamidade era se um dia nos tirassem a televisão.
A nação vai boa, o futebol também,  e as novelas são um enredo.
Paz! Mas que paz? Em qual nação? A inacção obstrui a paz,
que é o único caminho certo a percorrer!

 

 

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Data de inserção
14-Maio-2007