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André Ala dos Reis, Vida.
Poemas, Coimbra, Coimbra Editora Ldª, 1963, pp. 34 e 35. |
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MERIDIONAL |
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Nasceste com pele de moura
e brincos de Andaluzia;
o teu cabelo tão negro,
de noite, nunca se via.
Na cabeça, tinhas sonhos
a cheirar a maresia;
nunca quiseste mostrar-mos
nem eu mesmo to pedia.
Porque fugiste de mim,
não no sei. Muito eu te queria.
Tinhas alma de cigana,
Os olhos da cor do breu!
A tua pele era moura,
os brincos, de Andaluzia;
Sempre fugiste de mim,
de mim,
que tanto te queria. |
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