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André Ala dos Reis, Vida. Poemas, Coimbra, Coimbra Editora Ldª, 1963, pp. 30 e 31.

NESGA DE TERRA DO MEU JARDIM

 

No meu jardim de menino
houve um dia flores
verdes, vermelhas, amarelas, brancas,
de várias cores,
que eu nunca soube amar.

Do meu jardim de menino,
ficou só uma nesga de terra,
onde inda quis criar
uma papoila,
única flor,
que eu soube amar.

E cresceu
e viveu
assim
da terra que ficou do meu jardim,
só para a ver murchar,
aquela única flor
que eu soube amar?

 

 

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