Sinopse biográfica de

Eduardo Cerqueira

  

1909 — A 5 de Setembro deste ano, nasce Eduardo Cerqueira na rua de Domingos Garrancho, na freguesia da Vera-Cruz, em Aveiro. (1)

1918/19 — Após o ensino primário, em mais de uma escola, ingressa no liceu, então chamado Vasco da Gama e, posteriormente, José Estêvão, edifício onde actualmente funciona a Escola Secundária N.º 2 de Aveiro, que frequenta até 1926. (2)

1927— Concluído o curso liceal, Eduardo Cerqueira frequenta sucessivamente as Faculdades de Ciências e de Farmácia, na cidade do Porto, que viria a deixar tempos depois.

1933 — Ingressa no funcionalismo público, indo trabalhar para a cidade da Guarda, regressando, em 1936, a Aveiro, já casado (3) 

Eduardo Cerqueira com um grupo de amigos, em Outubro de 1928.

               e com filhos, para aqui se radicar definitivamente, como funcionário da Junta Autónoma das Estradas.

   
Desde cedo começa a dedicar-se ao jornalismo, sendo correspondente de “O Século” e “O Primeiro de Janeiro” e delegado de “O Diário de Notícias” e colaborador, a partir de 1945, da revista “Arquivo do Distrito de Aveiro” e, de 1966, da revista “Aveiro e o seu Distrito”. Escreve também para os semanários regionais, como o “Correio do Vouga” e o “Jornal de Aveiro”, sendo um dos frequentes e primeiros colaboradores do jornal “O Litoral”, desde o primeiro número, surgido em 1954

              Sócio de diversas colectividades aveirenses, foi director do Sport CIub Beira-Mar e da Associação de Futebol de Aveiro e membro das Comissões Municipais de Cultura e de Toponímia.

Grupo de alunos do 5º ano do Liceu de Aveiro, em 1923-24, entre os quais se encontra Eduardo Cerqueira: o segundo da fila superior a partir da direita.

1959 — Celebra-se em Aveiro o Milenário da Cidade, Eduardo Cerqueira faz parte da Comissão Executiva das Festas da Cidade.

1971 — Em 15 de Março deste ano, assume E. Cerqueira as funções de Presidente da Junta Autónoma do Porto de Aveiro (4), cargo que ocupa até 1977.

1978 — A partir desta altura, Eduardo Cerqueira afirma-se como “uma débil voz que secunda o coro a favor do património local” (5) e torna-se um dos colaboradores da ADERAV, escrevendo para o “Boletim” desta Associação e participando em várias iniciativas, a seguir referenciadas.

1980 — Em 6 de Janeiro, participa no primeiro Itinerário Urbano, levando todos quantos o acompanharam à descoberta de aspectos desconhecidos da nossa cidade.

              Em 12 do mesmo mês, faculta uma tarde de amena conversa nas instalações da Escola Secundária N.º 2, na qual evoca não apenas a sua passagem como aluno por este estabelecimento escolar, como também recorda factos e figuras da cidade de Aveiro.

1982 — A 14 de Novembro, em visita à Quinta de S. Francisco, em Eixo, Eduardo Cerqueira revive para todos os presentes a figura do amigo e insigne aveirense Jaime de Magalhães Lima, o que lhe motivaria igualmente um dos artigos insertos neste Boletim.

              No mesmo ano, é agraciado pela Câmara Municipal de Aveiro com a “Medalha de Prata da Cidade”.

Eduardo Cerqueira em confraternização com amigos (o segundo a partir da esquerda).

 

1983 — Na madrugada de 5 de Setembro, falece Eduardo Cerqueira, quando completava precisamente setenta e quatro anos de idade.

 

HENRIQUE J. C. DE OLIVEIRA

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NOTAS:

(1) - Registo de uma conversa com Eduardo Cerqueira: “O prior Ferreira foi o homem que me baptizou. Eu baptizei-me muito tarde. Quase que já sabia latim. Eu baptizei-me tinha 7 anos. E baptizei-me com sete anos por uma razão muito simples: (...) porque o meu pai queria efectivamente que eu me fosse baptizar na mesma igreja onde ele se tinha baptizado: na matriz de Ponte de Lima. Foi adiando, adiando... entretanto nasceu-me um irmão mais novo e baptizou-nos ambos ali na Vera Cruz”.

(2) - Alguns registos efectuados duma conversa com E. Cerqueira, acerca do liceu onde andou: «Neste liceu, quando eu vim para aqui, quem tocava, pois não havia campainha eléctrica, era o Sr. Maia. Havia um varão metálico e o Sr. Maia, que era o chefe de pessoal menor, era quem o tocava. Era um homem que já devia roçar, se não passasse, os setenta anos. O Sr. Maia tinha um martelo e tocava para a entrada. Já não sei quantos toques dava para a entrada (...) eu andei a saltar de sala em sala. No 2º ano fui ali para o anexo; foi quando compraram a casa do Marquês de Arronches, que era aqui pegada (...). Fiz aqui depois o 4º ano, numa sala ali por baixo. O meu companheiro de carteira era o Arlindo Vicente. Na carteira seguinte era uma senhora que morreu há dias... (...) Ora eu vim para cá em 1918/19, por aí à roda, até 1926... (...)»

(3) - Transcrição de parte da notícia necrológica: “O extinto era viúvo de D. Armanda Lourenço da Costa, pai de D. Maria Eduarda, Dr.ª Maria Fernanda e Dr.ª Maria Isabel Cerqueira e sogro respectivamente dos Dr. Mário Gaioso Henriques, Eng.º Guilherme de Castro Lopes e Dr. Carlos Candal; (...)”

(4) - Veja-se o artigo Eduardo Cerqueira é o novo Presidente da Junta Autónoma do Porto de Aveiro, in: “Aveiro e o seu Distrito”. N.º  11, 1971, próprio. 40-45.

(5) - Vd. respectiva indicação em “Subsídios pare uma bibliografia de Eduardo Carqueira”, in: Património local... p. 24,  2ª col.ª

 

Eduardo Cerqueira quando jovem.

   


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