Henrique J. C. de Oliveira, Os Meios Audiovisuais na Escola Portuguesa, 1996. |
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Entre 1826 e 1843, surge na
Alemanha um método de ensino infantil, aplicado nos jardins de infância, em
que a imagem, embora não desempenhando um papel fundamental, aparece como uma
forma de apoio ao ensino. Este método, da autoria de
Friedrich Wilhelm Froebel
(1782-1852), apoia-se nos seguintes princípios:
1. livre actividade da criança; 2. criatividade; 3. participação
social; 4. expressão motora. Para Froebel[1], o melhor meio de aprender
consiste na realização pela criança de uma actividade - fazer para aprender -
e na comunicação verbal isolada. Deste modo, o principal objectivo consiste em
apresentar aquilo que se pretende ensinar na forma de um jogo, de uma
brincadeira. E o sistema, embora não sendo rígido, era constituído por: 1ºjogos
e canções; 2º construção; 3º objectos e ocupações. Assim, por exemplo,
quem pela manhã efectuasse uma visita a um jardim de infância, poderia ver as
crianças em círculos, de mãos dadas, juntamente /
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com o professor, a brincar e
a cantar, ao mesmo tempo que faziam diversas pantomimas. O livro publicado por Froebel, em 1843, para apoio a actividades lúdicas educativas, encontra-se
organizado em séries de canções, jogos e gravuras, tendo em vista auxiliar as
mães na sua acção educativa. E cada canção é constituída por três
partes: um mote ou tema para orientação da mãe; um poema ou verso com a
respectiva notação musical, a fim de poder ser cantado à criança; uma imagem
para ilustração do poema, susceptível de diferentes utilizações pela mãe
da criança: como motivação, como complemento da actividade e como forma de
levar a criança à consolidação ou à descoberta de novos conhecimentos. Este método de ensino, embora reprimido pelo governo prussiano, que fechou todos os jardins de infância em 1851, um ano antes da morte de Froebel, conheceu uma rápida expansão em diferentes países europeus, tendo mesmo sido divulgado nos Estados Unidos da América por volta de 1880.
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