Entrevista com...

Graça Gonçalves

Em Maio, fomos ao Largo da Nossa Senhora da Graça, fazer uma entrevista a Graça Gonçalves, à autora da obra que estudámos, Gosto de ti. R., e de outras, como Sobrei da História dos meus pais?

7º B

Com que idade começou a editar?

Não é assim tão fácil de responder! Por estranho que pareça a resposta, nós começamos a escrever quando começamos a ler muito. Normalmente um indivíduo que escreve é sempre um leitor muito chegado aos livros. Quando era jovem, lia tudo e mais alguma coisa, era uma leitora também muito chegada aos livros. Não comecei a editar na altura que gostava, por tanto muito mais nova, porque era trabalhadora e estudante. Como tal não tive hipóteses de me dedicar mais à escrita. Já era médica, quando estive muito doente e fui internada no Hospital da Universidade de Coimbra. Foi aí, quando estive de cama, que tive algum tempo para poder escrever e foi assim que escrevi o meu primeiro livro.

O facto de escrever para o público jovem tem a ver com a sua profissão?

Tem de certeza a ver com a minha profissão, e posso dizer que influencia bas-tante, embora tenha uma lista de trabalhos em três áreas. A pessoa é um todo e portanto elas estão todas muito ligadas. Sou autora de jogos de afectos, depois tenho a áreas do romance, para mais velhos e a área para os mais pequenos.

Tem preferência por alguma das obras que escreveu?

Não, para mim os livros são como os filhos, não tenho preferência por nenhum.

Identifica-se pessoalmente com algum dos livros?

Identifico-me com todos, porque quem escreve, escreve sempre sobre si próprio, mesmo que isso não seja tão transparente.

Alguma vez colocou a possibilidade de vir a ser uma escritora famosa, como é actualmente?

Essas coisas acontecem naturalmente. Uma coisa que achei interessante foi o que o Doutor Vitorino de Almeida disse: "a inspiração é para amadores", e é! Um livro trabalha-se vezes sem conta até chegar ao que se gosta. A escrita é como tecer um trabalho, que se arrasta e modifica.

Como lhe surgiu a ideia do livro Gosto de ti. R.?

Sobretudo por causa dos mistérios que tem a palavra gostar, e porque eu gosto muito da história dos bilhetinhos, das flores, de todo este encanto, acho uma delícia!

Esta história apresenta situações que ilustram diversos sentimentos. É para nos ensinar a lidar com os sentimentos, preparando-nos para a vida?

Quem sou eu para ensinar a lidar com os sentimentos. Tenho intenção de facto de ajudar-vos a reconhecerem alguns senti-mentos, porque antes de vocês saberem como lidar têm de os identificar.

Porque não deu nome à mãe de Adriana?

Há um nome de que eu gosto particularmente, Mãe. A mãe está muito ocupada, com muito trabalho, muito sofrida, mas acima de tudo é mãe.

Tem projectos para um novo livro?

Tenho três para sair, ou seja, estão na recta final. São eles Gostarzinho, o mini livro Gostarzinho e o Carinho. Há também outro trabalho que é o parque de diversões, ou parque temático.

E quanto a isso, ao parque temático?

Isso é uma história de sofrimento pes-soal, é uma história de sonho e sacrifício por um sonho. Fiz todo o projecto da aldeia dos afectos até agora, por várias circunstâncias, a Câmara não entregou o terreno. E, já no final do ano passado, vi-me forçada a não mais comprar um terreno como aquele para fazer a aldeia dos afectos, mas a comprar um pequeno. Tive que me desfazer de coisas de que eu gostava muito, para conse-guir comprar o terreno, sobretudo de um apartamento pequenino que tinha na Costa Nova, onde eu escrevia muitas histórias. E foi lá que acabei histórias como o Tchim e a droga. Nesse terreno, vai nascer a casa dos afectos. Mantive toda a metáfora, todo o es-quema da aldeia dos afectos e fiz um projecto muito mais pequeno com a casinha da poesia, a dos sabores, dos jogos de afectos, o lar do amor e outras que, para o ano, já devem entrar em funcionamento.

Então o parque temático será chamado casa dos afectos?

Sim, embora ainda se estejam a fazer estudos sobre isso. Eu ainda ponho a possibilidade de lugar dos afectos. Permite às pessoas divertirem-se nas várias casas que já referi, e para as pessoas verem como é uma editora.

De que forma associa à diversão pura e simples?

Quando falamos em casinhas dos afectos, são no fundo casinhas onde vão nascer espaços de muita diversão.n

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