Sanzala negra e pobre.
Meninos na terra brincando,
corpos nus com alegria.
E agora estou lembrando,
que nos dias que não chove,
moio menino moio maria.
Bulungui sempre contente,
um pouco vaidosa e gaiata,
batendo pirão p'ro jantar.
Sobre o sol em tarde quente,
vai mandioca na mata,
depois ela vai voltar.
Trazendo vida no ventre,
dores de mãe que esperava,
cafeco iria nascer.
Maria ficou doente,
triste e chorosa agonizava,
querendo mesmo morrer.
Kalunga levou Maria.
Pobre e triste caixão.
Amigas chorando em pranto.
Taparam com terra fria,
a vida disse que não,
ela está no Campo Santo
(18/11/1971)
Maria Bulungui sobressaía das restantes
moças da sanzala.
Com o seu vestido de chita muito limpinho e as sandálias de plástico,
circulava por entre as cubatas cumprimentando toda a gente.
Foi uma figura simpática que nós não podemos esquecer. |