Existe no Muié uma escola primária bastante
espaçosa para o número de crianças que a frequentam.
Tem um professor, que vive com a sua esposa em instalações ao lado e que
lá vai ensinando os conhecimentos básicos àqueles alunos (saber ler e
escrever).
Escola bastante espaçosa para o número de crianças que a frequentam.
Existe também um programa do nosso governo, a que chamaram “psico”, que
tem por fim mostrar ao mundo exterior que os militares portugueses
nestas paragens não fazem somente guerra.
Chegou então a hora de fazer em Lisboa uma exposição de fotografias
sobre essa actividade nas colónias.
Fui, assim, abordado pelo nosso Capitão para fazer de professor enquanto
eram tiradas algumas fotografias só para esse efeito.
Claro que aceitei este convite. Mesmo sabendo que estava a colaborar
numa ação de pura hipocrisia, mas como tinha sido ordenada em ofício
pelo comando do batalhão, alguém teria de o fazer e as crianças já me
conheciam e respeitavam.
Nunca cheguei a saber se estas fotografias chegaram algum dia a serem
expostas, mas isso não interessava nada.
Claro que havia a tal psico, mas não era por haver um programa militar
para isso.
As ajudas às populações eram ditadas somente pela consciência de cada
militar que com elas conviviam.
Eu pessoalmente, nos meus passeios pela Sanzala, cheguei algumas vezes a
ensinar a fazer os trabalhos da escola a algumas crianças.
Apreciei muitas boas acções dos nossos militares para com a população.
Por vezes com olhares de alguma indiferença, mas nunca vi ninguém a
maltratar o povo.
Os números do tamanho das cabeçaspara se verem bem na
fotografia –► |