Terras da Nossa Terra - Ano 21, Abril de 1985

 

Capela de S. Bartolomeu

É uma modesta construção do séc. XVI, de planta redonda, coberta por uma cúpula hemisférica. No friso da porta está gravada a data de 1568 e o nome de André Dias. O retábulo da cabeceira, em calcário, do terceiro quartel do séc. XVI, segue o tipo conimbricense. As paredes são revestidas de azulejos polícromos, de rosetas e tarjas, de fabrico lisboeta, do séc. XVII.

 

Capela dos Santos Mártires

Edificada no séc. XVIII, foi alterada no século seguinte, altura em que foi beneficiada, perdendo no entanto as características iniciais. Tem plano hexagonal, sendo coberta por uma cúpula de tijolo. Guarda no interior os túmulos dos fundadores, Simão da Costa Almeida e sua mulher, Maria Saraiva de Carvalho. São os túmulos em pedra de Ançã, de 1583, e assentes sobre leões, ostentando na face as armas dos fidalgos, entre decoração de motivos vegetais e legendas de carácter biográfico. Um retábulo de estuque alberga três esculturas dos Santos Mártires titulares: Veríssimo, Máxima e Júlia.

 

Capela do Senhor das Barrocas

É uma das mais importantes construções do seu tipo, do séc. XVIII, de planta octogonal, com capela-mor rectangular. O projecto deve-se certamente ao arquitecto que fez a Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra.

O portal é uma bela composição do setecentismo inicial de estilo barroco. Divide-se em duas zonas: a do vão da entrada e a do remate, que enquadra a janela. Duas colunas avançadas e duas em plano recuado, do jónico de duas volutas, sustentam o entablamento.

No interior guardam-se belas talhas, de grande efeito, mas deterioradas pelo tempo, sendo o retábulo principal anterior aos colaterais, embora todos da época de D. João V. Os púlpitos assentam em bacias de calcário e ostentam decoração naturalista, de motivos humanos e vegetais. Duas pinturas setecentistas representam o Presépio e a Anunciação. Nas paredes da capela-mor, foram recentemente pintadas cenas hagiográficas a expensas das devotas gentes do mar. A sacristia, de pequenas dimensões, tem o tecto pintado com motivos hagiográficos.

 

Igreja de Santo André (Esgueira)

É do séc. XVII a Igreja Matriz que tem como orago Santo André. O interior é profusamente decorado de azulejos de seiscentos, brancos, azuis e amarelos, do tipo tapete e de fabrico lisbonense. De entre as capelas secundárias, destaca-se a Capela de Visitação, que encerra um retábulo em calcário do séc. XVII inicial. Da mesma época, é o púlpito, também de pedra, que é ornado de acantos e com as guardas de madeira de balaústres torneados.

 

Pelourinho de Esgueira

É um belo exemplo do séc. XVIII, com coluna espiralada, em calcário. O conjunto, barroco, é formado por uma coluna assente numa base simples, sendo encimado por um capitel coríntio, onde se apoiam os entablamentos, que são rematados por um paralelepípedo coroado, de cuja base saem quatro ferros galheiros, que terminam em forma de flor aberta.

Assim se termina a visita a Aveiro monumental. Não se deve porém abandonar a cidade, sem se visitarem as marinhas de sal, que constituem um dos principais atractivos da cidade e da região.

E nunca é demais nomear a excelente gastronomia da qual destacamos a caldeirada de enguias, enguias de escabeche e espetadas de mexilhão. No capítulo da doçaria, de antiga tradição conventual, são muito apreciados os famosos «ovos moles» de Aveiro, vendidos em típicas barricas de madeira, decoradas com pinturas de carácter regional.

 

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