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Capela de
S. Bartolomeu
É uma
modesta construção do séc. XVI, de planta redonda, coberta por uma
cúpula hemisférica. No friso da porta está gravada a data de 1568 e o
nome de André Dias. O retábulo da cabeceira, em calcário, do
terceiro quartel do séc. XVI, segue o tipo conimbricense. As paredes são
revestidas de azulejos polícromos, de rosetas e tarjas, de fabrico
lisboeta, do séc. XVII.
Capela
dos Santos Mártires
Edificada
no séc. XVIII, foi alterada no século seguinte, altura em que foi
beneficiada, perdendo no entanto as características iniciais. Tem plano
hexagonal, sendo coberta por uma cúpula de tijolo. Guarda no interior os
túmulos dos fundadores, Simão da Costa Almeida e sua mulher,
Maria Saraiva de Carvalho. São os túmulos em pedra de Ançã, de 1583,
e assentes sobre leões, ostentando na face as armas dos fidalgos, entre
decoração de motivos vegetais e legendas de carácter biográfico. Um
retábulo de estuque alberga três esculturas dos Santos Mártires
titulares: Veríssimo, Máxima e Júlia.
Capela do
Senhor das Barrocas
É uma das
mais importantes construções do seu tipo, do séc. XVIII, de planta
octogonal, com capela-mor rectangular. O projecto deve-se certamente ao
arquitecto que fez a Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra.
O portal
é uma bela composição do setecentismo inicial de estilo barroco.
Divide-se em duas zonas: a do vão da entrada e a do remate, que enquadra
a janela. Duas colunas avançadas e duas em plano recuado, do jónico de
duas volutas, sustentam o entablamento.
No
interior guardam-se belas talhas, de grande efeito, mas deterioradas
pelo tempo, sendo o retábulo principal anterior aos colaterais, embora
todos da época de D. João V. Os púlpitos assentam em bacias de calcário
e ostentam decoração naturalista, de motivos humanos e vegetais. Duas
pinturas setecentistas representam o Presépio e a Anunciação. Nas
paredes da capela-mor, foram recentemente pintadas cenas hagiográficas a
expensas das devotas gentes do mar. A sacristia, de pequenas dimensões,
tem o tecto pintado com motivos hagiográficos.
Igreja de
Santo André (Esgueira)
É do séc.
XVII a Igreja Matriz que tem como orago Santo André. O interior é
profusamente decorado de azulejos de seiscentos, brancos, azuis e
amarelos, do tipo tapete e de fabrico lisbonense. De entre as capelas
secundárias, destaca-se a Capela de Visitação, que encerra um retábulo
em calcário do séc. XVII inicial. Da mesma época, é o púlpito, também de
pedra, que é ornado de acantos e com as guardas de madeira de balaústres
torneados.
Pelourinho de Esgueira
É um belo
exemplo do séc. XVIII, com coluna espiralada, em calcário. O conjunto,
barroco, é formado por uma coluna assente numa base simples, sendo
encimado por um capitel coríntio, onde se apoiam os entablamentos, que
são rematados por um paralelepípedo coroado, de cuja base saem quatro
ferros galheiros, que terminam em forma de flor aberta.
Assim se
termina a visita a Aveiro monumental. Não se deve porém abandonar a
cidade, sem se visitarem as marinhas de sal, que constituem um dos
principais atractivos da cidade e da região.
E nunca é
demais nomear a excelente gastronomia da qual destacamos a caldeirada de
enguias, enguias de escabeche e espetadas de mexilhão. No capítulo da
doçaria, de antiga tradição conventual, são muito apreciados os famosos
«ovos moles» de Aveiro, vendidos em típicas barricas de madeira,
decoradas com pinturas de carácter regional.
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