Terras da Nossa Terra - Ano 21, Abril de 1985

 

Capela de S. Gonçalinho

E agora, já do outro lado do canal, começaremos por visitar a Capela de S. Gonçalinho. Esta apresenta plano hexagonal irregular e foi construída no primeiro quartel do séc. XVIII, em honra de S. Gonçalo de Amarante. A fachada ostenta pilastras dóricas, abrindo-se ao centro uma porta com vão rectangular. O entablamento direito é rematado por um nicho ladeado de aletas. A cobertura é em cúpula, terminando num falso lanternim.

Em honra do padroeiro, realiza-se uma festa anual, no domingo mais próximo do dia 10 de Janeiro, sendo este o dia litúrgico do Santo.

 

Igreja de Nossa Senhora da Apresentação

Igreja de Nossa Senhora da Apresentação, hoje sede da freguesia de Vera Cruz, ergue-se no local onde anteriormente se situava uma capela dedicada a S. Gonçalo, nome pelo qual ainda hoje é designada. O templo actual data de duas épocas; a primeira metade do séc. XVII e segunda metade do séc. XVIII, que o reformou.

A fachada apresenta cantarias de calcário de Ançã e dois panos de azulejos modernos, com motivos hagiográficos. Sobrepujando a porta, abrem-se a janela do coro e um óculo oval. A torre sineira é seiscentista. A capela-mor é inteiramente revestida de magnífica talha dourada e guarda um retábulo do séc. XVII, decorado com colunas salomónicas que se prolongam em arcos de decoração exuberante, naturalista.

A abóbada apresenta elegantes quartelas. O arco cruzeiro é também revestido de talha dourada e ladeado por dois altares ornados de colunas torsas, com profusa decoração de querubins, vinhas e aves, com um nicho central. Os azulejos polícromos, de tapete, são do final do séc. XVII.

Da imaginária variada, merece especial atenção, pelo seu valor e beleza, uma Virgem gótica dos finais do séc. XIV, em alabastro e executada em Nottingham.

 

Igreja e Convento do Carmo

Do convento, construído em 1613 graças a largas benemerências de D. Beatriz de Lara, cujo túmulo se guarda sob um arco, do lado do Evangelho, na capela-mor, resta apenas a igreja. A fachada, de linhas sóbrias, sofreu várias reformas que lhe modificaram o aspecto inicial.

O interior é de uma só nave, em cujos flancos se abrem capelas secundárias. O cruzeiro ostenta uma cúpula hemisférica. As abóbodas, de traça simples, são de berço, com lunetas na nave e na cabeceira, e curvas no transepto. Correspondendo aos dois primeiros dos cinco tramos, ergue-se à entrada o coro alto. O retábulo principal, seiscentista, foi alterado no séc. XVIII, na época de D. João V e no período rococó.

Também alterados posteriormente, os retábulos colaterais remontam ao séc. XVII. No transepto, admiram-se dois altares de traçado neoclássico. As capelas da nave estão ornadas de altares seiscentistas e setecentistas.

Imaginária variada de algum valor artístico e algumas telas evocando cenas da Paixão completam o recheio do templo.

 

Capela de Nossa Senhora da Alegria

Da primitiva traça conserva o arco cruzeiro, no estilo gótico de feição manuelina, dos princípios do séc. XVI. A nave é coberta por um tecto de caixotões, com pinturas. O retábulo, de madeira entalhada, é do séc. XVII. Na capela-mor, os azulejos brancos e verdes e outros de tipo sevilhano, são do séc. XVI. Os azulejos, que revestem a nave, são de fabrico lisboeta, do séc. XVII.

 

Cruzeiro de Nossa Senhora da Alegria

Localiza-se junto da capela do mesmo nome e data de 1554. É formado por quatro colunas jónicas de duas volutas, assentes em pedestais. O templete em forma piramidal sob o qual está a cruz, é revestido de azulejos azuis e verdes, entremeados de outros, de tipo sevilhano.

 

Capela da Madre de Deus

Erguida no séc. XVII, ostenta na fachada uma cimalha corrida de onde saem gárgulas cilíndricas. É encimada por uma cúpula revestida de azulejos polícromos do séc. XVII. A porta é rematada por um brasão de armas. No interior guardam-se três pequenos retábulos de talha dourada, dos finais do séc. XVII.

 

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