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Capela de
S. Gonçalinho
E agora,
já do outro lado do canal, começaremos por visitar a Capela de S.
Gonçalinho. Esta apresenta plano hexagonal irregular e foi construída no
primeiro quartel do séc. XVIII, em honra de S. Gonçalo de Amarante. A
fachada ostenta pilastras dóricas, abrindo-se ao centro uma porta com
vão rectangular. O entablamento direito é rematado por um nicho ladeado
de aletas. A cobertura é em cúpula, terminando num falso lanternim.
Em honra
do padroeiro, realiza-se uma festa anual, no domingo mais próximo do dia
10 de Janeiro, sendo este o dia litúrgico do Santo.
Igreja de
Nossa Senhora da Apresentação
Igreja de
Nossa Senhora da Apresentação, hoje sede da freguesia de Vera Cruz,
ergue-se no local onde anteriormente se situava uma capela dedicada a S.
Gonçalo, nome pelo qual ainda hoje é designada. O templo actual data de
duas épocas; a primeira metade do séc. XVII e segunda metade do séc.
XVIII, que o reformou.
A fachada
apresenta cantarias de calcário de Ançã e dois panos de azulejos
modernos, com motivos hagiográficos. Sobrepujando a porta, abrem-se a
janela do coro e um óculo oval. A torre sineira é seiscentista. A
capela-mor é inteiramente revestida de magnífica talha dourada e guarda
um retábulo do séc. XVII, decorado com colunas salomónicas que se
prolongam em arcos de decoração exuberante, naturalista.
A abóbada
apresenta elegantes quartelas. O arco cruzeiro é também revestido de
talha dourada e ladeado por dois altares ornados de colunas torsas, com
profusa decoração de querubins, vinhas e aves, com um nicho central. Os
azulejos polícromos, de tapete, são do final do séc. XVII.
Da
imaginária variada, merece especial atenção, pelo seu valor e beleza,
uma Virgem gótica dos finais do séc. XIV, em alabastro e executada em
Nottingham.
Igreja e
Convento do Carmo
Do
convento, construído em 1613 graças a largas benemerências de D.
Beatriz de Lara, cujo túmulo se guarda sob um arco, do lado do
Evangelho, na capela-mor, resta apenas a igreja. A fachada, de linhas
sóbrias, sofreu várias reformas que lhe modificaram o aspecto inicial.
O
interior é de uma só nave, em cujos flancos se abrem capelas
secundárias. O cruzeiro ostenta uma cúpula hemisférica. As abóbodas, de
traça simples, são de berço, com lunetas na nave e na cabeceira, e
curvas no transepto. Correspondendo aos dois primeiros dos cinco tramos,
ergue-se à entrada o coro alto. O retábulo principal, seiscentista, foi
alterado no séc. XVIII, na época de D. João V e no período rococó.
Também
alterados posteriormente, os retábulos colaterais remontam ao séc. XVII.
No transepto, admiram-se dois altares de traçado neoclássico. As capelas
da nave estão ornadas de altares seiscentistas e setecentistas.
Imaginária variada de algum valor artístico e algumas telas evocando
cenas da Paixão completam o recheio do templo.
Capela de
Nossa Senhora da Alegria
Da
primitiva traça conserva o arco cruzeiro, no estilo gótico de feição
manuelina, dos princípios do séc. XVI. A nave é coberta por um tecto de
caixotões, com pinturas. O retábulo, de madeira entalhada, é do séc.
XVII. Na capela-mor, os azulejos brancos e verdes e outros de tipo
sevilhano, são do séc. XVI. Os azulejos, que revestem a nave, são de
fabrico lisboeta, do séc. XVII.
Cruzeiro
de Nossa Senhora da Alegria
Localiza-se junto da capela do mesmo nome e data de 1554. É formado por
quatro colunas jónicas de duas volutas, assentes em pedestais. O
templete em forma piramidal sob o qual está a cruz, é revestido de
azulejos azuis e verdes, entremeados de outros, de tipo sevilhano.
Capela da
Madre de Deus
Erguida
no séc. XVII, ostenta na fachada uma cimalha corrida de onde saem
gárgulas cilíndricas. É encimada por uma cúpula revestida de azulejos
polícromos do séc. XVII. A porta é rematada por um brasão de armas. No
interior guardam-se três pequenos retábulos de talha dourada, dos finais
do séc. XVII.
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