Terras da Nossa Terra - Ano 21, Abril de 1985

 

São escassos os dados sobre a evolução do espaço urbano de Aveiro, especialmente anteriores ao século XV, pelo que não é possível determinar com rigor em que século ou com que civilização nasceu.

A primeira fonte escrita que se conhece e se aceita como «certidão de nascimento» é a doação de Mumadona Dias, feita a 26 de Janeiro de 959, na sagração da igreja do mosteiro de Guimarães, em que, a par com muitas outras propriedades, são indicadas também «terras in alavario et salinas que ibidem comparavimus», como que reintegrando na posse dos cristãos, povoações e propriedades anteriormente pertencentes aos mouros.

Porém, o espaço que actualmente constitui Aveiro teve, desde tempos remotos, três núcleos fundamentais: Aveiro, Sá e Esgueira, uma espécie de ângulo obtuso, cujo vértice era Sá e de que os extremos distavam cerca de um quarto de légua. É assim que no inventário de bens de D. Gonçalo Viegas e D. Flâmula, com data de 1050, são indicadas também propriedades em Sá e Esgueira, entre outras povoações ribeirinhas.

Ora, estas referências teriam necessariamente de implicar ocupação efectiva anterior, reactivando-se com a Reconquista cristã este triângulo de povoados, sitos em zonas dominantes de uma vasta área em que se rasgam as marinhas. E estas foram, certamente, a razão fundamental do interesse no domínio destas propriedades por parte da classe senhorial e da hierarquia religiosa.

Aveiro foi ganhando prestígio em rivalidade com Esgueira, enquanto crescia em colina bem elevada, protegida e contornada pela linha de água genericamente designada nos séculos XVI-XVII por «esteiro das azenhas» (e posteriormente, também por «Canal...

 
 
 
 
O centro da cidade em diferentes épocas.
 

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