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São escassos os
dados sobre a evolução do espaço urbano de Aveiro, especialmente
anteriores ao século XV, pelo que não é possível determinar com rigor
em que século ou com que civilização nasceu.
A primeira fonte
escrita que se conhece e se aceita como «certidão de nascimento» é a
doação de Mumadona Dias, feita a 26 de Janeiro de 959, na
sagração da igreja do mosteiro de Guimarães, em que, a par com
muitas outras propriedades, são indicadas também «terras in
alavario et salinas que ibidem comparavimus», como que
reintegrando na posse dos cristãos, povoações e propriedades
anteriormente pertencentes aos mouros.
Porém, o espaço
que actualmente constitui Aveiro teve, desde tempos remotos, três
núcleos fundamentais: Aveiro, Sá e Esgueira, uma espécie de ângulo
obtuso, cujo vértice era Sá e de que os extremos distavam cerca de
um quarto de légua. É assim que no inventário de bens de D.
Gonçalo Viegas e D. Flâmula, com data de 1050, são
indicadas também propriedades em Sá e Esgueira, entre outras
povoações ribeirinhas.
Ora, estas
referências teriam necessariamente de implicar ocupação efectiva
anterior, reactivando-se com a Reconquista cristã este triângulo de
povoados, sitos em zonas dominantes de uma vasta área em que se
rasgam as marinhas. E estas foram, certamente, a razão fundamental
do interesse no domínio destas propriedades por parte da classe
senhorial e da hierarquia religiosa.
Aveiro foi
ganhando prestígio em rivalidade com Esgueira, enquanto crescia em
colina bem elevada, protegida e contornada pela linha de água
genericamente designada nos séculos XVI-XVII por «esteiro das
azenhas» (e posteriormente, também por «Canal... |
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O centro da cidade em
diferentes épocas. |
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