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Queres poupar água? Desliga o
telemóvel!
O Engenheiro Carlos Póvoa, representante da empresa ADRA – Águas da
Região de Aveiro – esteve no dia 15 de maio, 5.ª feira, na sala
Fernando Delgado a proferir a Palestra “Da nascente à torneira”.
Acedendo ao convite da turma do 11.º E, no âmbito da disciplina de
Cidadania e Desenvolvimento, desenvolveu-se a temática do papel
fundamental do tratamento da água na proteção da saúde pública.
No início da palestra, o Eng.º Carlos
Póvoa destacou que a disponibilidade de água potável e o acesso a
serviços de saneamento básico são fatores essenciais para o
bem-estar, a qualidade de vida e a saúde das populações. De forma
clara e envolvente, explicou que, ao longo da história, a ausência
de condições adequadas de higiene e saneamento esteve na origem de
várias epidemias e doenças, muitas vezes fatais como a cólera e a
malária.
O “Great Stink” foi um evento que
ocorreu em Londres em 1858 com a acumulação de fezes da população no
rio Tamisa, deixando a cidade com um odor insuportável na maré
baixa. Esta situação foi comparada à ria de Aveiro, há muitas
décadas, quando ainda não existia saneamento e a beleza da “Veneza
de Portugal” pouco tinha a ver com o postal ilustrado que hoje tanto
turismo atrai.
Estes cenários apenas começaram a mudar
com o desenvolvimento de infraestrutura de tratamento de água e
águas residuais.
Para uma melhor compreensão da evolução
do acesso a água, o engenheiro falou sobre a dificuldade que era
para a população obter água, dando como exemplo pessoal a
necessidade de ir buscar água à fonte quando passava férias em casa
da sua avó. Atualmente a média de consumo por habitação corresponde
a 10 m³ por mês, o que equivale a ir 2000 vezes à fonte com um
garrafão de 5 lts.
O Engenheiro Carlos Póvoa apresentou
também as diferentes etapas que a água percorre desde a nascente até
à torneira das nossas casas. Explicou o funcionamento das captações,
os processos de tratamento físico e químico, a análise e controlo de
qualidade, e, por fim, a distribuição segura da água tratada à
população. Reforçou que cada uma destas fases é rigorosamente
monitorizada para garantir que a água fornecida é segura para
consumo humano. Além disso, foi destacada a importância do
tratamento das águas residuais, que, ao serem devidamente tratadas,
evitam a contaminação dos rios, lagos e mares, contribuindo para a proteção do ambiente e para a saúde pública.
Fomos esclarecidos sobre as diversas
informações presentes na fatura de água e ainda foi realçada a
quantidade de água necessária para produzir certos alimentos como
hambúrgueres e até mesmo uma maçã, que precisam de 2400 litros
(desde o nascimento do animal) e 70 litros, respetivamente. Se é
certo que a tecnologia digital nos ajuda a gerir os sistemas de água
na Europa com a deteção de fugas mais eficaz e a irrigação
inteligente, esta também traz os seus próprios desafios, dado que,
por exemplo, os centros de armazenamento de dados consomem enormes
quantidades de água para refrigeração. Deste modo ficou o conselho:
Se quiserem poupar verdadeiramente água, desliguem o telemóvel e
leiam um livro!
Clara Fonseca, Diogo Ferreira, João Soares, Leonardo Soares,
Rafael Gonçalves, Tiago Pérez, Vicente Magalhães; 11.º E
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