Opinião

Taizé: muito se ouve falar...

Muito se ouve falar de Taizé, até por parte de quem nunca lá pôs os pés. Ouvem-se as maravilhas acerca do ambiente e do espírito lá sentido, das novas amizades e dos laços que se criam. Também se ouvem muitas vezes as queixas da falta de conforto a enfrentar nesta semana fora. Pelo menos, era a ideia que eu tinha de Taizé, muito devido àquilo que me ia sendo dito.

A expectativa que tinha para esta semana resumia-se a duas palavras: convívio e reflexão. Taizé foi isto e tanto, tanto mais. Aquilo que mais me choca, e penso que também a todos os que vivenciaram estes dias com intensidade, é a forma como um local onde impera a simplicidade é capaz de nos preencher tanto e de nos fazer sentir cada emoção na plenitude. Sinto também que não nos limitamos a focarmo-nos somente naquilo que sentimos, mas acabamos por sentir também as preocupações e inquietações dos outros.

Taizé é sim uma oportunidade única para conhecer pessoas novas e trazer connosco os laços criados. Pessoalmente, aproveitei esta chance e ganhei um grande carinho por algumas das pessoas com quem provavelmente nunca me cruzaria se não fosse esta semana. Mas para mim, Taizé foi ainda mais: o valorizar as pessoas que tenho à minha volta.

Porque tendo todos nós deixado cá as nossas famílias, eu sinto que fui família na mesma, a chamada família por escolha que são os amigos, porque nos escolhemos rodear. Amigos em todo o sentido da palavra, não as pessoas que casualmente acabaram por se cruzar connosco e com quem partilhamos o dia-a-dia, mas sim as pessoas em que me revejo, que sei que têm os mesmos valores que eu e que fariam por mim tudo aquilo que eu também faria por eles.

Não é como se não valorizasse já esta enorme sorte que tenho, mas Taizé fez-me sentir, a mim e penso que a todos estes laços, com ainda mais profundidade. Não é tarefa fácil explicar Taizé a quem nunca lá esteve, pois é todo um ambiente que nos impacta: uma atmosfera de paz de espírito, de felicidade pura, de emoção, de preocupação com quem mais amamos e, acima de tudo, de união.

E desta forma, rapidamente as prioridades mudam e eu nem sequer pensei em coisas que julguei que iam mexer comigo, por ter de viver em condições diferentes daquelas a que estou habituada.

O foco passa a ser viver o momento e levar o máximo desta experiência, que deixa em todos memórias inigualáveis. A semana passou e, sendo difícil explicar tudo aquilo que se sente, ficam os momentos vividos, que nos deixam de coração cheio, o espírito de união e o amor sentidos, e a vontade de voltar um dia.

Marta Torrão, 12.º A

 

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