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Pré-escolar e 1.º Ciclo

No âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de abril de 1974, a EB1 de S. Bernardo convidou e entrevistou um grupo de utentes da Fundação Casa do Pessoal da Segurança Social e Saúde do Distrito de Aveiro. O Sr. José, a D. Virgínia, a D. Eulália, a D. Lurdes, a D. Natividade, a D. Maria da Conceição e a D. Maria Loureiro, acompanhados pela Educadora Social e animadora de idosos residentes no lar, Ana Vieira.


1 - Quando eram crianças como brincavam?
Brincávamos na rua ao eixo, ao berlinde, ao pião, à mona, ao bichouro, à macaca, ao avião de papel, às bonecas de trapo e ao jogo de atirar 5 bolas ao ar e tentar apanhá-las.

2- Como foi andar na escola na época da ditadura?
A escola antes do 25 de abril era separada, meninas de um lado e meninos do outro. Quando chegávamos à escola tínhamos de cumprimentar o professor, rezar e cantar o hino nacional. Havia na parede um crucifixo, a imagem de Salazar e Marcelo Caetano e em algumas escolas havia a bandeira de Portugal. O quadro era de ardósia e escrevia-se com um giz. As secretárias levantavam e colocavam-se os livros por baixo. Quando dávamos erros ortográficos levávamos com a “palmatória” nas mãos, o número de erros que tínhamos dado. No inverno dava para aquecer as mãos. A professora, quando nos portávamos mal, colocava-nos de castigo no canto da sala, de pé ou de joelhos em cima das mãos ou de milho. Quando dávamos muitos erros íamos para o canto da sala com orelhas de burro. As meninas não podiam usar calções nem camisolas com decotes. A maioria ia descalça para a escola e alguns arranjavam pedaços de borracha para fazer uns “chinelos”. Para o lanche levávamos, dentro de um saco de pano, um pedaço de pão ou broa e, de vez em quando, azeitonas. Depois da escola os rapazes tinham de ir para o campo e as meninas ficavam a fazer as tarefas de casa (9 anos). Eu (D. Virgínia) só tive o primeiro par de sapatos aos 16 anos.

3 - Como é que se vivia no tempo da ditadura?
As mulheres não podiam dar a sua opinião, trabalhávamos no campo até anoitecer, reforçávamos as solas dos sapatos para andar no dia-a-dia, alguns foram para Angola à procura de uma vida melhor, mas como estava em guerra tiveram de regressar a Portugal sem nada. Alguns também iam para França ou para Espanha à procura de uma vida melhor.

4 - Alguma vez saíram do vosso país na altura da ditadura?
Eu (D. Natividade) fui para Angola – Nova Lisboa – com o meu marido. Estive lá durante 3 anos e 3 meses. Regressei sem nada a Portugal e o meu marido ficou lá até ter condições para regressar.

5 - Algum familiar era membro da PIDE?
Não. Mesmo que fosse membro da PIDE era difícil de descobrir. Eu (D. Eulália) tinha um vizinho que era membro da PIDE, todos sabiam.

6 - Quando queriam conversar, utilizavam algum código para não serem apanhados pela PIDE?
Não. Porque mais valia ficar calado e não dizer nada do que ser “engavetados” pela PIDE (Sr. José).

7 - Alguma vez foram presos pela PIDE?
Nunca fomos presos pela PIDE, mas o marido da D. Maria foi preso durante dois anos, mas não sabemos o motivo.

8 - Foram obrigados a ir para a guerra Colonial?
Sim. Eu (Sr. José) fui mobilizado 4 dias antes do Natal para o navio de guerra Vera Cruz, com capacidade máxima de 3000 soldados e só depois de estar dentro do navio é que percebi que estava a ir para a guerra em Angola. A normalidade era ficar 24 meses na guerra, mas eu fiquei 29 meses em Angola, entre 1965 e 1967.

9 - Onde estavam no 25 de abril de 1974?
Estávamos em vários sítios. Eu (mulher) estava em França a viver com o marido e os meus filhos estavam em Portugal. No dia 25 de abril, estava a fazer o jantar e ouvi na televisão que estava a acontecer algo de grave em Portugal. Lancei o garfo contra a bancada e corri para a televisão para ver o que se estava a passar.

Assim que pude, fui buscar os meus filhos a Portugal. Eu (mulher) estava em Portugal e não participei na revolução porque tinha acabado de ser mãe. Eu (Sr. José) estava em Portugal, em minha casa, quando ouvi passos que pareciam pessoas a marchar. varanda ver o que estava a acontecer e como era amigo de alguns polícias, perguntei o que se passava e eles disseram-me que não sabiam muito bem, mas que estava a acontecer alguma coisa em Lisboa.

10 - O que sentiram quando começou a revolução?
Sentimos medo. Eu (Sr. José) tinha medo do tiroteio, pois podia desencadear-se uma guerra e eu ser atingido. Eu (D. Natividade) fiquei muito feliz porque finalmente ia ter liberdade.

11 - O facto de viverem em ditadura, impediu-vos de realizarem alguns dos vossos desejos?
Eu (D. Lurdes) sempre fiz tudo o que queria. Eu (Sr. José) fui contrariado para a guerra colonial. Eu (D. Virgínia) queria ser cantora e dançarina, mas infelizmente não tinha condições para isso.

12 – Sabe por que razão, foi escolhido o cravo e não outra flor, como símbolo da Revolução?
Eu (Sr. José) penso que o cravo foi escolhido porque era a flor predominante de abril, também porque não seca tão rapidamente e é mais resistente. Eu (mulher) acho que era a única flor que a florista tinha.


Uma aventura por terras de Espinho...

Os grupos do Pré escolar do AEJE realizaram uma visita de estudo, no dia 3 de maio, a Espinho. A aventura começou na estação da CP, em Aveiro. O entusiasmo e alegria sentiam-se nas risadas ouvidas ao longo de todo o percurso pois, para muitos, foi a primeira vez que andaram de comboio.

Já em terras de Espinho visitámos o Centro Multimeios onde “experienciámos “ uma viagem ao sistema solar, conhecemos os planetas e aprendemos quais as suas principais características. As crianças demonstraram muito interesse pela atividade realizada e tiveram oportunidade de interagir no decurso da mesma.

No final ainda fizemos uma caminhada até à praia! Apesar do tempo não sorrir, este foi um dia de experiências novas e convívio inter-grupos que ficará na memória de todos! Apesar do tempo não sorrir, este foi um dia de experiências novas e convívio inter-grupos que ficará na memória de todos!   –  Grupo do Pré-escolar do AEJE


Projeto "Horta Escolar"

 

Na EB da Presa todos os alunos estão envolvidos no projeto da horta, onde todos colaboram. O desafio de aprender fora da sala tem cumprido os objetivos da sua realização, melhorando a prática pedagógica através da sua compreensão.

Já colhemos ervilhas e favas, agora temos novas plantações e sementeiras: cenouras, alfaces, hortelã, salsa, tomates e abóboras.

Na sala prolongam-se as aprendizagens com aquisição de conhecimentos sobre os cuidados e benefícios de uma alimentação saudável e sustentável, o impacto ambiental e o reconhecimento da “dieta mediterrânica” como um estilo de vida saudável. O incentivo de uma alimentação saudável também promoveu o aparecimento de outro projeto desenvolvido em colaboração com as famílias “ Partilha de receitas”.

É bom aprender praticando, cuidando e observando os resultados.

EB Presa

 

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