testemunhos

Comemorando-se este ano os 30 anos de existência da Escola Básica n.º 2 de S. Bernardo, o @lternativa AEJE falou com a Prof. Maria Helena Jervis, que tanto contribuiu para a edificação da comunidade educativa da Escola Básica n.º 2 de S. Bernardo. Nascida no Funchal, Madeira, a 16 de dezembro de 1946, foi professora de História, a sua atividade profissional iniciou-se antes do 25 de abril de 1974 e chegou a lecionar em Moçambique.

Bom dia, Prof.ª Helena. Começamos por agradecer a sua disponibilidade para responder às nossas questões. O seu percurso profissional foi muito rico. Com quantos anos de carreira se aposentou?

Aposentei-me com 36 anos de carreira.

Que lembranças lhe ficaram da sua época como docente de História? Quais as vivências, durante a sua carreira, que a marcaram, positiva e negativamente?

As lembranças são muitas!
Negativamente, refiro apenas os problemas profissionais antes do 25 de abril de 1974, que me marcaram profundamente.
A minha passagem por Moçambique, como docente, deixou-me gratas recordações dos alunos.
Acho que sempre aprendi algo no contacto com os meus alunos e essa relação que sempre procurei manter é, sem dúvida, o aspecto mais positivo.

A Prof.ª Helena Jervis fez parte da Comissão Instaladora da Escola Básica n.º 2 de S. Bernardo (1993-1994). Enquanto elemento da comissão instaladora, que cargo desempenhou e quais as suas funções?

Desempenhei o cargo de Secretária.

Quantos anos esteve nessa comissão?

Estive apenas no 2º ano ( 1994/95).

Pode falar-nos um pouco dessa experiência e a razão de ter sido escolhida para esta função?

Presumo que me escolheram devido à minha experiência, em anos anteriores, como Presidente do Conselho Directivo.

Que pontos positivos e/ou negativos destaca desse período?

Um dos aspectos que considero positivos e em que me envolvi foi na criação da Papelaria da Escola e na reformulação do Bar dos Alunos. Quanto aos aspectos negativos, já esqueci!

Mais tarde, foi presidente do Conselho Executivo nos anos letivos de 1997/1998 e 1998/1999, com responsabilidades acrescidas. O que mais a marcou nesse período?

Destaco o bom relacionamento que existia entre todos os Profissionais da Escola e, nomeadamente, entre os membros do Conselho Directivo, o que permitiu que formássemos uma equipa coesa.

Na sua opinião, a escola atual é muito diferente da escola “do seu tempo”? E como perspetiva a escola do futuro?

Actualmente a Escola teve de se adaptar às novas tecnologias, a uma maior diversidade cultural e a uma maior aproximação nas relações professor/ aluno/ pais/ encarregados de educação.
Quanto ao futuro... é uma pergunta muito difícil!
Penso que a escola terá de acompanhar as novas realidades sociais, económicas e ambientais. Haverá sempre professores e alunos, certamente, mas as metodologias utilizadas terão de desenvolver ferramentas que facilitem a autonomia, o espírito crítico e uma intervenção esclarecida dos alunos na procura de soluções para os desafios ambientais, diversidade cultural e até da inteligência artificial.

Quais as dificuldades que os professores sentiam nos anos 80 e 90? Considera que os docentes se debatem, actualmente, com as mesmas ou outras dificuldades?

Nos anos 80 e 90 havia dificuldades que ainda hoje se mantêm: instabilidade quanto ao local de trabalho e falta de reconhecimento social por esta profissão. Contudo, nessa época, as escolas tinham falta de equipamentos básicos e muitos edifícios necessitavam de obras de recuperação/modernização.
Actualmente, os docentes são confrontados muitas exigências burocráticas que lhes ocupam demasiado tempo em detrimento da actividade lectiva.

E quanto aos alunos?

Os alunos, nessa época, não dispunham de tantas fontes de informação o que, talvez, contribuísse para estarem mais motivados durante as aulas.

Prof.ª Helena Jervis, foi um prazer conhecer a sua experiência como professora e como membro da direção da Escola Básica n.º 2 de S. Bernardo que, este ano, comemora 30 anos. Obrigado!

A equIpa do @lternativaAEJE


 

 

4-5