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Sérgio Paulo Silva, Um santo lavado com vinho. Breve memória do meu S. Paio, 1ª ed., Estarreja, 2004, 48 págs.

Breve História da Capela de

S. Paio da Torreira

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Dia de S. Paio, a grande festa dos povos do Baixo-Vouga. A barraca branca sobre o lado esquerdo era o
primitivo café Guedes. (Foto de Guilherme Ferraz de Abreu)

A primitiva Capela de S. Paio, de linhas muito simples e toda branca e que antigamente era dedicada a Nossa Senhora do Bom Sucesso, terá sido construída no segundo quartel do Seco XVIII pelo cabido da Sé do Porto, que recebia a dízima do pescado em toda a costa do mar desde Ovar a Mira, para que os pescadores das muitas campanhas da praia da Torreira pudessem ouvir missa e cumprir os preceitos da Igreja.

Construída em terreno de dunas não fixadas, com areias movediças e sofrendo a acção do vento, a Capela cobriu-se de areias e desabou, tendo a Câmara de Estarreja, a quem passou a pertencer a Torreira e a Murtosa após o decreto de divisão de 24 de Outubro de 1855, levantado uma segunda capela sobre as paredes da primeira que, por falta de solidez, apresentou logo grandes brechas nas paredes e não teve grande duração.

A construção actual data de 1878 e resulta da aprovação, por maioria, da verba de oitocentos mil reis, que constava do primeiro orçamento suplementar da Câmara Municipal de Estarreja, para o ano económico de 1874-1875, tendo em conta a deliberação tomada em reunião extraordinária de 13 de Junho de 1874 sobre «os auxílios que alguns arrais das companhas da Torreira ofereciam para remediar o desmoronamento da capela antiga» e pode descrever-se como «templo comum, pequeno, com frontaria de singela porta e de dois postigos, sineira no ângulo da empena, cruzeiro de tipo de grandes braços, que igualmente as areias soterraram por mais de sessenta anos, sendo levantado em 1930 e colocado no cemitério, sobre novo pedestal.»

Carolina Gabriela Vaz da Silva Almeida
Área-Projecto da EB 2,3 Padre António Morais da Fonseca
Murtosa 2002.

 
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