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Sérgio Paulo Silva, Que Saudades do Mar,  1ª ed., Estarreja, 1998, 16 pp.


Uma alegria muito grande percorreu-lhe todo o corpo como um arrepio, como se naquele encontro de acaso a vida inteira recomeçasse.

Tocou-lhe com o bico e sentiu a concha muito leve, ausente. Baixou-se um pouco mais e encostou o ouvido... O vento fustigava a areia e o mar quebrava na praia grande as suas vagas violentas, desfazendo-se nos rochedos em camarinhas de espuma.

Mesmo sob o temporal o mar era belo e tinha o tamanho que tinha o tamanho da sua alma.

Talvez ele já lá esteja! – Pensou enquanto encostava mais a cabeça para ouvir o mar quebrar as suas ondas na areia da praia e o vento que gemia entre os rochedos.

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