Este doce, tão típico do
Minho e de Trás-os-Montes por alturas do Natal, comi-o na minha
infância, feito pela minha madrinha velha, Benedita Bandeira, que
foi a minha avó paterna que não tive. já muito idosa, relatou-mo assim:
1/2 kg de migalhas de pão
velho
– 1/2 kg de açúcar em ponto
brando
– 4 gemas de ovos, uma
casca de limão e canela.
Ferve-se o açúcar até
atingir o meio ponto. Junta-se o pão e a casca de limão e vai-se mexendo
sempre para não pegar. Se se vir que o pão é muito, adiciona-se um pouco
de água e uma colher de açúcar; mas se o pão estiver bem embebido, não
adicionar nada.
Tira-se do lume e vão-se
pondo lentamente as gemas, mexendo sempre, até que o pão fique todo
amarelo. Ferve-se um bocadinho para cozer os ovos e polvilha-se com
canela.
Hélder Pacheco, no seu
belíssimo livro Rostos de Gente, faz outro retrato da função:
350 gramas de açúcar
– duas colheres de sopa de
manteiga
–
quatro colheres de sopa de
mel
– 125 gramas de amêndoa
ralada
–
125 gramas de uvas passas,
sem grainha
–200 gramas de pão
–
um cálice de vinho do
Porto
–
seis ovos e canela em pó.
Prepara-se num tacho uma
calda em ponto de pérola com o açúcar e um pouco de água. Acrescenta-se,
depois a manteiga, o mel, as passas e a amêndoa e volta-se a pôr o tacho
ao lume. Quando tomar fervura, retira-se, junta-se o pão migado fino e o
vinho do Porto, levando-se ao lume até o pão ficar desfeito. Retira-se,
deixa-se arrefecer e juntam-se as gemas previamente batidas e vai de
novo ao lume brando só para cozer. Polvilha-se com canela e enfeita-se
com uvas passas. |