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Bom dia,
Vida! Dormiu bem?
Que belo aspecto a Senhora tem!
Vê-se que teve uma noite descansada!
E os noctívagos não a acordaram quando voltaram
De madrugada.
Mas vinha com eles, não vinha ?
É interessante! Há em si uma dualidade
Que logo se adivinha:
Tão depressa está a dormir descansada,
Como pronta para sair
E fazer uma noitada.
E hoje? Que vai fazer?
Já viu quantas pessoas estão à espera
De a ver nascer?
Com indiferença ou desejada,
Vão dar-lhe um nome
Pelo qual será chamada.
Mas se vem, venha para ficar
E não pense tão cedo partir.
Olhe que os homens não gostam
Desse seu jeito de fugir.
Fique com eles; vai dar-se bem
Venha conhecer o doce sabor que o mundo tem.
Porque a Senhora, Vida,
É feita de Verdade,
E foi criada para dar vida à Humanidade.
Mas não venha prometer aquilo que desconhece.
Diz que traz paz e amor e a fortuna oferece...
Para quê mentir?
Fazer promessas que depois
Não vai cumprir?!
Venha assim como é, despida de vaidade
Venha, Vida! Inteira, cheia de vigor, fogosidade.
Venha, Vida plena!
Basta que traga consigo a alegria e a fé,
A vontade de vencer.
Venha dar aos homens aquela força
Que os faça dizer, bem alto, entre escombros, dores, fatalidade
Arrancando do peito o espinho, o sobressalto:
– Vale a pena viver uma Vida de verdade!
Setembro de 1999
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