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Chegam pela
noite, pela madrugada
Nos olhos – o espanto, o medo e a dor.
O corpo marcado, a roupa rasgada,
Farrapos que restam de um primeiro amor.
Os filhos, chorosos, agarram-se a ela;
Os corpos gelados procuram calor.
Os dias são noites, casa sem janela,
Masmorra onde a vida é feita de horror.
Procuram conforto em braços alheios
Sem sonhos, anseios,
Não lhes resta nada.
Animal ferido,
Sem toca de abrigo,
Mulher maltratada.
Dezembro 2000
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