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Chamaram-nos e eles vieram.
Espinha
direita e cabeça erguida, com voz tonitruante, cantaram, desfilando
com orgulho a sua história: lutas, derrotas, vitórias e, se calhar,
poucas alturas de felicidade. São dignos filhos da “Pátria
Alentejana”.
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As suas
vozes sentidas e poderosas pareceram acordar os Deuses. O Cante
esteve nas ruas; e o povo encheu-as, vibrando respeitoso.
No passado
fim de semana, no âmbito do seu aniversário e não perdendo de vista
a importância da luta pela classificação do Cante, enquanto
património imaterial da humanidade, o Grupo Coral de Mourão
organizou um encontro/desfile de Corais Alentejanos composto por
oito (8) grupos, que teve o seu terminus com o Cante em
palco.
Foi
esmagadora a sua força, tanto na rua como em palco.
Já tarda
que todos interiorizemos a real força do Cante, sobretudo quem manda
e, portanto, decide, especialmente e numa primeira fase, as
autarquias. Já tarda que actuemos organizados, concentrando esforços
em volta de um elemento aglutinador que, por exemplo, pode ser a
Associação do Cante – A Moda, até por justiça pelo trabalho que vem
realizando.
Convém
salientar, todavia, que A Moda nasce a partir do Congresso do Cante
Alentejano, só possível com a dimensão que teve porque assentou,
sobre todos os aspectos, na instituição de todos os alentejanos, a
Casa do Alentejo, onde ao longo das décadas muitos/todos falam e
poucos agem/trabalham na defesa e divulgação da sua cultura,
património e tradições, generosamente e com amor.
Sem dúvida,
a hora chegou. Vamos classificar o Cante como património imaterial
da humanidade. É só mais uma luta...
Luís
Jordão
25 de Março de 2008
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