Domingos Carvalho, Mutualismo. A força do
associativismo democrático., Cadernos CA, N.º 3, 1ª ed., Lisboa, Casa do
Alentejo, 1998, 40 pp.
|
Domingos
Martins Carvalho, poeta e escritor alentejano, nasceu em 1919 e cresceu
em Alvalade-Sado. Muito cedo manifestou a sua atracção pela literatura,
tendo começado por publicar noticias do quotidiano alvaladense, aos 14
anos. Mais tarde publicaria crónicas e contos. Estudou por correspondência, tanto quanto lhe foi possível. Em Alvalade
não existia escola do Ensino Secundário e só a voluntariedade – a sua e
a do seu grupo profissional, os caixeiros do comércio local – o conduziu
a estudos mais avançados. Aos 20 anos deslocou-se para Lisboa e, na mesma linha de conduta
estudantil, frequentou escolas secundárias na Cooperativa dos
Trabalhadores de Portugal, na Caixa Económica Operária. Ad hoc ingressou
num núcleo de estudantes sem «horas úteis», para se poder matricular no
ensino oficial. Sócio e activista da Casa do Alentejo, integrou os seus corpos gerentes
em vários mandatos. Ao longo da
sua vida, conviveu com figuras das artes e das letras e participou em
movimentos sociais e políticos, nomeadamente antifascistas, integrando,
em 1957, a lista de candidatos da Oposição à Assembleia Nacional. Foi
preso e perseguido pela ditadura. Após o 25 de Abril, foi por várias
vezes candidato à Assembleia da República. Foi delegado de algumas unidades têxteis e, depois, empresário com algum
sucesso.
A par de vasta colaboração em jornais e revistas, publicou dois livros
de poesia, cujas edições esgotaram e renovaram: «Joio sem Trigo», em
1954 e 1957; «Charneca do Monte Agreste», em 1955. Em 1957, «Sementes do
Terço – crónicas de temática alentejana», foi proibido e apreendido pela Pide. Como publicista,
esteve no «index» até ao 25 de Abril, possuindo alguns artigos e poemas
com os execráveis carimbos da Censura. É autor de trabalhos de coordenação histórica
(«Por Alvalade – O Grito
Retumbante da Moirama», em 1995, e «Este Livro Por Acaso», 1995, edição
não divulgada) e do opúsculo «As Misteriosas Notas Falsas de Alves dos
Reis, em Alvalade», em 1995. Publicou «Antologia Poética», em
1998, e está previsto o lançamento de um volume de poemas em Março de
1999. |