… mesmo não chegando à talanquêra
Num
país onde os governantes menosprezam ostensivamente a cultura no seu
todo, não é fácil uma pequena revistinha de afectos como esta fazer
alguma coisa nas áreas da tradição e da cultura local e do ambiente e do
património, ainda que de forma livre e esforçada, embora generalista.
E
tem-se conseguido, tal como na primeira série, pela mão de Fausto
Gonçalves; e agora, ao longo da última década, acreditando que com alguma
qualidade, graças aos generosos amigos que bem sabem ser e fazer.
Neste
país depois de Abril, a liberdade dolorosamente conquistada permite a
denúncia pública das limitações de todas as formas impostas e dos
malfazeres dos filhos das contra-revoluções, adoptados inevitavelmente
pelo alto poder, bem como pelos poderosos pobrezinhos dos inúmeros polvos
que o envolvem e que não passam de partes absurdas da globalização. Todavia, a força destas
pequenas publicações, embora bastante se convenientemente utilizada, não
chega sequer à talanquêra. Assim mesmo, continuamos a considerar da
maior importância a defesa e a divulgação do Alentejo, das suas gentes e
da sua cultura; e tomamos a liberdade de desafiar todas as outras
regiões do país para, de uma forma ou de outra, o fazerem também, para além
daqueles jeitos formatados que se vão fazendo e banalizando.
Inevitavelmente, voltamos a falar do Conselho Nacional das Casas
Regionais em Lisboa, pois ele, composto pelas oito regiões (Casa dos
Açores, Casa do Algarve, Casa do Alentejo, Casa das Beiras, Casa da
Madeira, Casa do Minho e Casa do Ribatejo), pretendia ser um útil e
saudável fórum de debate. Acabou! Talvez algum dia alguém o faça
utilmente renascer.
Nós,
por cá, com as nossas carências e dificuldades, continuaremos mexendo,
assim a força das vontades o permitam.