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fogo

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M. Parissy

 
 

em conjunto atravessamos o chão da fronteira

as árvores expostas pelo calor do silêncio

deixam que todos os viajantes

apanhem laranjas, poejo

as ervas soltas que alimentam mendigos

 

pelos montes fora

os cães seguem o sol

são os habitantes que precipitam na penumbra

e nesta caravana

por entre as cavidades

de um chão emboscado

 

cães e homens são como cardume

numa noite cálida

subimos os montes

atiçamos o fogo

e perdemo-nos

temos as mesmas ilusões

e no mesmo anfiteatro representamos

as dores das mãos

 

são flores que se abrem em pleno abismo

são fronteiras guardadas por moleiros

onde não há estacas nem redes

e o caminho tem hélices douradas

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